10/03/2018
A IMPORTÂNCIA DO SONHAR (amo esse tema)
Acredito que os sonhos é uma forma de pulsão de vida, é algo que impulsiona o ser humano a continuar a viver, acordar a cada dia e pensar que ainda temos desejos e sonhos a cumprir e lutar por isso.
Conforme Pompéia (2010) o sonho está no íntimo de cada ser humano, cada um com sua peculiaridade, alguns com certa facilidade de expor este sonho, outros com vergonha. Mas se sonhar é bonito, por qual motivo terei vergonha de contar meu sonho? Talvez como o autor sugira seria por parecer que o sonho é frágil?
Sim, mas outro fato que nos remete seria talvez também de um julgamento inicial do outro em relação ao sonho, o que traria um sentimento desagradável ao sonhador, como de pouca importância, mas os sonhos são o que realmente desejamos, podem ser simples como mais presunçosos.
Muitas vezes depositamos demasiada expectativa sob o sonho, e quando este não é concretizado da forma como imaginamos pode gerar um sentimento de vazio, de aflição, ou até mesmo como o autor descreve que quando o sonho dele tornou-se realidade, ele sentia que seu sonho se desmanchava e o sonho realizado não era tão bonito como quando sonhado.
Conforme Prado, Caldas e Barreto (2012) o sonho compreendido como desejo são nossas aspirações e apontam para nossas possibilidades de estar-no-mundo. Nossos sonhos, neste âmbito, são o que mais encarecidamente desejamos, o que desejamos de coração. Por nos serem tão caros, tão especiais, tão íntimos, nossos sonhos nos mobilizam no mundo, nos revelam o sentido para o que fazemos. Por isso, muitas vezes nos decepcionamos diante da impossibilidade de realizarmos determinado sonho, concluímos que são mera irrealidade e não têm importância. Assim, podemos nos tornar desesperançosos ou vivermos a partir da produtividade e da capacidade de consumo conquistada.
Algumas pessoas, talvez por não ter a possibilidade de realizar seus sonhos, perdem a esperança e quando contamos nosso sonho às pessoas assim, logo há um comentário negativo. As pessoas não acreditam em seus próprios sonhos e por isso acham que os dos outros também é impossível de ser realizado.
Esses comentários podem gerar sentimentos autodestrutivos, como se sentir ridículo por possuir um sonho daquele, mas na real estas pessoas estavam presas em seus sonhos mortos, o que as deixavam amargas e com raiva.
Para Pompéia e Sapienza (2010) a morte de um sonho abre espaço para outro sonho nascer e vivermos a partir deste novo sonho, por mais um tempo. Nossa capacidade de sonhar não se perde na morte de um sonho.
Podemos dizer que os sonhos somos nós, são os nossos desejos mais profundos, é a busca da felicidade. Pensemos, todo ser humano sonha com algo, este algo pode ser algum objeto, pessoa, lugar, aspirações, pode envolver o trabalho, namoro, família, e uma imensidão de outros fatores, mas em nosso ponto de vista todos estes se resumem basicamente em poder sentir uma única sensação que seria a felicidade, estar feliz e nada mais.
Então podemos concluir que o sonho é a nossa força interior e os desejos são as consequências desses sonhos, ao qual nos faz levantar a cada manhã e lutar pelos nossos objetivos, acreditando que nada será em vão e apesar da incerteza de concretude estamos felizes por simplesmente estarmos sonhando, que é o que nos impulsiona a continuar a viver. Imagina viver uma vida sem sonhar? Isto não seria viver, mas sobreviver, porque para viver é preciso sonhar.
POMPÉIA, J. A. SAPIENZA, S.T. Na presença do sentido. Uma aproximação fenomenológica a questões existenciais básicas. Educ, São Paulo, 2010.
PRADO, R.A.de Almeida. CALDAS, M.T. BARRETO, C.L.B.T. Clínica psicológica fenomenológica existencial como espaço de resgate do sonho. Psicol. Argum., Curitiba, v. 30, n. 69, p. 307-316, 2012. Disponível em Acesso em 22 de setembro de 2016.