17/11/2025
Desde o tempo em que eu era uma estudante de medicina sempre quis ser psiquiatra e me especializei em Esquizofrenia na Infância e Adolescência.
Percebo que até hoje as pessoas confundem o portador de esquizofrenia com o psicopata, quando na verdade, são condições completamente opostas.
Na minha experiência no Hospital das Clínicas e no meu consultório, garanto que os esquizofrênicos são pessoas ótimas, amorosas e sensíveis, mas que precisam de cuidados e carinho da família e sociedade.
A diferença do psicopata para o esquizofrênico é que o primeiro tem um déficit no campo das emoções. É incapaz de sentir compaixão, sendo totalmente indiferente em relação ao próximo. A cada 25 pessoas, uma é perversa, desprovida de culpa e capaz de passar por cima de qualquer ser humano para satisfazer os próprios interesses. Os psicopatas são 4% da população. E não há cura para eles.
Já o esquizofrênico é o oposto, tem afeto em excesso, é extremamente sensível e, de tanto sentir e não se expressar, acaba enlouquecendo. E para a esquizofrenia há tratamento.
A esquizofrenia precisa ser tratada com rapidez e acompanhamento médico constante para garantir uma qualidade de vida ao paciente com menos sofrimento. O tratamento, em qualquer caso, tem que ser feito até o fim da vida.
Dra. Maria Cristina Ferrari
CRM-SP 21.030
Especialista em Psiquiatria Infantil pela Faculdade de Medicina da USP.