27/06/2018
DISLEXIA
A dislexia é uma dificuldade de leitura e escrita que pode afetar também a percepção dos sons da fala e se manifesta inicialmente durante a fase de alfabetização. É uma condição de aprendizagem de base genética, ou seja, tem natureza hereditária. Existem vários genes envolvidos nesta condição e pesquisadores no mundo todo estão trabalhando para identif**ar quais são esses genes.
A dislexia não é considerada uma doença, mas sim um funcionamento peculiar do cérebro para os processamentos linguísticos. O disléxico tem dificuldade para associar o símbolo gráfico, as letras, com o som que elas representam, e organizá-los, mentalmente numa sequência temporal.
Existem alguns sinais que podem ser observados na dislexia, como: leitura com erros de reconhecimento das palavras, leitura não fluente de textos e com alteração de ritmo e entonação (por exemplo, leitura de sílaba por sílaba), dificuldade de compreensão de textos, escrita com erros de ortografia, inversão de letras e/ou sílabas, leitura e escrita com rendimento abaixo do esperado para a idade e a escolaridade. A intensidade dos sintomas varia caso a caso.
Considera-se que há uma escala de desempenho contínuo que vai desde casos leves até os severos. Em casos leves, por exemplo, ocorrem alguns erros na escrita e a compreensão de texto é possível após algumas leituras. Já em casos graves, há pessoas que não conseguem ser alfabetizadas porque não conseguem ler ou escrever, mas, ainda assim, compreendem textos se alguém fizer a leitura para elas e conseguem fazer uma redação ditando para um digitador. De qualquer maneira, é importante fazer o diagnóstico correto, pois algumas dificuldades leves podem ser decorrentes de uma alfabetização mal feita.
O diagnóstico é realizado por equipe multidisciplinar composta, em geral, por neuropediatra, fonoaudiólogo e psicólogo que farão as avaliações específ**as. São aplicadas provas e te**es para avaliar o nível de leitura, o vocabulário e habilidades específ**as, como memória, atenção e velocidade de processamento. Estima-se que 4% da população brasileira tenham dislexia. Portanto são mais de 7 milhões de pessoas convivendo com o problema.
Para o tratamento não há prescrição de medicamentos, mas sim, adaptações pedagógicas aliadas ao atendimento especializado. O tratamento varia de acordo com a dificuldade e a idade da criança ou do jovem. Algumas crianças conseguem se alfabetizar apesar das dificuldades, utilizando figuras e outros elementos visuais e contando com o estímulo dos pais e professores para melhorar a compreensão, por exemplo. Uma forma de fazer isso é conversar sobre o que foi apresentado, seja um filme, uma peça de teatro ou outro recurso. São coisas simples que podem ser feitas no dia a dia.
Para as crianças que não conseguem ler nem palavras isoladas, nestes casos, é necessário desenvolver o conhecimento das letras, das sílabas e assim por diante. A resposta ao tratamento depende da condição geral da criança com dislexia, do estímulo que ela tem em casa e na escola.
Dependendo da dificuldade da criança, ela pode precisar de acompanhamento especializado de um psicólogo, psicopedagogo ou fonoaudiólogo. Entretanto, o tratamento não acontece apenas no contexto da clínica. É necessário o envolvimento da família e dos professores para estimular continuamente a criança.
Se seu filho ou alguma criança de seu meio social estiver apresentando as dificuldades apresentadas acima, procure ou oriente-os a procurar a ajuda profissional, já que há um sofrimento por parte deste indivíduo que precisa ser sanada o quanto antes para se evitar prejuízos maiores em seu processo de alfabetização.