Centro de Psicoterapia Existencial

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Entidade voltada para a divulgação, ensino e reflexão sobre Psicoterapia Existencial, Psicologia da Saúde, Psicologia Hospitalar, Fenomenologia da Arte, Filosofia Para Crianças, e Educação Para o Pensar

SÃO PAULO - CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICOTERAPIA FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL. Início setembro/2015. Mais detalhes acesse o l...
01/07/2015

SÃO PAULO - CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICOTERAPIA FENOMENOLÓGICO EXISTENCIAL. Início setembro/2015. Mais detalhes acesse o link http://www.psicoexistencial.com.br/curso-de-formacao-em-psicoterapia-fenomenologico-existencial/ -891

Cursos formação São Paulo Curso de Formação em Psicoterapia Fenomenológico-Existencial 10 de setembro de 2014 brunoturri Curso de Formação em Psicoterapia Fenomenológico-Existencial Objetivo: Oferecer subsídios teóricos e filosóficos para a prática da psicoterapia fundamentada nos princípios…

26/05/2015

Kes

O diretor Kenneth Loach realizou um dos filmes mais estupendos de toda a cinematografia mundial envolvendo crianças. Temos todos os componentes para que um filme seja considerado exuberante. Um enredo forte e comovente e uma música maravilhosa que se alterna em suavidade e vigor conforme os momentos do enredo, além de fotografia, design e um jogo em alternância de câmeras em planos aberto e fechado simplesmente fascinantes.

O filme narra a saga de Billy Casper, uma criança de 13 anos oriunda de uma família totalmente desestruturada formada por ele, a mãe e o irmão mais velho, um adulto que não considera sua condição infantil e o destrata com todas as formas de humilhação e castigo. A mãe, por mais que tente intervir, se vê diante da truculência do filho mais velho.

Casper trabalha pela manhã entregando revistas e jornais e, após esse expediente, frequenta a escola em situação totalmente adversa. O ambiente escolar é desfavorável, e os professores e diretores impõem a ele e a seus colegas todo tipo de castigo corporal e moral. Situações que sucedem mostram o total desprezo que o corpo docente proporciona a esses alunos.

Em meio a esse turbilhão de situações muito sofrimento, Casper começa a adestrar um pequeno falcão fêmeo, a quem dá o nome de Kes. Loach então nos presenteia como momentos de extremo arrebatamento, pois nos mostra o menino Casper buscando subsídios em livros sobre falcões para poder adestrar sua pequena ave. Concomitantemente ao crescimento do pássaro, cresce o envolvimento dos dois, e nós, espectadores, somos levados a momentos de extrema emoção com a câmera do diretor que nos mostra os voos de Kes em alternâncias belíssimas, Em uma das cenas de voo, a câmera em plano aberto mostra a dimensão dos campos e prados que circundavam a ação de Casper e Kes. Uma fotografia simplesmente fascinante! E nesse momento, a música é executada por uma flauta transversal sem acompanhamento. Um voo solo emoldurado por um tema solitário de uma flauta. A delicadeza desses momentos é como um bálsamo a nos energizar para continuar com as cruezas do caminho de Casper.

Um dos pontos culminantes do filme é quando um professor se aproxima de Casper depois de saber da existência de Kes por meio dos depoimentos dos colegas de classe. Esse professor, quase na sequência, aparta no pátio uma briga entre Casper e um colega mais velho e mais encorpado. Indignado, o professor se aproxima ainda mais de Casper, que então lhe narra sua vida difícil: acordava às 06h00 para ir trabalhar e, quando ia para a escola, estava praticamente dormindo em pé. Além disso, percebia que os professores e alunos não se importavam com a realidade dos outros e que os castigos corporais que recebiam eram tão descabidos e insanos que inclusive a própria educação já era comprometida antes de qualquer outro questionamento. Eis a íntegra do diálogo:

- Acordei às 06h00. Tinha que entregar os jornais, voltar para casa, cuidar da ave e correr para a escola. O senhor ia f**ar cansado também, não é, senhor?
- Estaria exausto responde o professor.
- Não se deve apanhar por isso, senhor. E não se pode dizer isso ao Sr. Gryce (diretor da instituição escolar). Este rapazinho trouxe um recado da professora e também apanhou na diretoria. Não é nada para rir, senhor, não se importam com a gente. Acham que somos estúpidos ou algo assim. Sempre estão olhando o relógio para ver quantos minutos restam da aula. Eles não se importam conosco e nós não nos importamos com eles.

Esse professor vai até a casa de Casper, situada nos arredores da cidade, e f**a fascinado com a destreza do menino e seu envolvimento e unicidade com a ave. Ele afirma ao menino que sentiu uma emoção com aquele espetáculo como poucas vezes em toda a sua vida.

E o relacionamento Casper com Kes se mantém como algo delicado a despeito de todas as adversidades de sua vida familiar, escolar e pessoal. Cenas mostram o menino em busca de trabalho, em desavenças familiares e em outras situações emaranhadas da própria vida. E sempre com a música de Cameron, ondulando nossas emoções e fazendo que esse filme nos toque a alma de maneira irrebatível.

A maneira como Casper enfrenta a solidão e as asperezas do caminho em seu relacionamento com Kes é envolvente e emocionante. O vínculo que se estabelece entre eles cria uma atmosfera de esperança que dificilmente será esquecida. Um filme rico em detalhes de emoção que nos conduz a cada instante, a tecer o signif**ado do que é vivido por Casper. O modelo educacional igualmente presente em nossa realidade brasileira; a desestruturação familiar, algo também conhecido de todos que intentam conhecer os meandros da alma humana; e situações em que a lei do mais forte prevalece e se mostra impiedosa diante de qualquer clamor que não seja a própria violência.

Casper e Kes se mostram como exemplo de harmonia e amor em toques suaves da mais pura e genuína delicadeza. O filme segue em diferentes desdobramentos sempre mostrando dados da realidade de nosso personagem sem cair nas resoluções hollywoodianas de entretenimento em que o final feliz é o desfecho a cumprir a expectativa de que, ao menos no cinema, a vida tenha configurações diferentes da realidade. Loach, ao contrário, mostra em sua narrativa cinematográf**a a Vidal como se apresenta na realidade, ou seja, desatinos, vicissitudes e todo tipo de enfrentamento a cercar o caminho humano em busca da dignidade.

X CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DSTVI CONGRESSO BRASILEIRO DE AIDSDE 17 A 20 DE MAIO - SPA nossa conferência será...
15/05/2015

X CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE DST
VI CONGRESSO BRASILEIRO DE AIDS
DE 17 A 20 DE MAIO - SP
A nossa conferência será O ENFRENTAMENTO DO PROFISSIONAL DA SAÚDE FRENTE À DST/ADIS, e ocorrerá no dia 19 de maio as 15h30. Eis o link da programação completa do evento:
http://www.dstaids2015.com.br/?page_id=21

Curso Preparatório para a Prova de Qualif**ação em Doenças Sexualmente Transmissíveis - Dia 17 de maio, vagas limitadas. Inscrição vinculada a inscrição no Congresso

28/04/2015

De volta a Serra da Cantareira em uma esplendorosa manhã de Outono com sua floradas maravilhosas. Um espetáculo que a repetição não cansa e após contemplar o contorno das montanhas na madrugada de ontem, estou diante das flores das Quaresmeiras, Paineiras e Espatódias. E de volta após uma viagem muito prazerosa a Natal para o módulo de Psicologia da Saúde na UFRN. Meus mais dedicados agradecimentos a Eulália Maria Chaves Maia, Manu Alves, Kércia Oliveira e todos (as) colegas que não pouparam esforços para me mimarem de todos as formas possiveis. E nesse momento de fragilidade de alma esse carinho é simplesmente inominável. Paz e bem!

07/04/2015

A família representa um grupo social primário que influencia e é influenciado por outras pessoas e instituições. Valdemar Augusto Angerami, ou Camon, como é mais conhecido nos meios psi, é um campeão de publicações. Saiba mais acessando: http://www.psicoexistencial.com.br Artigos que você também pod…

05/04/2015

Com amor...

27/03/2015

Pessoas queridas,

análise do filme O RUÍDO DO GELO que faz parte do meu capítulo do nosso novo livro sobre câncer. O título do capítulo é UMA TENTATIVA DE COMPREENSÃO DO CÂNCER POR INTERMÉDIO DE FILMES. Espero que voces apreciem. Paz e bem!

Filme – O Ruído do Gelo ( Le Bruit des Glaçon)
Distribuição: Universal
Direção: Bertrand Blier
Fotografia: François Catonné
Montagem: Marion Monestier
Direção de arte: Patrick Dutortre
Música: Valerrie Lindon
Elenco principal: Jean Dujardin, Albert Dupontel, Anne Aluaro, Myrian Boyer

I – Descrição da Trama

A trama ocorre na cidade de Nimes no Sul da França. Charles vive em uma mansão com a empregada Sofia. Ele é alcoolista e toma diariamente inúmeras garrafas de vinho branco que estão sempre enfiadas em um balde gelo, daí inclusive o título do filme.

Em dado momento tocam sua campainha e quando atende e pergunta quem é o visitante recebe a informação estonteante: “Eu sou seu Câncer e creio que seria bom nos conhecermos melhor”. De início Charles f**a estupefato com a informação, mas aos poucos de dá conta de que isso é realidade, aquele homem é realmente seu câncer.

O diálogo de ambos de início é ácido, mas aos poucos Charles aceita aquela figura indesejável ao seu lado. O Câncer lhe diz que não é visto pela maioria das pessoas, apenas pelo paciente e por aqueles que o amam muito. Sofia consegue visualizar o Câncer, coisa que a namoradinha ocasional de Charles, Eugenia, não consegue. Sofia começa também a conviver com o Câncer, e aos poucos vai mostrando a Charles que o amava muito apesar de se achar insolente por esse amor. Charles dialoga com o Câncer e concluí que é melhor pedir para Eugene ir embora para tentar algo com Sofia. Essa vai embora e se despede afetuosamente de todos.

Sofia também conhece uma mulher que chega a sua casa e também se identif**a como sendo o seu Câncer. Diz que inicialmente instalou-se em seu seio, mas que aos poucos irá tomar todo seu corpo.

É mostrada uma cena em que Charles relembra o momento em que sua esposa o deixou, alguns anos atrás juntamente com seu filho, Stanislav.

Charles conta ao Câncer que desde que sua esposa o havia deixado não consegue mais escrever, e de que nada adiantava continuar vivendo. E que por essa razão bebia tanto, precisa estar sempre bêbado para estar atordoado e não sentir as vicissitudes da vida. Cenas são exibidas com Charles sofrendo dores de cabeça lancinantes com o delírio de alegria do Câncer. Esse diz o tempo todo que é invencível, que destrói todas as células saudáveis e que resiste a todos os tipos de tratamento, seja quimioterapia, radioterapia ou qualquer outro.

Concomitantemente são exibidas cenas em que Sofia igualmente conversa com seu Câncer, e o mesmo discurso de destrutividade permeia os diálogos. Diante do agravamento do estado de saúde de Charles, sua ex-mulher traz seu filho para passar alguns dias com ele. Ela prefere f**ar em um hotel, pois sente algo muito estranho acontecendo na casa. Stanislav não consegue dormir na noite e vai até o quarto de Sofia, e os depois tem relacionamento afetivo sexual. Na manhã ele conta ao pai sobre a sensação extrema de felicidade que estava sentindo depois dessa noite de amor, e pergunta ao pai se ele estava com ciúmes. Ele diz que não sente ciúmes e que estava muito feliz com a felicidade do filho. A mãe vem buscá-lo e ele se despede do pai desejando que o pai não morra.

Charles e Sofia começam a se relacionar amorosamente e em certo momento vão objetos pessoais e fornece a dois jovens informações sobre seu endereço e uma escultura de Rodin que Charles possuía. Os jovens vão até a residência na noite e trocam tiros com Charles, e tanto esse como Sofia quedam com ferimentos. Nesse momento, tanto o Câncer de Charles como o Câncer de Sofia saem em disparada dizendo que suas missões estavam terminadas. Na sequência, Charles e Sofia se levantam retiram do corpo os ferimentos artificiais e riem. Na sequência vendem a casa e saem em viagem em uma suntuosa embarcação. Esse final surpreende, pois o diretor Blier nos deixa em uma incógnita, se eles realmente morreram e se livraram do Câncer, ou se então se libertaram por terem encontrado sentido para suas vidas.

II – Análise Cinematográf**a e de Conteúdo

Temos um filme que se não pode ser considerado magnífico em termos meramente artístico, certamente é filme imperdível pela riqueza dos detalhes envolvendo a presença do câncer na vida humana. Diríamos até que se trata de filme imprescindível a todos que direta ou indiretamente lidam com o câncer, tanto profissionalmente como pelo contato com a doença em familiares ou amigos. Um filme cuja grandiosidade se dá pela maneira criativa como Blier nos mostrou o câncer. Algo tão surpreende e ao mesmo tempo fascinante que nos deixa atônitos e estarrecidos com o desenvolvimento da doença sendo anunciado pelo câncer travestido na forma humana.

Esse filme passa ao longo de qualquer conotação mercadológica e por essa razão apenas foi exibido durante a ###V Mostra Internacional de Cinema de São Paulo não tendo sequer entrado no circuito comercial, ainda que apenas nas salas destinadas a exibição de filmes de arte.

Os que buscam ação, aventura ou outra forma de entretenimento em filmes, seguramente não irão gostar dessa trama. Mas ao contrário, todos aqueles que estão interessados em se aprofundar nos detalhamentos da condição humana tem nessa trama uma verdadeira obra prima a exibir os contornos do sofrimento humano em uma de suas facetas mais desesperadoras, a luta contra o câncer.

Um filme raro cuja preciosidade artística é justamente mostrar o requinte da arte nos detalhes enfeixados na destrutividade promovida pelo câncer. A criatividade da trama é tão eloquente e envolvente, que qualquer outro detalhe que se queira arrolar sobre critérios artísticos perdem a razão de ser. O insólito do câncer argumentando com o próprio paciente é algo por demais estrondoso. E na medida em que está a mostrar os passos da destruição em diálogos e sequências ácidas, qualquer outro balizamento a exigir recursos técnicos mais apurados se perde no vazio.

A trilha musical é composta por canções francesas e estadunidenses conhecidas do público sem qualquer outro esmero. Algumas peças de música clássica também são inseridas como fundo melódico de algumas cenas, mas igualmente sem relevância. A música ocupa apenas um papel secundário. Aliás, tudo é secundário, fotografia, montagem, direção artística, enquadre de câmeras, tudo absolutamente é secundário. A grandiosidade desse filme é justamente a justaposição das imagens do câncer com o paciente. A presença do câncer em todos os momentos da vida do paciente seja em suas relações se***is, refeições, enfim tudo que se quiser arrolar, o câncer está presente dialogando incessantemente com o paciente. E isso simplesmente faz desse filme algo único, um requinte de detalhamentos que o faz imprescindível a qualquer discussão envolvendo a temática do câncer e que faça intermediação por filmes. Trata-se de obra indispensável a qualquer filmoteca que tenha como predominância a compreensão da condição humana em filigranas de desespero e dor.

Uma obra em que a condição humana dialoga com sua própria doença, e pode escutar as razões de seu adoecimento, na realidade escuta de si mesmo. O câncer reverbera situações de sofrimento e abandono com a saúde, mas é o paciente ao tentar argumentar que dá as verdadeiras razões da causa de seu sofrimento e, por assim dizer, do abandono da vida. Simplesmente fantástico!

Endereço

São Paulo, SP

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