15/10/2025
🧠✨
Há um tempo em que pensar se tornou perigo.
Em que a pressa virou fé e a certeza, dogma.
Vivemos cercados por vozes que gritam, mas já não escutam.
Cada frase quer ser sentença. Cada opinião, um altar.
E entre o ruído e o vazio, o pensamento se perde — feito um pássaro que esqueceu o caminho de volta ao ninho.
Edgar Morin falava de uma cabeça bem-feita, e talvez hoje essa seja a mais rara das virtudes: uma mente que não acumula, mas organiza.
Que não repete, mas costura.
Que não busca respostas, mas perguntas.
Leopold Nosek diria que vivemos uma epidemia de convicções.
Um mundo de certezas rasas, onde as almas chegam sempre atrasadas — correndo atrás dos corpos.
E talvez seja isso o mal de nosso tempo: as notícias chegam antes de nós, e quando a alma finalmente alcança o acontecimento, já não há espaço para compreender.
Pensar, hoje, é um ato de resistência.
É duvidar com delicadeza.
É saber errar o caminho, parar antes da porta, esperar a alma se aproximar.
Uma cabeça bem-feita não teme o abismo — ela o atravessa.
Porque compreender não é vencer o caos, é dançar com ele.
E talvez o futuro, se quiser continuar humano, precise reaprender a duvidar.
A sonhar antes de pensar.
A pensar sem matar o sonho. 🌙
Há em toda dúvida um sopro de poesia — e em toda certeza, um pequeno túmulo.
Por isso, talvez, amar e pensar ainda sejam os últimos gestos de coragem.
🌿 Se o mundo te parece barulhento demais, clique no link e respire entre as palavras — lá onde o pensamento ainda tem alma...
https://rennenunes.com/2025/10/15/a-well-made-mind-in-the-age-of-convictions/