Domande sull’Aldilà

Domande sull’Aldilà Le domande sull'aldilà sono benvenute. Vogliamo condividere con chi è interessato tutto ciò che abbiamo imparato dagli spiriti sul mondo spirituale.

15/11/2025

A Viagem do Princípio Inteligente
O céu da manhã de sábado estava de um azul suave, com nuvens leves que pareciam ovelhas pastando. Carlina e Mattia tinham decidido passar o dia no parque da cidade, entre árvores altas e um lago que refletia o sol como um espelho trêmulo.
Levaram mochilas, livros, dois sanduíches e – obviamente – Pasqualino, que jamais permitiria ficar de fora de uma aventura.
O gato, na coleira apenas nos primeiros cinco minutos, logo se soltou e começou a perseguir as folhas levadas pelo vento. A cada salto parecia querer capturar o próprio segredo da natureza.
— “Ele é incansável”, riu Mattia. “Acho que, se pudesse, perseguiria até as estrelas.”
— “E talvez até as pegasse de verdade”, acrescentou Carlina, sentando-se na grama.
Depois abriu um livro já gasto: O Livro dos Espíritos.
Folheou algumas páginas.
— “Veja aqui, Mattia. Kardec fala do princípio inteligente que já existe nos seres mais simples. É como uma semente que cresce, passa por várias formas de vida… e depois se torna espírito humano.”
Mattia deitou-se com as mãos atrás da cabeça.
— “É fascinante. É como pensar que cada pedra, cada fio de grama, faz parte de uma longa história. Não um ponto final, mas um começo.”
Carlina observou um pequeno formigueiro ao lado deles: centenas de minúsculos corpos movendo-se coordenados, incansáveis, como uma orquestra única.
— “Então até essas formigas têm dentro de si uma centelha que um dia se tornará consciência?”
— “Exato”, respondeu Mattia. “Não de imediato. É um caminho longo. Mas cada passo conta.”
Pasqualino, curioso, enfiou o focinho no formigueiro. Um instante depois pulou para trás, assoprando, perseguido por uma dezena de formigas irritadas.
Carlina riu até lacrimejar.
— “Eis a contribuição do nosso explorador: atrapalhar a evolução!”
O vento mudou de direção.
Carlina sentiu um arrepio correr no ar, como se a própria luz tivesse ficado mais densa.
Mattia endireitou-se, atento.
Perto do lago apareceu uma figura: um homem idoso, de olhos claros e túnica simples da cor da areia. Seu rosto era sereno, e as mãos abertas pareciam trazer paz.
Carlina prendeu a respiração.
— “Quem é você?”
— “Um amigo”, respondeu o homem. “Vim mostrar-lhes algo que vocês já intuíram. O caminho do princípio inteligente.”
Mattia inclinou-se levemente em sinal de respeito.
— “Queremos entender como a vida se transforma, passo a passo.”
O homem sorriu e fez um gesto em direção à água.
De repente, a superfície do lago tornou-se um espelho vivo.
Viram minúsculas faíscas movendo-se entre as pedras no fundo: lampejos que pareciam pensamentos adormecidos.
— “Esta é a fase elementar”, explicou o homem. “O princípio inteligente experimenta a matéria inerte, aprendendo as primeiras leis: peso, resistência, coesão. É como uma escola silenciosa.”
As imagens mudaram: agora eram algas ondulando, depois flores abrindo-se ao sol, árvores estendendo os ramos ao céu.
— “No reino vegetal”, continuou, “o princípio aprende o ritmo da vida: nascer, crescer, transformar-se. Aqui a inteligência ainda dorme, mas escuta a música do cosmos.”
Carlina abraçou os joelhos.
— “É pura poesia.”
— “Cada fio de grama é uma lição”, acrescentou Mattia.
A água se moveu novamente.
Apareceram animais: insetos laboriosos, pássaros em voo, golfinhos saltando entre as ondas.
— “No reino animal”, disse o homem, “o princípio inteligente desperta. Aqui nascem o instinto, o afeto, a memória. Um cachorro que ama seu dono, um pássaro que reconhece o ninho: tudo prepara a etapa seguinte.”
Pasqualino, como se tivesse entendido, estufou o peito e soltou um “miau” orgulhoso.
O homem riu suavemente.
— “Aqui está um exemplo de princípio inteligente que já desenvolve individualidade, afeto, vontade. Está perto do limite.”
Carlina o acariciou na cabeça.
— “Quer dizer que até ele, um dia muito distante, poderá tornar-se espírito humano?”
— “Sim”, respondeu o homem. “Toda criatura caminha em direção à consciência mais alta. Não é uma corrida, é uma viagem eterna.”
O lago agora mostrava cenas humanas: homens escrevendo, construindo cidades, amando, lutando.
— “No reino humano”, disse o homem, “o princípio inteligente torna-se espírito. Aqui se acendem a razão, a liberdade e a responsabilidade. Cada homem traz dentro de si a soma das experiências adquiridas nos reinos anteriores.
A pedra ensina resistência,
a planta ensina ritmo,
o animal ensina afeto.
O homem reúne tudo e acrescenta a consciência de si.”
Mattia ficou pensativo.
— Sabe, Carlina, isso me faz lembrar Darwin. Ele dizia que a vida evolui devagar, através das espécies. Que todo animal descende de outros mais antigos.
Carlina iluminou-se.
— Então não é tão distante! A ciência explica como os corpos mudam, e a doutrina explica por que o espírito cresce dentro desses corpos.
— Já, confirmou Mattia. É como se fossem duas faces da mesma moeda: de um lado a biologia, do outro a espiritualidade.
Carlina riu.
— E nós somos a moeda que gira!
Pasqualino, que até aquele momento estava perseguindo um dente-de-leão, parou de repente, rolou na grama e ficou de barriga para cima, olhando para eles com ar perplexo.
— Viu isso? — comentou Mattia. — Acho que ele não concorda com Darwin.
Carlina fez um carinho em sua barriga.
— Ou talvez esteja pensando que os gatos já são perfeitos e não precisam evoluir.
A visão sobre a água mudou novamente. Agora apareciam almas deixando o corpo terreno: algumas serenas, outras confusas.
— Quando o ser humano morre, explicou o homem, ele retorna ao mundo espiritual, levando consigo tudo o que aprendeu. Cada vida é um capítulo. E depois, após o repouso, a alma volta a reencarnar para continuar o caminho.
O sol começava a se pôr. O homem deu um passo para trás, dissolvendo-se lentamente na luz do entardecer.
— Lembrem-se: cada pedra, cada flor, cada animal é um irmão em viagem. Tratem-nos com respeito, porque neles já habita a centelha do futuro.
Carlina e Mattia ficaram imóveis, enquanto Pasqualino rolava na grama como se estivesse comemorando uma grande verdade.
Naquela noite, ao voltar para casa, Carlina escreveu em seu caderno:
Hoje eu vi a viagem do princípio inteligente. Entendi que nada é inútil: a pedra, a planta, o animal, todos são escolas para a alma. Somos o resultado de infinitas experiências, e um dia seremos mestres para aqueles que agora estão no início. Deus não p**a etapas: acompanha cada criatura com paciência infinita. Por isso, respeitar a vida é respeitar o próprio Deus.
Pasqualino pulou na cama, enroscou-se ao lado dela e fechou os olhos.
Carlina o observou e sussurrou:
— Você também está em viagem, meu amigo. Quem sabe onde vamos nos encontrar um dia, em que forma, em que mundo. Mas sei que iremos nos reencontrar.
E no silêncio da noite, aquela promessa não pareceu um sonho, mas uma certeza.

15/11/2025

O Gato e a Voz Invisível
A tarde escorria devagar pela janela do quarto de Carlina, trazendo consigo cheiro de mar e um fio de vento que fazia balançar levemente os pôsteres de anime na parede.
Sobre a mesa havia cadernos de matemática, um estojo estufado de canetas coloridas e o notebook com Minecraft aberto pela metade, como uma porta para outro mundo.
Mattia estava sentado à sua frente, composto, os longos cabelos escuros presos atrás das orelhas; mantinha por perto um livro de astronomia com um marcador em forma de estrela.
Pasqualino, o gato meio selvagem de Carlina, circulava como um pequeno soberano impaciente. Saltou na cadeira, depois na mesa, e então decidiu que a tarefa mais urgente do universo era mordiscar a ponta do caderno de italiano.
— Pasqualino, não! — disse Carlina, puxando o caderno.
O gato apertou os dentes e puxou de volta. Mattia riu baixinho.
— Ele tem personalidade, o senhorito — comentou. — Parece que entende tudo… e que não se importa com nada.
Carlina suspirou, arrancando o caderno de sua boca, e coçou a cabeça dele.
— É um pestinha. Mas eu o amo assim mesmo.
Começaram a fazer os deveres de matemática, entre cadernos amassados e risadas. Mattia explicava com calma, desenhando números claros. Carlina tentava acompanhar, mas o olhar escapava sempre além da janela, para o azul que ficava mais profundo.
— Às vezes eu penso que existe algo a mais, alèm das estrelas — murmurou, sem tirar os olhos do céu. — Como se o universo tivesse um segredo esperando para ser entendido.
Mattia fechou o livro com um sorriso.
— Sempre existe algo a mais. Até na ciência. Cada resposta abre uma nova pergunta. E a vida… — levantou o olhar para a janela — …a vida não termina no que tocamos. É como a luz das estrelas mortas: continua viajando.
As palavras ficaram suspensas no ar, como uma p**a que ganha altura. Carlina se ajeitou, sentindo dentro uma pontinha de emoção. Algo acendeu na sua memória.
— Espera — disse de repente, levantando-se. — Tem um livro. Eu já o vi um monte de vezes na estante da mamãe e do papai.
Correu pelo corredor e voltou com um volume de capa simples, gasta: O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec.
Mattia levantou as sobrancelhas, interessado.
— Já ouvi falar, mas nunca li inteiro.
— Nem eu — admitiu Carlina, colocando-o sobre a mesa com respeito. — Mas lembro que a mamãe uma vez me disse que aqui fala também de outros mundos habitados. Das vidas que existem no universo.
Folhearam juntos o índice, depois as páginas, guiados por um tipo de intuição fresca.
Os dedos de Carlina deslizavam pelos parágrafos como quem procura uma frase já conhecida. Mattia, rigoroso, lia em voz alta os subtítulos, tentando se orientar.
Pasqualino, entediado pela falta de atenção, subiu em cima do livro e se deitou atravessado, bem em cima do capítulo que procuravam.
— Com licença, senhor pachá — sussurrou Mattia, empurrando o gato alguns centímetros.
Encontrou uma passagem que falava da pluralidade dos mundos, de como Deus não teria criado o cosmos para deixar partes vazias. Leu devagar, com seriedade.
— É bonito — disse Carlina. — Dá uma sensação de que não estamos sozinhos. Que a vida existe em todo lugar, de muitos jeitos.
Mattia concordou com um leve aceno.
— E que tudo tem um sentido. Mesmo quando a gente não entende na hora.
Foi nesse instante que o pelo de Pasqualino se arrepiou.
O gato se levantou de um salto, rígido, os olhos fixos no canto do quarto, perto do armário. Soltou um sopro longo, baixo, quase um rosnado. A cauda chicoteou o ar, as orelhas coladas à cabeça como asas dobradas.
Carlina sentiu um arrepio percorrer sua coluna. O quarto ficou mais silencioso do que parecia possível, como se os sons tivessem se escondido debaixo da cama.
O cheiro de mar chegou mais forte, sem que se entendesse de onde vinha.
— Mattia… — sussurrou.
Ele olhou para ela. Não via nada, mas seu rosto ficou atento, uma calma verdadeira, não fingida, mas escolhida.
Colocou a mão aberta sobre O Livro dos Espíritos, como se quisesse enraizar o instante.
— Respira — disse em voz baixa. — Se o Pasqualino reagiu assim, talvez… vocês não estejam sozinhos. Não tenha medo.
Carlina inspirou lentamente, buscando força dentro da própria confusão. Ela já estava acostumada a perceber presenças; às vezes eram lampejos de luz, às vezes sombras tremulantes. Mas cada vez era como a primeira.
Virou-se para o canto do quarto.
Havia um garoto.
Evocado não pela visão normal, mas por aquela segunda visão que ela aprendia a reconhecer desde algum tempo.
Ele estava de pé, como quem não sabe onde se sentar, e parecia procurar um som que não chegava. Seu rosto tinha um véu de tristeza nova, daquelas que não se pode medir nem explicar. Os olhos vagavam, incrédulos.
Pasqualino deu um salto na direção do canto, mas parou, hesitante, como se um limite invisível segurasse suas patas.
Soprou outra vez, depois soltou um miado agudo, quase um chamado.
Carlina engoliu em seco.
— Tem um garoto — disse baixinho, mais para si mesma do que para Mattia. — Ele está aqui… e não sabe que…
A palavra lhe faltou, como se o pensamento tivesse se perdido num nó de emoções.
Mattia não pediu detalhes.
— Fala com ele com delicadeza — sugeriu. — Lembra do que a gente leu: a vida continua. Diz isso para ele.
Carlina deu um passo à frente. Sentiu a presença como ar frio numa face quente.
— Eu te vejo — sussurrou, sem mover os lábios. — Você não é invisível. Não para mim.
O garoto estremeceu, como quem desperta de um sono pesado.
Ele voltou o olhar para a voz que não era voz. A princípio pareceu mais assustado, depois um certo alívio lhe escorreu pelos ombros.
¬-- Por que ninguém me escuta?
A pergunta não foi um som, mas chegou nítida.
--Por que tudo está escuro?
Carlina reuniu toda a coragem que usava no tatame quando o coração acelerava.
— Eu te escuto — respondeu. — E a escuridão… a escuridão não dura para sempre. Às vezes é só uma passagem.
--Uma passagem?
A palavra ficou suspensa como uma ponte recém-iniciada.
— Sim. Como quando a gente entra num túnel. No começo assusta, porque não vemos a saída. Mas a saída existe.
Pasqualino, naquele momento, tinha parado de bufar; estava encolhido no chão, mas os olhos continuavam tensos, brilhantes, fixos no garoto. A cauda se movia devagar, direita-esquerda, como um metrônomo.
Mattia, ao lado da mesa, abaixou a cabeça. Suas mãos se uniram numa prece que não precisava de fórmulas complicadas: era um pensamento, um ato de confiança.
Deus, acompanha-nos. Acompanha este menino.
Nada mudou diante dos seus olhos, mas por dentro ele sentiu se abrir uma paz firme, daquelas que não vacilam no primeiro vento.
Carlina voltou o olhar para o livro aberto. Leu outra linha e a tomou para si.
— A vida continua — repetiu. — Não acaba, muda de forma. Você não está mais no mundo material como antes, mas não está perdido. Você está sendo esperado.
--Esperado por quem?
A voz era ao mesmo tempo desconfiada e sedenta.
— Por quem te ama — disse Carlina. — Por quem sabe o caminho e virá te mostrar por onde ir.
O garoto hesitou.
--Estou com medo… acrescentou. Não entendo como… Eu estava de bicicleta… e depois…
A memória caía como chuva quebrada.
— Você não precisa entender tudo agora — sussurrou Carlina. — Agora só precisa saber que não está sozinho.
Ela ergueu os olhos instintivamente para cima. Não para o teto, mas para um espaço que não se mede em centímetros. E, ao fazer isso, sentiu a qualidade do ar mudar outra vez, como quando uma janela se abre e um oxigênio novo entra.
Uma presença se fez distinta.
No começo, Carlina percebeu apenas uma gentileza.
Não uma luz ofuscante, não um som estrondoso;
uma gentileza tão cheia que preenchia o canto do quarto.
Depois a imagem ficou clara: um frade franciscano, com a túnica marrom e a corda na cintura, sandálias simples e um rosto sereno.
Ele não era luminoso porque estava vestido de branco;
era luminoso porque era bom.
Sua bondade se via, como se vê o calor tremulando numa estrada de verão.
Pasqualino levantou-se de um salto, mas não bufou. Deu dois passos à frente, curioso.
O frade lhe lançou um olhar terno, e o gato, algo raríssimo, baixou a cabeça, como em sinal de respeito.
Carlina sentiu uma vontade de chorar. Não de tristeza, mas de alívio.
— Olha… — disse ao garoto. — Alguém veio.
O frade ergueu a mão, um gesto pequeno, natural.
Sua voz não sacudiu o ar, mas chegou clara ao centro de todos:
— Paz e bem, disse, como os irmãos costumam dizer.
Depois olhou para o garoto com olhos que pareciam conhecer sua história.
— Não temas, filho. Quando a estrada muda, Deus sempre envia um companheiro. Queres vir comigo?
O garoto hesitou. Olhou para Carlina com uma gratidão tímida.
--E se eu não estiver pronto?
— Ninguém corre, — disse o frade. — A gente caminha. E caminha junto.
Mattia, que não via nada daquilo, levantou a cabeça e sentiu que algo estava diferente.
O quarto lhe pareceu alguns metros mais amplo, como se as paredes tivessem se aberto para acolher um abraço.
Sem esforço, seus lábios murmuraram:
— Seja feita a Tua vontade.
Carlina assentiu para o garoto.
— Eu vou ficar aqui, — disse. — Mas não é você que está indo embora: é a vida que está continuando. Vai com ele.
Pasqualino emitiu um miado curto, quase um incentivo. Fez menção de avançar mais, mas parou, manso pela primeira vez em horas.
O garoto olhou para a mão do frade. Não era uma mão estranha; era como a mão de um avô, como a de um pai ensinando a andar de bicicleta, como a mão que te levanta quando você rala o joelho.
Ele a segurou.
Não houve nenhum clarão, nenhuma cena de filme.
Apenas um sentimento profundo de casa.
O frade e o garoto se moveram na direção de algo que não era uma porta, e mesmo assim era um caminho.
O canto do quarto voltou a ser canto.
O vento da janela voltou a ser vento.
E o tempo voltou a contar segundos do jeito que conhecemos.
Carlina ficou imóvel, as mãos apertadas na borda da mesa. Sentia o coração bater devagar, num ritmo tranquilo.
Fechou O Livro dos Espíritos com cuidado, como quem se despede de um amigo que aconselhou.
Mattia a observou, procurando em seus olhos a confirmação daquilo que ele não tinha visto.
— Ele foi embora? — perguntou.
Carlina sorriu — um sorriso cansado, mas cheio.
— Sim. Foi com um frade. Daqueles… franciscanos. Se chama assim, né? Túnica marrom, corda na cintura.
— Franciscanos, — confirmou Mattia, permitindo-se um sorriso. — Gosto de pensar que o céu é um pouco como um convento: simples, acolhedor, com pão quente e mãos prontas para ajudar.
Pasqualino se espreguiçou e, com o timing único que só ele tinha, decidiu que o melhor momento para morder era justamente aquele: agarrou o cordão do moletom de Mattia e mordeu com gosto.
Mattia riu, tentando se soltar.
— Ei, amigo, isso não é um terço.
— É o jeito dele de dizer que está tudo bem, — comentou Carlina.
Ela o pegou no colo, e o gato, pela primeira vez em horas, não protestou.
Ficaram ali por um tempo, em silêncio.
No corredor, ouviu-se o barulho de uma panela: a mãe de Carlina preparando o jantar.
A luz quente do final da tarde se tornava dourada.
— Sabe o que eu penso? — disse Mattia, apoiando a mão no livro fechado. — Penso que Deus tem um jeito infinito de nos consolar. Para você Ele mostra; para mim, Ele faz acreditar. Ele ajuda cada um na língua que entende.
Carlina concordou.
— Às vezes eu achava que minha sensibilidade era só confusão. Ou que ver espíritos fosse um peso. Mas hoje… hoje tudo pareceu certo.
— Não é um jogo, — disse Mattia com delicadeza. — É uma responsabilidade. Mas você não está sozinha. E nunca vai enfrentar nada maior do que o amor que Deus coloca à disposição.
Carlina olhou para fora, para as ondas distantes do mar.
— É como a história das estrelas que você contou, — refletiu. — Uma estrela pode já não existir mais, mas sua luz continua viajando. Hoje eu vi uma luz que vinha de muito longe.
— E estava vestida de marrom, — brincou ele, erguendo as sobrancelhas.
Riram juntos, e a risada desfez o último nó que restava no ar.
Voltaram aos cadernos. Mattia explicou frações com um desenhinho simples: uma pizza dividida em pedaços iguais.
Carlina acompanhou, mais atenta do que antes, como se cada parte fizesse parte de um todo que finalmente se revelava.
Pasqualino adormeceu entre os dois, como uma almofada viva, e de vez em quando uma patinha se mexia no sono, perseguindo sonhos felinos.
Quando a mãe chamou para o jantar, fecharam tudo.
Antes de sair, Carlina pensou no garoto outra vez.
Não sentiu tristeza.
Sentiu gratidão.
Na porta, Mattia parou.
— A gente pode ler mais desse livro, se você quiser, — disse, indicando o volume. — Talvez tenha outras respostas para outras perguntas.
— Sim. E depois podemos… — ela hesitou, escolhendo as palavras — …podemos rezar juntos. Mesmo que seja pouco. Não aquelas orações que parecem enxames de palavras, mas aquelas que são como um abraço.
— Combinado, — disse Mattia. — A oração é como uma ligação sem crédito: não custa nada, mas sempre chega.
Caíram na risada.
Pasqualino acordou assustado, olhou com ar sabido e se afastou de cauda erguida, como se fosse ele o autor da piada.
À mesa, a sopa cheirava a manjericão.
A mãe de Carlina perguntou como tinha sido o estudo; Mattia respondeu que tinham entendido melhor as frações e talvez… mais alguma coisa.
O pai contou uma história do trabalho, e a irmãzinha, que tinha acabado de voltar da aula de dança, tentou uma pirueta entre a mesa e a geladeira.
Pasqualino, fiel ao seu estilo, encontrou um jeito de morder o laço da pantufa do pai, ganhando um divertido “Ei!”.
Mais tarde, quando Mattia se despediu e desceu as escadas, o céu era um veludo.
Carlina ficou um instante no patamar, olhando as estrelas.
Não buscava nada em especial: deixava que a noite falasse com sua língua antiga.
— Obrigada, — disse baixinho, e não era claro se falava com Deus, com o frade, com o garoto, com as estrelas, ou com todos eles.
Entrou.
Antes de dormir, colocou O Livro dos Espíritos de volta na estante, mas não completamente: deixou-o um pouco para fora, como uma mão pronta para ser segurada no dia seguinte.
Depois pegou um caderno novo.
Na primeira página escreveu:
Os Mistérios da Vida – Anotações.
Embaixo, acrescentou:
Hoje aprendi que a morte não é um fim. É uma ponte. E que Deus sempre coloca alguém do outro lado para segurar nossa mão.
Apagou a luz.
No escuro tranquilo do quarto, Pasqualino pulou na cama e se acomodou em arco junto ao seu corpo. Sua respiração virou um pequeno mar regular.
Carlina fechou os olhos e viu, por um último instante, a túnica marrom se afastando com passo leve, e o garoto que já não estava sozinho.
Então percebeu que aquilo não era apenas uma história para contar um dia: era o primeiro passo de um caminho.
Entre o céu e a terra.
Entre perguntas e respostas.
Entre o que se vê e o que se crê.
Na manhã seguinte, na escola, enquanto a professora de religião falava sobre o perdão, Carlina e Mattia trocaram um olhar secreto.
Não disseram nada.
Mas, por dentro, num lugar que as palavras não alcançam, sentiram a mesma promessa:
Caminhar, juntos, entre os mistérios da vida.

È uscito “Le Avventure di Carlina”! Il primo volume della serie "I Misteri della Vita" Un dono di Natale che porta luce,...
15/11/2025

È uscito “Le Avventure di Carlina”! Il primo volume della serie "I Misteri della Vita"
Un dono di Natale che porta luce, speranza e amore
Carissimi amici,
con immensa gioia vi annunciamo la pubblicazione del nostro nuovo libro “Le Avventure di Carlina”, una raccolta di storie piene di magia, valori, spiritualità e dolcezza, perfette per accompagnare i bambini in un cammino di amore, coraggio e crescita interiore.

Un regalo speciale di Natale

In questo periodo così significativo, vi invitiamo a donare questo libro ai bambini che amate: figli, nipoti, alunni…

E, se potete, anche a quei piccoli che stanno vivendo momenti difficili: bambini negli ospedali, in cura, o malati che conoscete personalmente.

Un gesto semplice che può accendere il sorriso e portare consolazione, proprio dove ce n’è più bisogno.
Un libro che educa, consola e illumina

Le storie di Carlina parlano di amicizia, spiritualità, coraggio, fede nel bene e nella vita.
Un modo dolce e graduale per avvicinare i più giovani ai valori più belli della nostra spiritualità cristiana universale.

Un dono che diventa ca**tà

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Un piccolo gesto.
Un grande cuore.
Una luce che si moltiplica.

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15/11/2025

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28/11/2024

Dall'ombra alla luce: Il viaggio dello spirito

E come ci avete chiesto: La parola dei vostri cari per farvi compagnia a Natale. Le certezza della vita eterna che ci ha...
20/11/2024

E come ci avete chiesto: La parola dei vostri cari per farvi compagnia a Natale. Le certezza della vita eterna che ci ha promesso Gesù. "Loro sono ancora vivi!"

12/10/2024

da Alberto

“Hola! Il mio nome è Alberto e sono un ragazzo che si è perso nel mondo. Sono andato via tanti anni fa, volevo scappare dall’Italia bigotta che mi ha crocefisso perché ero gay. A quei tempi, se un ragazzo fosse effeminato, era meglio vederlo morto. (non so se le cose sono cambiate poi) Insomma, sono partito per vivere la mia vita signori, eh sì! Sono stato felice!! Ho trovato un ragazzo meraviglioso che mi amava e abbiamo vissuto insieme finché non si ammalò e mi passò quel male. Ma ho qualcosa da dirvi: non siamo andati all’inferno, abitiamo, sempre insieme, in un posto meraviglioso, dove le anime ci trattano come dei loro pari. Lo spirito non ha sesso e solo l’amore importa. Eravamo e siamo dei cristiani, abbiamo aiutato tantissimi ragazzi come noi ad accettarsi. Abbiamo vissuto pienamente l’amore del Signore, aiutavamo i bisognosi, non criticavamo nessuno, per noi l’amore di Dio illuminava tutto e tutti e per questo sono qui: padre, madre, la vostra “abominazione” oggi è uno spirito di luce. Aprite gli occhi, siamo tutti figli di Dio e lui ci ama, perché non abbiamo mai fatto del male a nessuno, rifletteteci.
Con amore.”

12/10/2024

Messaggio ricevuto nel 2018
amori miei, prima di chiedere un messaggio dovete essere certi che siete pronti per la verità.

da Salvatore
“Ciao mamma! Non capisco come mai ci sono ancora tanti dubbi nel tuo cuore, nonostante tutte le prove che hai sotto i tuoi occhi. Mi dispiace vederti soffrire in questo modo e sappi che tutto ciò che leggi è vero! La morte è soltanto lasciare il guscio vuoto e volare in direzione alla luce. Sì, forse non crederai che sia io che ti scrivo con queste frasi belle e perfette, ma sì, sono tuo figlio Salvatore a cui pensi tutti i giorni. Quello che vuoi che sia ancora vivo, ma in fondo non ci credi. Dio mi ha permesso di mandarti questo messaggio per dirti che sto bene, è passato un tempo da quando sono trapassato e mi sono abituato. A dire il vero mi sono abituato subito. È come se io fossi tornato a casa ed i pianeta terra fosse solo un brutto sogno. Ti voglio tanto bene e ti ringrazio avermi ricevuto come figlio, ti ringrazio le preghiere e tutto quanto, ma mamma intanto che la fede non arriva davvero dal tuo cuore, il Padre può fare ben poco nella tua vita. Mi dispiace se ti sembro così severo, ma soffro per ciò che vedo nel tuo cuore… esce miele dalle tue labbra ma il tuo cuore è duro come una pietra. Sicuramente dirai che non posso essere tuo figlio, ma il figlio di qualcun altro. Ma sono tuo figlio, quello che ti ama nonostante la tua poca fede nel Signore e nella medium che riceve la mia lettera. Arrivato fin qui, vuoi avere assolutamente la certezza che sono tuo figlio… allora ti dico che non l’avrai finché non esci dalla tua pagina fake ed apri il tuo cuore al Signore. Nemmeno il tuo nome hai voluto dare, vergogna? No! Non vuoi che la medium vada a cercare nel tuo profilo e “frugare nelle tue foto” e così mandarti un messaggio fake, così come fake è la tua vita. Sì, papà ha un’altra donna come temi tu. Quindi, con questa prova mi crederai? NO, sarei sempre il figlio Salvatore di qualcun altro.
Apri gli occhi, mamma! La vita continua, e la morte non esiste! Sì, so anche del tuo piccolo segreto, ma non lo espongo qui, per la tua privacy. Sappi però che Dio vede tutto, e ciò che Lui vede va oltre il tuo falso profilo. Potrei dire tutto di te per convincerti che sono io, ma non lo farò. Prego che la tua fede venga dal tuo cuore e non dai dettagli segreti della nostra famiglia che potrei scrivere qui. Un abbraccio,
Salvatore”

28/06/2024

Il divorzio nella concezione spiritica

Allan Kardec ha chiesto agli Spiriti se l'assoluta indissolubilità del matrimonio è nella legge della Natura. Gli immortali risposero: "È una legge umana molto contraria a quella della natura. Ma gli uomini possono modificare le loro leggi; solo quelli della Natura sono immutabili" (The Spirits' Book, 697).

Gesù, trattando l'argomento, insegnò: "Io vi dico che chiunque ripudia la propria moglie, tranne che per adulterio, e ne sposa un'altra, commette adulterio, e chi sposa un'altra che divorzia, commette adulterio" (Vangelo secondo Matteo, capitolo 19,3-9).

Il Codificatore dello Spiritismo, concentrandosi sull'argomento, scriveva: "Verrà il giorno in cui ci si chiederà se è più umano, più caritatevole, più moralizzante trattenere tra loro gli esseri che non possono vivere insieme, piuttosto che concedere loro la libertà, e se la prospettiva di una catena indissolubile non aumenterà il numero delle unioni irregolari" (Il Vangelo secondo lo Spiritismo, cap. 22:4).

E, concentrandosi direttamente sul tema del divorzio, affermava: "Il divorzio è una legge umana, che ha per oggetto la separazione legale di ciò che era già di fatto, e non va contro la legge di Dio, perché non riforma ciò che gli uomini hanno fatto, né si applica finché non si è tenuto conto della legge divina".

Kardec ricorda nei suoi commenti che Gesù, oltre a non aver sancito l'assoluta indissolubilità del matrimonio, ha addirittura specificato il caso in cui può avvenire l'abbandono, che è l'adulterio.

Ora, dove c'è un'amicizia reciproca e sincera, l'adulterio non avviene. Se questo è il caso, è perché l'amore è lontano e la stabilità coniugale è in pericolo.

Conclusione

Dopo Kardec, diversi autori si sono espressi sull'argomento.

Per Emmanuel, il divorzio dovrebbe essere considerato come una
misura di ultima istanza. Ecco cosa ha scritto:

"Hai costruito la tua casa per amore, e solo attraverso l'amore sarai in grado di preservarla."

"Innegabilmente, non vi viene negato il diritto di rinviare le realizzazioni o di prorogare il termine per il riscatto di certi debiti, poiché nessuno può accettare la criminalità in nome dell'amore".

"Tuttavia, nei giorni difficili della casa, ci ricorda che il divorzio è giusto, ma come misura articolata in ultima istanza". (Emmanuel, in "Nell'età dello spirito", cap. 11.)

Anche José Herculano Pires ha portato il suo contributo sull'argomento:

"Chi ama sa tollerare e perdonare. Le difficoltà saranno superate giorno dopo giorno coltivando l'amore".

"Coltivare l'amore è come coltivare l'arte. E chi rompe un matrimonio d'amore, per semplice intolleranza, non troverà più rimedio alla sua solitudine". (J. Herculano Pires, in "Nell'età dello Spirito", cap. 11).

André Luiz ci ha presentato una visione innovativa sull'argomento, equiparando il divorzio a una realizzazione posticipata, come possiamo vedere nel seguente testo:

"Divorzio, rimanda costruzione, resto da pagare nel bilancio dello spirito debitore.

Di solito ciò è dovuto al fatto che uno dei coniugi, socio dello studio matrimoniale, ha dimenticato che i diritti nell'istituzione domestica si sommano a doveri uguali".

"Aiutiamo sulla Terra a comprendere il matrimonio come un consorzio di conquiste e concessioni reciproche, il cui fallimento deve essere evitato". (André Luiz, in "Il sole nelle anime", cap. 10.)

Infine, Divaldo Franco si è espresso su questo argomento come segue:

"La dottrina spiritista vede la soluzione del divorzio come un 'male necessario'. Verrà il giorno in cui l'uomo sceglierà meglio la sua compagna, con maturità e amore, e, di conseguenza, sopporterà di più le vicissitudini che sorgono da questa scelta, liberandosi da ciò che costituisce per lui un peso afflittivo, perché ha gli occhi fissi sulla vita spirituale, che è quella vera". (Divaldo P. Franco, in L'IMMORTALE, pp. 6 e 7, giugno 1984).

In conclusione, possiamo affermare:

1) Lo spiritismo accetta il divorzio quando i coniugi sono già separati. Il divorzio sarà quindi una forma legale di legalizzazione di ciò che di fatto è già stato consumato.
2) Il divorzio dovrebbe essere una misura di ultima istanza, quando non c'è più alcun clima di convivenza tra i coniugi.
3) Il divorzio è una costruzione rinviata, un residuo da pagare nel bilancio dello spirito debitore.
4) Tutti i problemi generati dalla separazione coniugale peseranno sul foglio di chi l'ha causata.

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Salvador, BA

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