14/11/2025
Lombalgia: A Dor Silenciosa que Reescreve o Corpo e o Cérebro
A lombalgia é uma das condições de saúde mais prevalentes do mundo. Estima-se que mais de 80% das pessoas sentirão dor lombar em algum momento da vida, mas para milhões, essa dor não é temporária: ela persiste, se instala, se transforma e passa a influenciar aspectos que vão muito além da coluna. A lombalgia crônica modif**a o corpo, altera o funcionamento do cérebro, afeta emoções, restringe movimentos, muda rotinas e impacta profundamente a identidade do indivíduo.
Este artigo traz uma visão ampla e inovadora da lombalgia, integrando perspectivas neurológicas, emocionais, comportamentais e sociais.
A Coluna Como Eixo da Vida
A coluna lombar é a base estrutural do corpo. Ela sustenta o tronco, distribui forças, estabiliza movimentos e protege a medula espinhal. Seus discos intervertebrais funcionam como amortecedores, enquanto músculos e ligamentos trabalham como um sistema de cabos que mantém tudo equilibrado.
Quando esse sistema falha, seja por sobrecarga, fraqueza, inflamação, degeneração ou stress, surge a lombalgia.
Mas a lombagia não é apenas um problema anatômico: ela é biopsicossocial.
O Papel da Fisiologia: Quando a Dor Deixa de Ser Sinal e Vira Estado
Na dor lombar aguda, há um estímulo claro: inflamação local, compressão, espasmo muscular, distensão. Mas na lombalgia crônica, o cérebro passa a participar ativamente da dor.
Regiões como:
córtex pré-frontal,
sistema límbico,
ínsula,
tálamo,
córtex somatossensorial,
entram em um circuito contínuo de hiperativação. É como se o cérebro criasse um modo de funcionamento doloroso, mesmo que a lesão original já não esteja presente.
Esse fenômeno é chamado de sensibilização central: o sistema nervoso f**a “hipersensível”, interpretando movimentos comuns, pressões leves ou até emoções negativas como ameaças. A dor se torna desproporcional ao estímulo.