15/01/2019
A origem grega da palavra mão é cheir. Essa palavra deu origem a diversas outras que fazem uma relação da mão com a medicina e a arte.
Antigamente a mão era usada para trazer os alimentos até a boca e produzir artefatos destinados ao uso pelas mãos que alteravam seus poderes e capacidades naturais . Nessa época, o gesto e o utensílio se confundiam, mas posteriormente eles passaram a se separar e a ficar cada vez mais distantes.
Atualmente um simples ato de apertar um botão pode construir objetos para uso em nosso cotidiano. Com esse distanciamento, a criação passa a ser jogada toda em cima de aparelhos e a mão passa apenas a operar a máquina, não sendo mais tão hábil quanto fora um dia.
Há um elo entre as mãos e o cérebro. Quando temos as mãos ocupadas em um trabalho manual a mente se acalma. Uma infinidade de processos cognitivos, motores e emocionais ocorrem quando manuseamos um objeto com a finalidade de se realizar algo que as mãos não são capazes de fazer sozinhas.
Todas as ações que de algum modo envolvem as mãos, são primeiramente ações do corpo, que através delas se expressa, interage e modifica o mundo. Podemos “ver” através de nossas mãos. Por meio do tato somos capazes de perceber texturas, formas, peso, sensação térmica, firmeza. Ao sentirmos o mundo com as mãos nos apropriamos das coisas, conferindo a elas materialidade e significado.
De acordo com Jung “Há pessoas que nada vêem ou escutam dentro de si, mas suas mãos são capazes de dar expressão concreta aos conteúdos do inconsciente” . É difícil identificar os limites de sua atuação quando usadas para interagir com o mundo, para comunicar emoções. Mesmo sem perceber, “falamos” com as mãos, gesticulando para complementar nosso discurso ou para expressar ideias que transcendem as palavras.
Com pequenos gestos podemos iniciar grandes mudanças, por isso inspirem-se, reúnam-se e criem coisas com as mãos .