A Falta Para lembrar do meu percurso e a Psicanálise

19/07/2021
19/06/2021

"Nunca estamos mais desprotegidos ante o sofrimento do que quando amamos, nunca mais desamparadamente infelizes do que quando perdemos o objeto amado ou seu amor".

(Freud, em 'O mal-estar na cultura', 1930, p. 39.)

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Amar é estar em posição de vulnerabilidade diante de um outro.

Em tempos em que se defende um ideal de independência a qualquer custo (e a pandemia nos escancara o impossível disso - dependemos uns dos outros e não há como sair do mundo), vivemos um baita encontro com a castração!

Há quem tenha perdido um amor (ou vários), há quem viva com medo de perder um amor (ou vários)...e há o medo de perder a nós mesmos, que somos o amor de alguém.

São tempos de desamparo, mas também tempos de destacar a importância vital do amor. Exercitem o amor e cuidem de vocês e dos seus! Vacinem-se à medida que forem chamados e sigam usando boas máscaras! Ninguém sairá dessa sozinho. Ninguém sairá ileso.

22/05/2021

A gente escuta mal, pensa que compreende o que o outro não disse, entende o que a pessoa disse antes que ela termine de dizer, interrompe o que o outro está dizendo para falar o que pensa do que se supõe que ele dirá.
(Entender é grave)

A gente escuta mal, crê saber a palavra que o outro esqueceu, se fixa demasiadamente nessa tal de empatia-que-tá-na-moda-e-achaque-tá-arrasando, acredita que sabe o que o outro sentiu quando nunca se vive o que o outro viveu.
(Ninguém veste a pele do outro, ainda que o suponha)

A gente escuta mal, ouve as palavras que o outro diz pensando no que vai responder, fala cedo demais e perde de escutar o que o outro estava dizendo.
(Ouvir é diferente de escutar)

A gente escuta mal, acha que sabe o que é melhor pro outro, acha que não sabe o que é melhor pra si, não sabe que quanto mais se acha que achou algo, mais se está perdendo.
(Escutar é um exercício de alteridade).

26/03/2021

A gente mira no amor e acerta na solidão.

A solidão é efeito do amor.

Sem amor, o que conhecemos é a defesa, o isolamento, o exílio.

Amar é, em algum nível, sentir-se só.

Amamos sempre sozinhos, mesmo quando temos a sorte de sermos amado também.

03/01/2021

Que a gente não coloque para si metas inatingíveis para fazer o supereu vociferar contra nós, nos fazendo demorar em autoexigências e autodepreciações.

Que a gente não se apaixone por parcerias que nos demandam um "alguém pronto" para precisa se amputar para caber na fantasia do outro. Que possamos investir no laços com gente faltante e em desconstrução, tal como nós (que assim sejamos).

Que a gente não encarne o lugar de supereu alheio, cuspindo modos-de-fazer, modos-de-viver, modos-de-ser e inibindo o outro em sua vertente mais preciosa: a da falta.

Que a gente possa se desprender cada vez mais de ideais que nos mortificam, nos desencorajam e nos acendem o lugar da tristeza e da preguiça.

Que a gente possa salpicar purpurinas no lugar em nós que suporta não saber, que t**a apostar correndo o risco de perder, que sabe que a vida é o que é e não o que deveria ser.

Que a gente saiba ficar triste. Que a gente deixe espaço pro vazio. Que a gente se desprenda um pouquinho dos tantos outdoors que existem por aí vendendo ideias de que há um modo certo de viver e que não é o nosso.

Que a gente saiba que só quem sabe o que é a tristeza pode conhecer a alegria. Mas que nem por isso sejamos , , glamourizadores do horror. Às vezes uma m***a é uma m***a mesmo.

Por fim, que saibamos: nada do que o outro diz muda algo para nós, se não encontrarmos nosso próprio modo de dizer.

Feliz 2021, galera.

Desejo bem-senso e fôlego pra nós!

Amém!

14/12/2020

O amor é uma raridade.

A gente parte do pressuposto que somos amáveis, que gostamos da maior parte das pessoas, que quando algo não vai bem entre duas pessoas é porque alguém errou em algo.

Mas por que a gente gosta de um alguém e não gosta de um outro alguém? Ainda....por que a gente gosta um pouquinho de um alguém e muitão de um outro alguém?

A gente para pra pensar por que alguém nos quer por perto?

Querer alguém por perto implica em um bom papo, em um cheiro específico, em gostos em comum.

Vocês já pararam pra pensar por que a gente quer estreitar relações com algumas poucas, pouquíssimas pessoas?

Para isso é preciso compartilhar silêncios, suportar discórdias, aguentar o outro com todos os seus poréns e ter notícias de que nós também somos cheios de poréns.

Amar de longe pode ser bonito e limpinho. Compartilhar boletos, pepinos, como-assim-você-não-pensa-como-eu, e mesmo assim um ficar e o outro também, é uma baita coincidência. Coisa de sorte mesmo. Fazer o amor existir não é a regra, mas uma exceção.

Endereço

São Paulo, SP

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