11/05/2021
Quando encontrávamos as pessoas, antes da pandemia, depois dos costumeiros dois beijinhos ou três (para casar), logo recebíamos a pergunta: mas e aí, como você tá?
E a resposta quase sempre era a mesma, ou muito parecida: tudo bem e com você?
Mas e hoje? Está tudo bem? De fato, pode ser que não tenha nada muito grave acontecendo diretamente na sua vida, para dar uma resposta muito diferente de antes... Mas se está tudo bem, por que parece que algumas pessoas, apesar de tantas dificuldades desses nossos tempos, estão se cobrando tanto?
"Preciso me atualizar, enquanto essa pandemia não acaba", "preciso fazer cursos", "vou começar um trabalho manual", "comprei fermento para fazer pão", foram frases que ouvi ao longo desse ano que estamos distantes, algumas pessoas falaram uma só, outras duas, e outras quase todas essas frases.
Depois me contaram que perderam o curso que se matricularam, que o fermento estragou, que as linhas, agulhas e biscuit ficaram no fundo de um armário qualquer e que o curso de francês em 3 meses não durou nem uma semana.
É, acho que a gente tem motivos para não estar tudo bem... Afinal, estamos perdendo muito recentemente... Cá entre nós? Está tudo bem não estar bem. Talvez seja o momento de não se jogar em direção ao mundo, se jogar pra fora, mas fazer um mergulho para dentro, para si. Lembrar daquela música que você ouvia há 10, 15, 20 anos atrás. Fazer aquele almoço que te lembra dos bons momentos. Se permitir ficar debaixo da coberta durante um domingo frio.
Se cuidar, que do mesmo jeito que hoje não precisa estar bem, amanhã pode estar melhor.
Um abraço,
João Bonato