Dr. Rodrigo Lemos

Dr. Rodrigo Lemos Sócio e Obstetra de Parto Humanizado na Clínica Iluminare

O plano de parto é, antes de tudo, uma ferramenta de diálogo. Ele não existe para impor verdades absolutas ou criar um r...
03/12/2025

O plano de parto é, antes de tudo, uma ferramenta de diálogo. Ele não existe para impor verdades absolutas ou criar um roteiro inflexível, mas para abrir espaço para conversas sinceras sobre desejos, limites, receios e expectativas em torno do nascimento.

Quando construído com consciência e orientação, o plano de parto ajuda a mulher a refletir sobre suas escolhas e a equipe a compreender melhor como acolhê-la. Ele não substitui o cuidado clínico, nem invalida decisões técnicas. Pelo contrário, é justamente por reconhecer a complexidade do parto que essa construção compartilhada se torna tão valiosa.

É importante lembrar que o nascimento envolve variáveis que nem sempre podem ser previstas. Por isso, o plano de parto precisa ser uma bússola, não uma sentença. Flexível o bastante para respeitar a natureza do processo, mas firme na defesa da autonomia da mulher.

Mais do que um documento, ele pode se tornar um espaço de escuta e vínculo. Quando a equipe se dispõe a ouvir com atenção e a mulher sente que sua voz é respeitada, o cuidado se torna mais seguro e mais humano.
Porque o plano de parto só funciona quando se transforma em ponte, e não em parede.

Durante muito tempo, a presença médica na assistência ao parto foi associada à ideia de controle. Era esperado que o obs...
30/11/2025

Durante muito tempo, a presença médica na assistência ao parto foi associada à ideia de controle. Era esperado que o obstetra conduzisse o nascimento como quem comanda um processo linear e previsível. Mas o nascimento não é linha reta, não é roteiro. É fluxo. É corpo. É encontro.

Há uma grande diferença entre conduzir e controlar. Conduzir é estar presente com atenção, escuta e preparo. É saber quando agir e, principalmente, quando não agir. Controlar, por outro lado, parte da ideia de superioridade, de quem impõe um caminho único baseado na lógica do controle absoluto do tempo e do corpo da mulher.

A medicina tem muito a oferecer na assistência ao parto, especialmente em situações que envolvem risco ou necessidade de intervenção. Mas isso não significa que o médico deva se sobrepor ao processo fisiológico ou à vontade da mulher. Pelo contrário. Estar ao lado, orientar com base em evidências e respeitar o ritmo da parturiente é também exercer a medicina com excelência.

É tempo de repensar o papel do obstetra. É tempo de presença consciente, não de domínio. A condução respeitosa é uma escolha ética que reconhece o nascimento como um acontecimento humano, não apenas clínico.

A sala de parto é um espaço onde a intensidade do momento pode se expressar de muitas formas. Há choro, há medo, há tens...
27/11/2025

A sala de parto é um espaço onde a intensidade do momento pode se expressar de muitas formas. Há choro, há medo, há tensão. Mas também há sorrisos, acolhimento e, muitas vezes, leveza.

Ao longo dos anos, percebi que o bom humor sincero e respeitoso pode transformar o ambiente do nascimento. Quando uma mulher se sente à vontade para sorrir, quando uma equipe se permite rir junto, algo muito profundo acontece. A tensão se dissolve, o medo dá lugar à confiança, e o corpo responde com mais fluidez ao processo do nascer.

Sorrir não significa banalizar a seriedade do momento. Significa reconhecer que o nascimento também é um espaço de vida pulsante, de vínculos verdadeiros e de emoções que curam.

Levar leveza para o centro obstétrico é lembrar que cuidar não é apenas intervir tecnicamente, mas também criar um ambiente onde a mulher se sinta segura para ser quem ela é.

A ciência comprova o que a experiência confirma: a humanização passa também pela forma como nos relacionamos. E o afeto, expresso num sorriso, é uma das formas mais potentes de cuidado.

Nem sempre o corpo fala em palavras. Às vezes ele sussurra por meio de uma pausa mais longa entre as contrações, de um o...
21/11/2025

Nem sempre o corpo fala em palavras. Às vezes ele sussurra por meio de uma pausa mais longa entre as contrações, de um olhar que busca segurança ou de um silêncio que pede acolhimento. E ouvir esses sinais é uma das formas mais profundas de exercer a medicina com respeito, presença e sensibilidade.
Na humanização do parto, a escuta ativa não se limita à história clínica ou aos parâmetros técnicos. Ela inclui o tempo da mulher, o seu ritmo, as suas emoções, o seu corpo em transformação. E, principalmente, a sua capacidade de intuir e expressar o que precisa.
Quando a medicina escuta, ela reconhece a sabedoria corporal que conduz o processo do nascer. Ela entende que nem tudo precisa ser apressado, conduzido ou controlado. Que há força no silêncio, valor no tempo e sentido na espera.
Conduzir um parto com essa escuta exige disponibilidade e entrega. É estar atento não apenas ao que é dito, mas também ao que é sentido. Porque quando o corpo fala, ele traz consigo a linguagem mais primitiva da vida. E a medicina que escuta com o coração consegue responder com mais respeito, cuidado e presença.

Nem todos os bebês conseguem esperar 37 semanas. E quando o nascimento chega antes da hora, ele carrega consigo urgência...
17/11/2025

Nem todos os bebês conseguem esperar 37 semanas.
E quando o nascimento chega antes da hora, ele carrega consigo urgências, medos e uma nova rotina que se antecipa aos sonhos dos pais.

A prematuridade é uma realidade silenciosa e urgente. No Brasil, aproximadamente 340 mil bebês nascem prematuros por ano, o que representa um a cada dez nascimentos antes das 37 semanas, segundo o Ministério da Saúde.
Mas falar sobre prematuridade é ir além das estatísticas. É reconhecer que ela não é apenas uma questão neonatal, mas também obstétrica, social e emocional.

Muitos casos podem ser prevenidos com um pré-natal atento, contínuo e empático. A escuta ativa, o acolhimento e a vigilância clínica são pilares de uma obstetrícia comprometida com a proteção da gestação e da mulher.
O cuidado começa antes do nascimento. E é sobre esse cuidado integral que me proponho a falar: proteger o bebê, mas também acolher a mãe, suas histórias, sua realidade e o contexto onde tudo acontece.

Que o Novembro Roxo nos convide à consciência e ao compromisso de oferecer mais do que consultas.
Oferecer presença, respeito e vigilância amorosa para que cada bebê nasça no seu tempo certo, com dignidade e amparo.

Fonte: https://jornal.usp.br/campus-ribeirao-preto/parto-prematuro-gera-sequel as-para-o-resto-da-vida/

O Novembro Azul é mais do que um alerta sobre o câncer de próstata. É um convite para um novo olhar sobre a saúde mascul...
11/11/2025

O Novembro Azul é mais do que um alerta sobre o câncer de próstata. É um convite para um novo olhar sobre a saúde masculina, que ainda enfrenta resistências culturais, silêncios históricos e barreiras emocionais.

Falar sobre cuidado, prevenção e autoconsciência é também falar de responsabilidade afetiva, de paternidade ativa e de presença real na vida daqueles que amamos. Homens que se cuidam não apenas vivem mais, mas vivem melhor. E, ao fazerem isso, inspiram filhos, irmãos e amigos a fazerem o mesmo.

Na obstetrícia, o cuidado com o homem começa antes do nascimento do filho. No pré-natal, quando ele escolhe participar, apoiar, aprender e dividir. No parto, quando está presente de corpo inteiro. No pós-parto, quando entende que amar também é cuidar e se deixar cuidar.

Mais do que reforçar a importância de exames regulares, este post é um chamado para ampliarmos a ideia de masculinidade e entendermos que saúde é um ato de coragem, conexão e amor.
Que este mês nos lembre que nenhum homem precisa caminhar sozinho. Falar sobre saúde é, também, um gesto de amor coletivo.
Vamos juntos transformar essa história.

Nem todo nascimento é apenas biológico. Muitos são também rituais, passagens que nos conectam a algo maior do que a razã...
06/11/2025

Nem todo nascimento é apenas biológico. Muitos são também rituais, passagens que nos conectam a algo maior do que a razão consegue explicar.

Em cada parto que acompanho, há um instante silencioso em que tudo se alinha: o corpo da mulher, a presença da equipe, a luz do ambiente, os sons contidos, a respiração suspensa. É nesse instante que o nascimento deixa de ser apenas fisiologia e se torna um acontecimento sagrado. Não sagrado no sentido religioso, necessariamente, mas na profundidade do que é simbólico, humano e ancestral.

Para algumas mulheres, esse momento é vivido com fé. Para outras, com conexão profunda consigo mesmas, com a natureza ou com a linhagem de mulheres que vieram antes. Todas essas expressões são legítimas e merecem ser respeitadas.

A espiritualidade no parto não se impõe. Ela nasce no espaço que se abre entre a escuta, o silêncio e o respeito. Cabe a nós, profissionais, sustentarmos esse campo com delicadeza e humildade, reconhecendo que há forças atuando que vão além da técnica.

Acolher esse aspecto do nascimento é cuidar também do invisível, do intangível, daquilo que toca a alma e transforma a experiência em memória viva.

A formação médica é rica em protocolos, diretrizes e técnicas. Aprendemos sobre anatomia, farmacologia, condutas clínica...
03/11/2025

A formação médica é rica em protocolos, diretrizes e técnicas. Aprendemos sobre anatomia, farmacologia, condutas clínicas e cirúrgicas. Mas, ao longo dos anos, fui entendendo que há habilidades que não cabem nos livros, mas fazem toda a diferença no cuidado durante o nascimento.

Estar presente com genuína atenção. Saber silenciar para ouvir, de fato, o que o corpo e o coração daquela mulher estão dizendo. Ter calma para esperar o tempo fisiológico, sem imposições. E sobretudo, praticar a humildade de compreender que, no parto, o protagonismo é da mulher.

A empatia não se ensina em uma sala de aula. A sensibilidade para perceber o que está além do exame físico também não. São construções diárias, alimentadas pelo respeito, pela escuta e por experiências compartilhadas.
A humanização exige uma presença que acolhe, que respeita os silêncios e que valoriza cada gesto invisível. Não se trata de uma técnica, mas de uma postura diante da vida.

E é essa presença invisível, silenciosa e profunda que transforma o cuidado. Porque, no nascimento, o que não se vê com os olhos também molda a experiência. E isso, a gente só aprende vivendo e sentindo.

Antes de cada nascimento, existe um cuidado silencioso que começa muito antes da primeira contração. Nos bastidores da a...
31/10/2025

Antes de cada nascimento, existe um cuidado silencioso que começa muito antes da primeira contração. Nos bastidores da assistência, enquanto ainda não há câmera ligada, monitor apitando ou bebê nos braços, há uma equipe se preparando em silêncio.

Organizar materiais, revisar protocolos, alinhar decisões e ajustar pequenos detalhes fazem parte de um ritual invisível, mas essencial. São gestos que nem sempre aparecem nas fotos, mas que fazem toda a diferença quando o momento chega.

Esse cuidado prévio é parte da humanização que tanto valorizamos. Porque estar presente de verdade exige planejamento. Exige respeito pelo tempo da mulher, pelo ritmo do nascimento, pela singularidade de cada história.

Não se trata apenas de técnica, mas de intenção. De compromisso com um ambiente seguro, acolhedor e funcional. Quando a equipe se conecta antes mesmo de entrar em cena, é possível oferecer uma assistência mais harmônica, respeitosa e eficiente.

O cuidado começa quando ninguém está olhando. E é exatamente aí que ele mostra sua força.

A terceira fase do parto, que corresponde à saída da placenta, é um momento tão importante quanto o nascimento do bebê. ...
28/10/2025

A terceira fase do parto, que corresponde à saída da placenta, é um momento tão importante quanto o nascimento do bebê. Apesar de muitas vezes receber menos atenção, ela é parte essencial do processo e merece ser conduzida com respeito e paciência.

O corpo feminino foi preparado para este momento. Quando o bebê nasce e vai para o colo da mãe, hormônios como a ocitocina continuam sendo liberados, favorecendo o descolamento natural da placenta. Esse processo fisiológico é uma forma inteligente do corpo proteger a mulher, reduzindo riscos de sangramentos e favorecendo uma recuperação mais segura.

Apressar a saída da placenta ou intervir sem necessidade pode interromper essa sequência natural e aumentar os riscos. Por isso, respeitar o tempo do corpo significa confiar na sua capacidade de completar o ciclo do parto de forma espontânea, sempre com monitoramento atento e cuidado profissional.

Valorizar essa etapa é parte do compromisso com um parto verdadeiramente humanizado. Porque cada fase do nascimento, inclusive o momento em que a placenta se desprende, carrega sua própria sabedoria, seu próprio tempo e seu próprio sentido de cuidado.

Respeitar as pausas entre as contrações é respeitar a fisiologia do parto. Esses intervalos não são apenas momentos de d...
22/10/2025

Respeitar as pausas entre as contrações é respeitar a fisiologia do parto. Esses intervalos não são apenas momentos de descanso, mas sim partes fundamentais do processo natural. Durante cada pausa, o corpo se reorganiza, o bebê recebe oxigênio, os hormônios se equilibram e a mulher encontra espaço para respirar, se recuperar e se reconectar consigo mesma.

O trabalho de parto acontece em ondas. Existem momentos de intensidade e momentos de alívio. Esse ritmo não é por acaso. Ele é uma estratégia inteligente do corpo para proteger a saúde da mãe e do bebê.
Quando oferecemos um ambiente que acolhe essas pausas com calma, segurança e liberdade de movimento, contribuímos para um parto mais fluido e respeitoso. Isso significa não apressar o processo, não interferir sem necessidade e confiar no tempo do corpo.

Cada intervalo entre as contrações é uma oportunidade de encontrar forças, reorganizar as emoções e seguir em frente com mais presença e consciência. O parto é uma travessia, e cada pausa faz parte desse caminho.

Endereço

Ed. Central Pinheiro/Avenida Anita Garibaldi, 1211/sala 702/Ondina
Salvador, BA
40170-130

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