Psicóloga Jéssica Tuanne

Psicóloga Jéssica Tuanne Psicóloga Clínica atuante da abordagem Psicanalítica

o impressionismo nasceu da luz, da tentativa de capturar o instante antes que desapareça. os impressionistas não pintava...
04/09/2025

o impressionismo nasceu da luz, da tentativa de capturar o instante antes que desapareça. os impressionistas não pintavam o que viam, mas o que sentiam ao olhar. e entre as mulheres com guarda-chuvas de Monet, encontro esse mesmo instante efêmero que, quando bem observado, pode durar para sempre.

aqui, me costuro às cores e às sombras do momento, àquela manhã em Paris, e me deixo formar pelos espaços que surgem, pela arte de enxergar possibilidades. 🤍

De tempos em tempos, surge nas redes um novo “desejo coletivo”.  E, dessa vez, é o “morango do amor” que consiste na fru...
24/07/2025

De tempos em tempos, surge nas redes um novo “desejo coletivo”. E, dessa vez, é o “morango do amor” que consiste na fruta fresca envolta por brigadeiro branco e coberta por caramelo vermelho, tendo como referência à maçã do amor. Já vi embalado por vídeos bem editados, sorrisos satisfeitos e a promessa de uma experiência inesquecível.

Mas o que faz esse doce virar febre? O sabor, ou o desejo de pertencer?

Na psicanálise, sabemos que o desejo não nasce do objeto em si, mas do olhar do Outro.

O que isso quer dizer? Que não é o morango que se deseja, mas a experiência de estar incluído, de fazer parte.

O fenômeno do “morango do amor” escancara o quanto nosso desejo pode ser capturado pela lógica do Ideal do Eu, conceito freudiano que se refere à instância psíquica que orienta o sujeito a buscar aquilo que acredita que deve ser, a partir da identif**ação com as imagens idealizadas que circulam no campo social.

E as redes sociais, com seus algoritmos, impulsionam exatamente esse ponto: não basta ser, é preciso parecer estar dentro da tendência. Comer o morango não é sobre o gosto, mas sobre performar um pertencimento.

Lacan também nos alerta sobre o gozo: aquilo que vai além do prazer, que toca no excesso, no imperativo do “você tem que experimentar”. Há algo de compulsivo no consumo do que viraliza.

O sujeito é convocado a g***r, mesmo que não deseje de verdade. “Todo mundo está provando, você ainda não?” é a mensagem subliminar que pulsa a cada story repostado, a cada vídeo que viraliza.

O “morango do amor” se torna então um signif**ante de pertencimento. Uma metáfora comestível do supereu contemporâneo: “goza, aparece, compartilha”.

É preciso cuidado. Porque o desejo, quando capturado por essa lógica do Outro, pode se transformar em angústia. Afinal, quanto mais se tenta seguir o que o Outro quer, menos se escuta o que de fato se quer.

Talvez a pergunta mais pertinente diante dessas febres seja:

Se ninguém estivesse postando, eu ainda desejaria por isso?

Jéssica Tuanne

O silêncio também fala.Escutar não é só ouvir palavras. É acolher o que pulsa mesmo quando não se diz. 🤍
05/06/2025

O silêncio também fala.
Escutar não é só ouvir palavras.
É acolher o que pulsa mesmo quando não se diz. 🤍

Falar sobre o sentir. Sobre sentido. Como estamos elaborando os nossos sentimentos?A gente não tem tempo nem de chorar m...
21/02/2025

Falar sobre o sentir. Sobre sentido. Como estamos elaborando os nossos sentimentos?

A gente não tem tempo nem de chorar mais. A sensação é que a vida corre desenfreada, e nós tentamos acompanhá-la sem fôlego. Atropelando tudo e a si mesmo.

Vamos guardando os sentimentos, acumulando raivas, frustrações, ciúmes, insatisfações. Deixamos para lá e seguimos em frente. Cuidado para não tropeçar naquilo que finges não sentir!

Lacan nos ensinou que o inconsciente é estruturado como uma linguagem, mas o que acontece quando não damos palavras ao que sentimos?

Vemos um aumento cada vez mais signif**ativo de pessoas com depressão, ansiedade, crises de pânico, transtornos de imagem… e então vêm os remédios: toma-se para dormir, para acordar, para se acalmar, para focar. Para tudo.

O tempo nos pede para esvaziar, criar espaço dentro de nós.
O tempo pede silêncio, mas conseguimos nos escutar?
O tempo pede calma, mas corremos para fugir de nós mesmos.

“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa. Põe quanto és
No mínimo que fazes.”
— Fernando Pessoa

Precisamos nos permitir sentir. Não nos bastar de metades, mas ser inteiros naquilo que somos—com as dúvidas, as contradições, os vazios que nos habitam. Perceber o que estamos com-sumindo – de comida a pensamentos, de hábitos a relações.

Qual foi a última vez que você respirou fundo, de verdade? Quando foi a última vez que olhou para dentro sem medo do que encontraria?

Sentir é ousar a desvendar o labirinto da alma.
Te convido a desvendar o seu!
 
Um abraço!
Jéssica Tuanne

O dia se dissolve na noite,e na perda, o desejo se revela:é no vazio que algo toma forma.Jéssica Tuanne
18/11/2024

O dia se dissolve na noite,
e na perda, o desejo se revela:
é no vazio que algo toma forma.

Jéssica Tuanne

o tempo do inconsciente é o tempo da eternidade, onde o passado e o futuro se encontram no presente. Aquilo que somos ho...
13/11/2024

o tempo do inconsciente é o tempo da eternidade, onde o passado e o futuro se encontram no presente. Aquilo que somos hoje é tecido pelo fio do tempo, e cada momento carrega em si o peso de tudo o que foi e a promessa de tudo o que será.

Jéssica Tuanne

E quando a dor dilacera e rasga o peito? E quando se torna um desafio levantar-se e sustentar-se?O que podemos fazer dia...
11/11/2024

E quando a dor dilacera e rasga o peito? E quando se torna um desafio levantar-se e sustentar-se?
O que podemos fazer diante disso?

Na clínica, é comum acolhermos pacientes em crises emocionais, como pedidos de socorro, implorando para que alguém tire essa dor do peito, de qualquer forma, o mais rápido possível. Mas, infelizmente, não há receita mágica — e desconfie de quem diz que tem.

Leva tempo. Falar sobre o que se sente leva tempo. E compreender o que se sente exige ainda mais. Temos a tendência de fugir do desconhecido, de seguir por caminhos familiares, mas isso nem sempre signif**a algo bom. Por mais complexo que pareça, o sujeito muitas vezes encontra certo gozo nessa repetição.

“Eis porque podemos conceber que o prazer seja violado em sua regra e seu princípio, porque ele cede ao desprazer. Não há outra coisa a dizer – não forçosamente à dor, e sim ao desprazer, que não quer dizer outra coisa senão o gozo”
(Lacan, 1969-70, p. 81).

Avançar na direção do que realmente importa não depende da ausência de emoções difíceis, mas da aceitação delas. É preciso falar da dor que parece estar além das palavras, é preciso entender esse sintoma, sem recuar.

Podemos pensar que a dor é uma forma do inconsciente se manifestar, revelando algo sobre o desejo e a verdade do sujeito. Quando trazida à linguagem e à escuta analítica, essa dor pode ser desdobrada e compreendida, mas sem pressa. Aceitar esse processo é reconhecer a própria força, apropriar-se do que se é e dos traços que a vida deixou — e isso leva tempo. Talvez seja uma filosofia de vida.

Toda dor que cura deixa um rastro de força.

Jéssica Tuanne

hoje quero mostrar pra vocês de quem eu também sou parte. de onde eu vim e me construir. de onde também eu volto e me re...
12/05/2024

hoje quero mostrar pra vocês de quem eu também sou parte. de onde eu vim e me construir. de onde também eu volto e me refaço. amor que é sem medida, que sou movida e abastecida. meu desmedido amor, as homenagens não cabem nas palavras. neste dia que é simbólico, quero dizer que todo dia você é. feliz dia das mães! ❤️

sobre a busca incessante de se encontrar em algum lugar que não seja dentro de si.
26/01/2024

sobre a busca incessante de se encontrar em algum lugar que não seja dentro de si.

Existem muitas camadas sobre o que aconteceu com a Vanessa Lopes no programa BBB24. A vimos em muitos momentos com falas...
19/01/2024

Existem muitas camadas sobre o que aconteceu com a Vanessa Lopes no programa BBB24. A vimos em muitos momentos com falas desconexas, comportamentos estranhos e muito padecimento emocional. Visivelmente não estava conseguindo elaborar e lidar com as suas emoções dentro do confinamento, lugar marcado pela competição e estratégias de sobrevivência numa casa, principalmente nas relações pessoais, lhe causando um grande estresse.

Nosso psiquismo tem tendência a estabelecer nexos de compreensibilidade como uma forma de elaboração psíquica que temos desde a infância, com a função de fazer a leitura e compreensão de tudo que nos acontece. Se porventura acontecer uma situação nova e estressante, e não tivermos estes instrumentos necessários para essa elaboração saudável, essa compreensibilidade f**a limitada, gerando a angústia e a instabilidade psíquica.

A ausência dos nexos de compreensibilidade pode causar equívocos, dificuldades de distinguir o que é verdadeiro e falso e as conclusões desassociadas da realidade costumam se manifestar. Ou seja, a compreensão da realidade f**a esvaziada e o que ocupa esse vazio certamente não é coisa boa. No lugar da construção do nexo da compreensibilidade, pode se presentif**ar o delírio. Lacan diz que é um vazio enigmático de signif**ação. (Seminário 3, p.545)

Não é possível fazer qualquer diagnostico de momentos fragmentados e esse post não tem esse objetivo. Chamo aqui a atenção desse reflexo de um sistema adoecido. A “jogadora” não suportou a pressão e isso implica em tantas outras fragilidades emocionais que possivelmente já entraram com ela na casa e se manifestaram através de gatilhos. O certo é que a participante precisa, nesse momento, de acolhimento, respeito e empatia. Saúde mental não é piada, não é para ser subjugada e é preciso ser levada muito a sério. Esperemos que essa experiência exposta em rede nacional traga à tona mais visibilidade, atenção e cuidado com esse problema.

Endereço

Salvador, BA

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