15/04/2019
Na era da internet e da fácil divulgação de qualquer tipo de conteúdo, devemos tomar cuidado com as informações que circulam por aí. É lamentável a entrevista concedida por um médico, fazendo declarações que fogem da sua especialidade e área de atuação. Claramente, ele não conhece os protocolos da Sociedade Brasileira de Mastologia que se fundamentam nos principais estudos existentes sobre o câncer de mama, seu diagnóstico e tratamento.
Achamos válido refutar alguns pontos comentados na entrevista.
1. Realmente não existe prevenção primária no câncer de mama, e nenhum sociedade séria prega isso. Falamos sempre em prevenção secundária: a detecção precoce, cuja maior arma é a mamografia.
2. A mamografia diminuiu em até 30% a mortalidade por câncer de mama. Estudos sérios, grandes e de longa data confirmam essa informação. Existem algumas controvérsias em relação idade de início e periodicidade, porém no mundo todo existem programas organizados para rastreamento, baseados na realização da mamografia de rotina.
3. O auto exame só é capaz de detectar o tumor quando palpável. Os tumores menores de 1cm, que tem maiores chances de cura passam despercebidos. Como consequência, a paciente pode necessitar de tratamentos mais agressivos e mutiladores.
3. A radiação utilizada na mamografia é mínima e quando feita sob recomendação médica especializada tem mais benefícios que riscos.
4. Não há qualquer evidência científica que a biópsia de uma lesão benigna leve ao desenvolvimento de um tumor maligno.
Em caso de dúvidas, consulte um médico mastologista de sua confiança. Profissionais capacitados e que estudaram anos e anos para levar o que existe de mais concreto, seguro e moderno para suas pacientes, com ética e humanismo.