21/11/2025
Um dos aspectos mais tristes da cultura do exercício punitivo é ver como, para muitas pessoas, o movimento deixou de ser prazer para virar culpa, frustração e comparação. O que nasceu como uma forma natural de expressão do corpo passou a ser usado como ferramenta de controle. O corpo, que foi feito para se mover por curiosidade, alegria e energia, foi ensinado a se mover por dívida.
Nosso corpo gosta de movimento. Ele se sente vivo quando anda, dança, alonga, respira fundo. O movimento é uma linguagem do corpo com o mundo, um jeito de aliviar o que pesa e celebrar o que pulsa. Mas quando o exercício é guiado por cobranças externas e por metas inalcançáveis, o prazer se perde. O que era liberdade vira obrigação. O que era leveza vira julgamento.
O Exercício Intuitivo nasce como um convite para reconectar o corpo ao prazer de se mover. Uma nova forma de enxergar a atividade física, baseada na escuta e na gentileza. Aqui, o movimento não serve para moldar o corpo, mas para cuidar dele. Não é uma tarefa, é um diálogo. Um espaço de reconciliação entre o corpo e a mente.
Reconectar-se com o corpo é permitir que o movimento volte a ser o que sempre foi: simples, possível e humano. É sair da lógica do desempenho e entrar no campo da presença. É se mover porque faz bem, porque traz leveza, porque lembra que você está vivo.
O exercício pode, sim, ser prazer. Basta devolver a ele o que sempre foi seu por direito: o poder de escolha, a escuta e o cuidado.