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Nutricionista Carla Santiago, São Paulo (2025)

21/11/2025

A superpopulação bacteriana do intestino delgado (SIBO) é definida como uma patologia SIBO é uma condição caracterizada pelo excesso ou alteração de bactérias no intestino delgado, a condição tem sido associada à alteração da motilidade do intestino causando sintomas digestivos como inchaço, dor, náuseas, diarreia ou constipação, e pode levar a má absorção de nutrientes, deficiências vitamínicas e desnutrição.

Estudo publicado em 2022 analisou 56 mulheres submetidas a bypass gástrico em Y de Roux (RYGB) ou bypass gástrico de uma anastomose, investigando a ocorrência de supercrescimento bacteriano no intestino delgado (SIBO).

• Usaram o teste respiratório de hidrogênio com glicose para diagnosticar SIBO em 56 pacientes.

• Encontraram 43% de incidência de SIBO após a cirurgia.

• O estudo sugeri que o rastreio obrigatório de SIBO e o tratamento adequado podem afetar o prognóstico clínico da doença subjacente, melhorando-o significativamente e prevenindo o desenvolvimento de suas complicações.

• Cirurgia bariátrica e SIBO podem causar deficiências de nutrientes essenciais, piorando a queda de cabelo. Tratar a SIBO ajuda a melhorar a absorção de nutrientes e favorece o crescimento capilar.

• A modulação da microbiota surge como uma estratégia terapêutica promissora tanto para a obesidade e imprescindível pós cirurgia bariátrica, devido às alterações significativas que ocorrem no trato digestivo.

• Essas alterações impactam a composição e o equilíbrio das bactérias intestinais (microbiota), o que, por sua vez, afeta a saúde geral e o sucesso a longo prazo do procedimento.

Referência
Small Intestinal Bacterial Overgrowth in Patients with Roux‑en‑Y Gastric Bypass and One‑Anastomosis Gastric Bypass — Obesity Surgery, 05 out 2022. https://doi.org/10.1007/s11695-022-06299

19/11/2025

• A lactoferrina (também chamada lactotransferrina) é uma proteína presente em leite de vaca, saliva, lágrimas e grânulos de neutrófilos.

• Funciona como um mediador crítico da resposta imune do hospedeiro, sendo central na defesa contra infecções, incluindo as causadas por estreptococos.

Atua de duas formas principais:
• Regulando a imunidade: ativa células imunes (neutrófilos, macrófagos, epitélio), promove produção de citocinas e quimiocinas, coordenando a resposta imune.
• Atividade antimicrobiana direta: sequestra ferro, essencial para o crescimento bacteriano, prejudica a membrana de bactérias e impede sua adesão às células do hospedeiro.

• Deu para entender o porque colocaram tanto medo sobre o leite? E não estou dizendo daquele leite UHT longa vida, e sim o leite pasteurizado de 5 dias de validade! Vai melhorar o intestino, equilibrar o ferro dentro da célula na quantidade que organismo precisa, e ajudar e eliminar biofilmes de bacterianos.

11/11/2025

A dieta influencia a capacidade de bactérias específicas causarem câncer?"

Estudos recentes mostram que sim — o que você come pode alterar o comportamento da sua microbiota intestinal e até ativar bactérias que produzem toxinas ligadas ao câncer.
Uma dessas toxinas é a colibactina, produzida por certas cepas de Escherichia coli.

Ela é genotóxica — ou seja, danifica o DNA das células intestinais, o primeiro passo para o surgimento de lesões pré-cancerosas.

🍞 No estudo publicado em 2025 na Nature Microbiology, camundongos colonizados com E. coli produtora de colibactina e alimentados com dietas pobres em carboidratos e fibras solúveis desenvolveram mais pólipos intestinais.

Já quando receberam fibra solúvel (como inulina), o intestino ficou mais protegido: menos inflamação, menos crescimento da bactéria e menos dano ao DNA.

⚖️ Mas atenção: nem toda fibra é igual — em casos de intestino inflamado, algumas fibras fermentáveis podem causar desconforto.
O segredo está no equilíbrio e personalização da dieta, sempre com orientação profissional.

💡 Em resumo:
➡️ O que você come modula a microbiota intestinal.
➡️ Isso pode ativar ou silenciar genes bacterianos ligados à inflamação e até ao câncer.
➡️ A alimentação tem poder — inclusive no nível do DNA.

💬 E você? Já sabia que certas bactérias podem se tornar mais tóxicas dependendo da dieta?
Comente aqui ⬇️ ou marque alguém que se interessa por microbiota e saúde intestinal!

📚 Referência:
Thakur et al. (2025). Dietary fibre counters the oncogenic potential of colibactin-producing Escherichia coli in colorectal cancer. Nature Microbiology, 10(4), 855-870. DOI: 10.1038/s41564-025-01938-4

10/11/2025

Vocês sabiam que a intolerância secundária a lactose ou problemas com má absorção de nutrientes pode ser devido a má rotação intestinal?

Pode iniciar um ciclo de disbiose e inflamação crônica, que ativa células imunes, levando à formação de aderências e lesão mucosa jejuno-ileal.

Se o segmento afetado for aquele responsável pela absorção de glicose e galactose, ou onde atua a lactase, o resultado pode ser intolerância secundária à lactose e enzimas digestivas prejudicadas causando a má absorção de nutrientes (carboidratos, gorduras e proteínas), onde causa problemas de gases, constipação, fezes amolecidas ou diarreia e refluxo.

Afetando o Eixo intestino-cérebro, o nervo vago é o eixo neural central que conecta o intestino a órgãos metabólicos e imunológicos — fígado, pâncreas e baço — coordenando digestão, metabolismo, glicemia e inflamação sistêmica.

Ele é, literalmente, o “fio telefônico” entre o intestino e o resto do corpo.

# cirugiabariatrica

10/11/2025

A relação entre a obesidade e a desnutrição

A obesidade frequentemente resulta de uma dieta rica em calorias devido ao organismo necessitar de nutrientes, e como se o organismo estivesse pedindo SOCORRO, devido ao organismo ficar pobre em nutrientes essenciais, como vitaminas, minerais e proteínas, hoje as frutas, legumes e verduras infelizmente os nutrientes estão bem abaixos e para suprir a quantidade de nutrientes que o organismo necessita se o consumo for maior nesses alimentos como as frutas, legumes e verduras vai causar desnutrição.

• A desnutrição proteico-calórica afeta o fígado de maneira significativa. Essa condição pode levar à deterioração das funções hepáticas e causar problemas graves, como a esteatose hepática, que é o acúmulo de gordura no fígado.

• Lesão hepática: A obesidade é um fator de risco para a esteatose hepática não alcoólica, ou "gordura no fígado". A esteatose pode evoluir para esteato-hepatite e, em casos mais graves, para cirrose, que é a causa mais comum de ascite.

• Ciclo vicioso: Em pacientes com ascite, o acúmulo de líquido no abdômen pode causar saciedade precoce e falta de apetite, agravando ainda mais o quadro de desnutrição.

10/11/2025

Como a desnutrição afeta o cérebro e a memória

O impacto no desenvolvimento cerebral devido às
deficiências nutricionais podem levar a um crescimento cerebral anormal, problemas na formação de sinapses e na diferenciação celular.

• Causando o prejuízo cognitivo, como as habilidades como atenção, raciocínio e memória de trabalho são prejudicadas, dificultando o aprendizado e a resolução de problemas.

• As alterações em neurotransmissores, a desnutrição pode causar alterações em estruturas cerebrais e sistemas de neurotransmissores que afetam o reconhecimento social e outras funções cognitivas.

• O risco de declínio cognitivo em adultos, especialmente idosos, a desnutrição pode agravar quadros como demência, acelerando a perda de memória, a confusão e distúrbios de humor.

• O racionamento de energia, em casos extremos, o cérebro pode priorizar funções de sobrevivência, desativando outras para economizar energia. Estudos com animais mostram que o cérebro pode priorizar memórias apetitivas e reduzir a formação de memórias aversivas, como o processo de formação de memórias de medo associadas a experiências perigosas ou traumáticas, que nos permite evitar situações prejudiciais no futuro.

10/11/2025

Intolerância à histamina: quando o corpo reage demais

Você sabia que a intolerância à histamina e a ativação dos mastócitos podem estar por trás de sintomas como dor de cabeça, coceira, vermelhidão, fadiga, taquicardia e desconfortos digestivos, ansiedade, nervosismo e alterações cognitivas? 😣

A histamina é uma substância natural do nosso corpo — essencial para funções como imunidade e digestão. Mas, quando há excesso de histamina (ou dificuldade em quebrá-la), o corpo entra em alerta constante.

👉 Isso pode acontecer por causa de alergias,
inflamações ou disfunção dos mastócitos, células do sistema imune que liberam histamina de forma exagerada.

O resultado?
🔹 Inflamação aumentada
🔹 Sintomas alérgicos persistentes
🔹 Sensação de “corpo sempre reagindo”

💡 O equilíbrio é a chave! Cuidar da alimentação, da saúde intestinal e identificar gatilhos alérgicos ajuda a reduzir a ativação dos mastócitos e melhorar a qualidade de vida.

10/11/2025

OVO, HISTAMINA e IODO: quando o equilíbrio se perde

O ovo é um alimento altamente nutritivo — fonte de proteínas, colina, vitaminas e minerais.
Mas, para quem tem intolerância à histamina ou síndrome de ativação dos mastócitos (MCAS), ele pode se tornar um gatilho inflamatório. ⚡

🔹 Por quê?
Embora o ovo não contenha muita histamina, suas proteínas (como a ovoalbumina) e o iodo natural da gema podem estimular mastócitos a liberar histamina e outros mediadores inflamatórios.

💥 Isso pode causar:
• Aumento da histamina endógena
• Ativação dos mastócitos
• Desequilíbrio nos neurotransmissores, como acetilcolina (que está intimamente ligada à colina presente no ovo)

• E sintomas como:
🔸 Coceira, vermelhidão, urticária
🔸 Inchaço, gases, refluxo
🔸 Ansiedade, insônia, taquicardia
🔸 Névoa mental e fadiga

💡 O iodo, embora essencial à tireoide e ao metabolismo, pode intensificar a liberação de histamina em pessoas sensíveis e agravar sintomas inflamatórios — especialmente quando há ativação mastocitária.

🍳 Dica prática:
• Prefira ovos bem cozidos, pois o calor desnatura as proteínas mais reativas.
• Observe sua resposta individual — nem todos reagem da mesma forma.
• E, se perceber sintomas, busque acompanhamento com um profissional especializado em nutrição funcional

📍 O segredo está no equilíbrio e na personalização — nem todo alimento “saudável” é adequado para todos os organismos.

10/11/2025

Comparação de IGF-1 e IGF-2 em diferentes tipos de leite

1. Leite materno
• IGF-1/IGF-2: Presentes em níveis naturais e totalmente ativos.
• Função: Auxiliam no crescimento do bebê, desenvolvimento do intestino, sistema imunológico e absorção de nutrientes.
• Observações: É o leite ideal para fornecer fatores de crescimento naturalmente.

2. Fórmulas infantis industrializadas
• IGF-1/IGF-2: Não contêm os fatores de crescimento naturais ativos do leite humano.
• Função: As fórmulas podem conter proteínas ou precursores, mas não replicam exatamente os efeitos biológicos dos IGFs.
• Observações: Desenvolvidas para suprir nutrientes essenciais, mas não substituem totalmente o efeito biológico do leite materno no desenvolvimento e crescimento.

3. Leite pasteurizado
• IGF-1/IGF-2: Presentes, mas parcialmente desnaturados devido ao calor da pasteurização.
• Função: Ainda podem ter alguma atividade biológica, mas reduzida em comparação ao leite materno.
• Observações: O aquecimento destrói bactérias, mas diminui parcialmente a atividade de proteínas sensíveis, incluindo IGFs.

4. Leite de caixinha longa vida
• IGF-1/IGF-2: Nveis ativos desses fatores de crescimento são praticamente inexistentes no leite longa vida.
• Observações: IGFs são proteínas sensíveis ao calor, então o tratamento UHT quase totalmente desnatura IGF-1 e IGF-2.

IGF-1 é o principal mediador do GH, enquanto o IGF-2 tem funções mais sutis, especialmente na manutenção de tecidos e regeneração. Ele não é essencial para o crescimento diário, mas ajuda a preservar a integridade de certos órgãos e tecidos.

Alguns estudos referente ao câncer com ligação ao IGF-1 e o IGF-2, e porque grávidas precisam tomar mais leite e produtos lácteos na gestação?

Problemas musculares e ósseos devido a falta de hormônios e cálcio, precisando recorrer a forma sintetica?

E porque demonizam tanto o leite?
A escolha do leite certo é muito importante!
Tudo em excesso faz mal!
Mas a falta de certos hormônios e cálcio é mais prejudicial!

10/11/2025

A má rotação intestinal é, na grande maioria dos casos, uma anomalia congênita, ou seja, um problema de formação durante o desenvolvimento fetal, quando o intestino não gira e se posiciona corretamente na cavidade abdominal.

Embora o posicionamento intestinal errado seja congênito, algumas condições podem simular ou agravar problemas semelhantes, mas não causam “má rotação” verdadeira, como:

• Aderências intestinais
• Volvo ou torção do intestino
• Hérnias congênitas ou adquiridas
• Inflamação crônica, disbiose e SIBO

Dependendo de cada caso pode afetar o intestino causando lesão das vilosidades que reduz a superfície de absorção e, consequentemente, a atividade das enzimas da borda em escova, incluindo:

• Lactase – responsável pela digestão da lactose; encontrada principalmente no jejuno. Deficiência causa diarreia osmótica por lactose.
• Maltase – quebra maltose em glicose; presente no intestino delgado.
• Sucrase – quebra sacarose em glicose + frutose; deficiência causa intolerância a açúcar.
• Isomaltase – atua em dextrinas; deficiência leva a má digestão de amidos.
• Peptidases (dipeptidases e aminopeptidases) – responsáveis pela clivagem final de peptídeos em aminoácidos.
• Enteropeptidase – ativa tripsinogênio em tripsina; lesão intestinal pode prejudicar digestão proteica.

E o glúten (em predisposição) → causa dano adicional à mucosa e piora a deficiência enzimática.

O acompanhamento nutricional integrado é fundamental para restaurar a função intestinal, equilibrar a microbiota e normalizar a digestão com enzimas e absorção de nutrientes, promovendo recuperação da mucosa e melhora da qualidade de vida.

10/11/2025

A pele, é o maior órgão do corpo humano, funciona como uma barreira protetora contra o meio externo. Sua superfície abriga trilhões de microrganismos — como bactérias, fungos e vírus — que compõem a microbiota cutânea.

O intestino e a pele estão conectados por um eixo chamado gut-skin axis 🌿

Eles “conversam” através de:
• Metabólitos microbianos
• Citocinas e células imunes
• Estroboloma (microbiota que regula estrogênio)
• Disbiose (microbiota desequilibrada) → “leaky gut” → produtos bacterianos na circulação → inflamação da pele 🔥

Receptores nucleares: Essas vias são o “telefone biológico” do eixo intestino-pele.
VDR (Vitamin D Receptor), regula indiretamente via estrogênio; relação circular com microbiota.
AhR (Aryl Hydrocarbon Receptor), ativado por metabólitos microbianos, especialmente derivados
do triptofano, mas também por derivados de estrogênio.

• Eles funcionam como “sensores que ligam e desligam genes” importantes para imunidade, barreira intestinal e saúde da pele - Sol ☀️

• Vitamina D + VDR: mantém barreiras da pele e intestino; depende da microbiota para funcionar bem.

• Estroboloma regula níveis de estrogênio → influencia VDR e imunidade.
• Relação circular: microbiota ↔ estroboloma ↔ VDR, AhR ↔ imunidade ↔ pele = equilíbrio da pele.

• Desequilíbrio (deficiência/excesso de vitamina D sem microbiota equilibrada) → pode alterar a expressão de genes imunes e gerar respostas desproporcionais → inflamação crônica, alterações de pigmentação.
• Se há disbiose e os metabolitos de triptofano diminuem, o AhR é menos ativado → menor regeneração tecidual → mais inflamação e infecções

Mensagem-chave: para uma pele saudável, preciso sincronizar microbiota, estroboloma, vitamina D e imunidade 🌸

Fonte
The gut‑skin axis: a bi‑directional, microbiota‑driven relationship with therapeutic potential (Jimenez-Sanchez et al., 2025)
Salem, I. et al. (2018) – “The gut microbiome as a major regulator of the gut-skin axis” (Frontiers in Microbiology, 9:1459).2

10/11/2025

Quando o cérebro enfrenta um verme!

Você sabia que certas tênias (cestódeos) podem manipular o sistema imunológico humano?”

Os parasitas da classe Cestoda (tênias) não apenas causam infecções — "eles também têm estratégias sofisticadas de sobrevivência.”

O genoma do cestódeo contém genes que produzem moléculas secretadas (proteínas, microRNAs e vesículas extracelulares) que modulam a expressão gênica humana.

Na neurocisticercose, o sistema nervoso central é invadido pelas larvas da Taenia solium — um parasita cestódeo (verme achatado do grupo das tênias).

⚔️ As células de defesa do cérebro — microglia, linfócitos, macrófagos e até mastócitos — reconhecem o invasor e liberam citocinas inflamatórias, causando edema, dor de cabeça, convulsões, parestesia, tontura.

Quando a larva morre, a inflamação aumenta ainda mais, e depois o local pode calcificar.

Podem estar ligadas a doenças neurodegenerativas raras, síndromes genéticas, ou outras agressões ao cérebro.

📍 Resumo: As larvas são cestódeos, e a inflamação do corpo para combatê-las é o que provoca grande parte dos sintomas da doença!

Referência:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/23058631/
https://www.frontiersin.org/articles/10.3389/fcimb.2023.1283267/full
Ann Clin Transl Neurol 2018 Apr 10;5(5):630–639. doi: 10.1002/acn3.562

Nutricionista Carla Santiago

21/11/2025

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