06/10/2025
🇯🇵 Recentemente fiz uma viagem ao Japão, um país incrível pela organização, tecnologia e tradição. Mas, como fisioterapeuta com 26 anos de experiência em fisioterapia aquática no Brasil, algo me chamou muito a atenção: a forma como a fisioterapia é vista por lá.
💭 Quando eu perguntava às pessoas sobre clínicas de reabilitação ou fisioterapeutas, a resposta era quase sempre a mesma: “fiz alguns exercícios no hospital quando fiquei internado”. Para eles, tudo é apenas exercício físico, e a diferença entre fisioterapia e atividade física não é clara.
🏥 No Japão, a fisioterapia é quase totalmente hospitalar. Após uma cirurgia ou um AVC, por exemplo, o paciente faz um período curto de reabilitação e, depois… é como se o processo terminasse ali. Não existe a cultura da reabilitação de longo prazo, de buscar melhorar a qualidade de vida, de investir na autonomia e na dignidade da pessoa.
🧘♀️ Percebi uma certa submissão à condição de saúde. Se alguém f**a cadeirante, por exemplo, é como se fosse “o destino” e pronto. Não encontrei clínicas acessíveis, nem programas comunitários, nem piscinas terapêuticas abertas ao público. A única experiência em água quente que vi, e tive a oportunidade de experimentar, foi em um onsen (termas japonesas), mas sem nenhuma proposta de reabilitação.
💧 Isso tudo me fez refletir muito sobre o valor da fisioterapia no Brasil. Aqui, lutamos pela recuperação funcional, pela reintegração social, pela melhora da autoestima e da qualidade de vida. Não aceitamos simplesmente a limitação, trabalhamos para superar o que for possível.
🌱 Voltei ainda mais motivada a valorizar o nosso trabalho. Reabilitação é mais que exercício: é dignidade, é esperança, é devolver possibilidades.