10/11/2025
Dica de Leitura do 4.
A morte súbita do terapeuta e o vínculo que permanece - a partir do artigo de Garcia-Lawson, Lane e Koetting, 2000.
Quando um terapeuta morre de forma inesperada, o que se rompe não é apenas o atendimento — é o vínculo de apego que sustentava o espaço emocional do paciente.
O estudo de Garcia-Lawson, Lane e Koetting (2000) revela a profundidade desse impacto: a perda súbita do terapeuta desperta reações de luto intensas, que incluem confusão, raiva e sensação de abandono.
Sob a lente da Teoria do Apego, essa experiência se torna mais compreensível: o terapeuta é, muitas vezes, vivido como uma figura de base segura, cuja ausência reativa antigos modelos de perda e desamparo.
A ruptura abrupta impede que o vínculo possa ser elaborado, interrompendo o processo natural de integração e despedida. Nesse sentido, pensar sobre a própria finitude é também um gesto de cuidado ético: preparar substitutos, deixar orientações e nomear o impensável são formas de oferecer previsibilidade — o que Bowlby chamaria de continuidade de apego.
Cuidar do outro, afinal, é também cuidar de como partimos.
O vínculo terapêutico, mesmo diante da morte, não desaparece: ele se transforma em presença interna, memória afetiva e fonte de segurança que permanece viva dentro do paciente.
O link para ler o artigo está disponível em nossa bio.
Boa leitura!