03/12/2025
A morte do jovem Gerson, vítima de um descaso que jamais deveria ter acontecido, escancara algo que vai muito além da tragédia em si: revela o quanto ainda falhamos no cuidado, na atenção e na responsabilidade com vidas que pedem ajuda, mesmo quando não conseguem nomear essa ajuda.
Quando alguém atravessa um sofrimento psíquico profundo, cada porta fechada, cada olhar de indiferença e cada ausência de acolhimento pode empurrar ainda mais para um lugar de vulnerabilidade extrema. Este caso não fala apenas de um incidente absurdo; fala sobre negligência, sobre falhas sistêmicas e sobre a urgência de tratarmos saúde mental como prioridade, e não como nota de rodapé.
Precisamos lembrar que sofrimento mental não é capricho, não é falta de força, é uma dor real que exige escuta, cuidado, estrutura e políticas públicas que realmente funcionem. Valorizar a saúde mental é reconhecer que ninguém deveria chegar ao ponto de enfrentar o mundo sozinho, muito menos ser exposto a riscos que poderiam ser evitados com um mínimo de proteção e humanidade.
Que a história de Gerson não seja reduzida ao impacto momentâneo da notícia, mas que nos provoque a construir ambientes, serviços e relações onde vidas sejam realmente cuidadas antes que a tragédia se torne o único desfecho possível.