Prof. Dr. Marcelo Steiner

Prof. Dr. Marcelo Steiner Doutor em Ginecologia pela Faculdade de Medicina da Universidade Estadual Paulista (UNESP)

Mestre em Ciências da Saúde pela Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, Santo André – SP. Especialização em Videoendoscopia Ginecológica - Faculdade de Medicina da Fundação do ABC, Santo André – SP.

A história do colesterol é mais complexa do que a divisão entre bom e ruim. O que realmente importa para avaliar risco c...
02/12/2025

A história do colesterol é mais complexa do que a divisão entre bom e ruim. O que realmente importa para avaliar risco cardiovascular é entender como cada partícula carregadora de colesterol que circula no sangue se comporta.
LDL e HDL não são colesterol. São veículos de transporte que juntos movem a maior parte do colesterol do corpo. De maneira geral, o LDL transporta e “fornece” colesterol aos tecidos, e o HDL coleta o excesso e leva de volta ao fígado. Essas partículas podem se “encontrar” no sangue e “trocar” colesterol entre si, o que acaba por tornar mais complexo esse sistema de transporte do colesterol e “derrubar” o raciocínio de bom e ruim. O LDL só se torna um problema quando aparece em excesso, o que favorece o acúmulo nas artérias e aumenta o risco de infarto. Mas ele está longe de ser o único personagem relevante.
A Lp(a) é um exemplo importante. É uma partícula com grande peso genético (familiar) que nos indivíduos em que está aumentada representa um alto risco cardiovascular mesmo quando os outros exames parecem normais. Ela não diminui com dieta, exercício ou medidas tradicionais de controle. Mas devem ser feitas todas as estratégias para diminuição de risco cardiovascular e ser realizado um seguimento de perto!
Os remanescentes também merecem atenção. São partículas grandes, ricas em colesterol e com elevado potencial aterogênico, eventualmente até maior do que o LDL. Muitas vezes não são dosados nos check-ups, mas influenciam bastante o risco real.
O ApoB é outro marcador que pode auxiliar. Em vez de medir o volume de colesterol presente nas partículas, o ApoB revela a quantidade de apolipoproteína B-100, que está presente (uma proteína por partícula) nas partículas responsáveis por causar aterosclerose, ou seja, LDL, VLDL, remanescentes. Ele oferece uma informação diferente do LDL, o número de partículas circulantes, que pode ser útil na avaliação de risco. O HDL não carrega ApoB, mas sim a ApoA-1.
(continua nos comentários)

Neste sábado tive a oportunidade de participar de uma evento de excelência científica sobre obesidade com foco na saúde ...
30/11/2025

Neste sábado tive a oportunidade de participar de uma evento de excelência científica sobre obesidade com foco na saúde hepática. O mensagem foi a importância dos médicos não deixarem de identificar e tratar o quanto antes a doença gordurosa hepática relacionada a disfunção metabólica para evitar os seus desfechos metabólicos, cardiovascular, renal e uma doença nominada como Síndrome Metabólica Cardio-Renal-Diabetica-Hepatica (CARDIAL-MS). Minha participação focou na saúde da mulher. Junto com a endocrinologista, presidente da Cynthia Valério falamos do impacto da doença gordurosa hepática em diferentes fases da vida da mulher, com foco na pós-menopausa. A perda do estrogênio é desastrosa, há perda da proteção hepática, risco para desenvolvimento da doença e para fibrose/inflamacao. Mulheres tem menos doença hepática, mas maior chance de desenvolver fibrose e cirrose, principalmente na pós-menopausa! Agradeço muito o convite feito pelas colegas .marianatorquato, Dra Fernanda Canedo e a pelo brilhante evento!

Não podemos falar de saúde da mulher, principalmente na perimenopausa, sem identificar os riscos do sobrepeso e obesidade!!

25/11/2025

O FDA retirou recentemente os rótulos de advertência das bulas da terapia hormonal - uma excelente notícia! Um único ponto que me chamou atenção foi uma das justificativas mencionada, a sugestão de redução de risco de Alzheimer em 35% quando o tratamento é iniciado na perimenopausa. A referência dessa informação é de uma publicação de 1996!

Quando analisamos os estudos produzidos após o WHI, especialmente aqueles que consideram a janela de oportunidade, o que encontramos é que a terapia hormonal não melhora a cognição, mas também não a prejudica. O efeito é neutro.

Alguns estudos observacionais sugerem um possível benefício com o uso do estradiol isolado, mas esse efeito desaparece quando adicionamos progestagênios, e até o momento não temos ensaios clínicos que confirmem essas hipóteses. Além disso, doenças demenciais degenerativas como Alzheimer têm origem multifatorial, influenciada por genética, envelhecimento, contexto de vida e hábitos — fatores que pesam muito mais do que qualquer intervenção isolada.

Por isso, embora seja importante reforçar que a terapia hormonal não aumenta o risco de demência, também não devemos apresentá-la como estratégia de prevenção. A evidência atual não sustenta essa promessa. Temos que ter responsabilidade para não transformarmos a reposição hormonal numa panaceia! Informação clara e baseada em ciência continua sendo o caminho mais seguro para orientar as mulheres.

A literatura recente reforça o papel da microbiota intestinal na regulação do sono, mediado por rotas metabólicas, imuno...
20/11/2025

A literatura recente reforça o papel da microbiota intestinal na regulação do sono, mediado por rotas metabólicas, imunológicas e neurais.
Metabólitos como os ácidos graxos de cadeia curta (AGCCs) e neurotransmissores derivados do triptofano participam da comunicação entre intestino e cérebro, modulando o ciclo sono-vigília.
Disbioses têm sido associadas a insônia, apneia obstrutiva do sono, distúrbios circadianos e REM behavior disorder.
Intervenções como dietas prebióticas, probióticos, sinbióticos e até transplante de microbiota f***l vêm sendo investigadas com resultados promissores.
Referência: https://doi.org/10.61373/bm025i.0128

17/11/2025

Convite: Participe da gravação ao vivo do 7º episódio do podcast nessa próxima quinta-feira, 20/11 às 20h!

12/11/2025

Reflexão sobre a retirada “Black Box Warning” (advertências de destaques) da Terapia de reposição hormonal. No primeiro momento fiquei feliz, mas lendo a publicação do comissário do FDA (Mark Makary) no JAMA fiquei um pouco preocupado. O artigo coloca percentuais de benefícios com a terapia de reposição hormonais que podem ser questionados. Considerando o grau de desinformação que a rede social propaga e o viés comercial que dita seu algoritmo, tenho receio da Terapia de reposição hormonal entrar num hype perigoso. Temos que escolher o equilíbrio e indicar com precisão para não colocarmos mulheres em riscos desnecessários. Fundamental aprendermos com os erros do passado, não podemos ter um “WHI às avessas”! A terapia hormonal é uma ferramenta formidável e quando associada a mudança do estilo de vida traz inúmeros benefícios. Entretanto, sua indicação deve ser individualizada e compartilhada com a mulher, fundamentando todos os benefícios e riscos.

Na matéria para a Revista CLAUDIA online, vivi na pele o que tantas mulheres descrevem: as ondas de calor da menopausa.U...
05/11/2025

Na matéria para a Revista CLAUDIA online, vivi na pele o que tantas mulheres descrevem: as ondas de calor da menopausa.
Usei um colete que simula essas sensações e compartilhei minhas reflexões sobre o que há por trás desse calor que transforma.

04/11/2025

Você já parou para pensar que o bem-estar vai muito além de hormônios e suplementos?

Um estudo recente acompanhou mais de 2 mil pessoas e mostrou que quem tem uma vida social mais fortalecida, com vínculos, apoio e interação, apresenta um envelhecimento mais favorável!

Em outras palavras, conexão social impacta na sua saúde global e pode ser uma estratégia de longevidade saudável.

Os principais fatores relacionados a esse efeito foram a interação social, as relações positivas com outras pessoas e contribuição social.

Na prática, fortalecer esses vínculos é investir na saúde tanto quanto cuidar do sono, da alimentação e da atividade física.

O “wellness” que ninguém posta é o que acontece fora das redes, nas conversas, nos vínculos e nas trocas reais.

Participação no VIII congresso cearense de GO. Muito feliz de participar desse evento com 4 aulas.Contracepção no Puerpé...
01/11/2025

Participação no VIII congresso cearense de GO.
Muito feliz de participar desse evento com 4 aulas.
Contracepção no Puerpério
Contracepção em mulheres oncológicas
Sangramento Uterino na Perimenopausa
Saúde óssea no Climatério
Como sempre uma oportunidade de troca de conhecimentos e encontros com colegas! Vale a menção da festa temática (anos 60) de 60 anos da . E não faltou a corridinha na fantástica orla de Fortaleza! Obrigado pelo convite , foi ótimo!

O Alzheimer não acomete mais as mulheres. Estudos indicam que cerca de 2 em cada 3 pessoas com Alzheimer são mulheres e ...
30/10/2025

O Alzheimer não acomete mais as mulheres. Estudos indicam que cerca de 2 em cada 3 pessoas com Alzheimer são mulheres e isso vai muito além da hipótese de que seria uma consequência da maior expectativa de vida.
Vários fatores biológicos podem explicar essa diferença:
-Hormônios: Durante a menopausa, a queda do estradiol, principal forma de estrogênio, reduz a proteção cerebral, aumentando a vulnerabilidade à inflamação e à perda de neurônios.
-Genética (APOE4): O principal gene associado ao Alzheimer aumenta mais o risco nas mulheres do que nos homens, mesmo estando presente em ambos os s**os.
-Cromossomo X: Mulheres possuem duas cópias e a expressão desses genes varia, o que pode influenciar risco e proteção cerebral.
Além disso, estudos de patologia cerebral mostram que proteínas como a tau se acumulam de forma diferente em mulheres, contribuindo para um declínio cognitivo mais rápido.
Fatores de estilo de vida também são importantes. Sono inadequado, estresse, depressão, isolamento social e doenças como diabetes têm impacto maior na cognição feminina, o que reforça a necessidade de abordagem preventiva diferenciada.
Outro desafio é o diagnóstico tardio. Mulheres tendem a se sair melhor em te**es de memória, o que pode levar ao subdiagnóstico e ao reconhecimento da doença em estágios mais avançados.
Nos ensaios clínicos recentes, como os de anticorpos antiamiloides lecanemab e aducanumab, apesar de incluírem mais mulheres que homens, a análise por s**o muitas vezes não foi feita. Os efeitos do tratamento podem variar entre homens e mulheres, evidenciando a necessidade de considerar diferenças de s**o em pesquisas e tratamentos.
O caminho a seguir envolve mais pesquisa e atenção às diferenças entre os s**os. É necessário entender por que o Alzheimer afeta as mulheres de maneira diferente, avaliar fatores de risco específicos e buscar terapias que beneficiem ambos os s**os de forma efetiva.
(continua nos comentários)

23/10/2025

Mais do que representar, a FEBRASGO apoia, valoriza e impulsiona o desenvolvimento contínuo dos especialistas em ginecologia e obstetrícia. Está presente na formação, na certificação, na produção científica, nos eventos, nas ações sociais e em tudo que fortalece a prática médica e o vínculo com a sociedade.

Essa presença constante, que acolhe e transforma, é o que inspira o novo posicionamento institucional da FEBRASGO. Porque cuidar da saúde da mulher é uma missão compartilhada.

FEBRASGO, sempre com você!

Alguns exercícios físicos fortalecem mais o esqueleto.O HiRIT, treinamento de resistência e impacto de alta intensidade,...
22/10/2025

Alguns exercícios físicos fortalecem mais o esqueleto.
O HiRIT, treinamento de resistência e impacto de alta intensidade, tem se mostrado uma das estratégias mais eficazes para aumentar a densidade óssea em mulheres na pós-menopausa.
Ensaios clínicos mostram ganhos consistentes de 2% a 4% na densidade mineral óssea da coluna lombar em mulheres com osteopenia ou osteoporose.
E o mais importante: é seguro quando supervisionado.
O estudo LIFTMOR comprovou que oito meses de HiRIT supervisionado não causaram novas fraturas vertebrais, mesmo em mulheres com baixa massa óssea.
O segredo está no estímulo mecânico. O impacto e a carga controlada ativam a formação óssea e reduzem a ação da esclerostina, proteína que inibe esse processo.
Com isso, o corpo responde reforçando a estrutura óssea.
Pesquisas recentes investigam a combinação do HiRIT com medicamentos que também atuam nessa via, como o romosozumab, buscando efeitos aditivos na força óssea.

Baseado em Kumar et al., 2025, revisão sobre exercício e saúde óssea pós-menopausa.

Endereço

Avenida Arnolfo De Azevedo, 84
São Paulo, SP
01236-030

Notificações

Seja o primeiro recebendo as novidades e nos deixe lhe enviar um e-mail quando Prof. Dr. Marcelo Steiner posta notícias e promoções. Seu endereço de e-mail não será usado com qualquer outro objetivo, e pode cancelar a inscrição em qualquer momento.

Entre Em Contato Com A Prática

Envie uma mensagem para Prof. Dr. Marcelo Steiner:

Compartilhar

Share on Facebook Share on Twitter Share on LinkedIn
Share on Pinterest Share on Reddit Share via Email
Share on WhatsApp Share on Instagram Share on Telegram

Categoria