24/10/2025
O sono é uma necessidade fisiológica, que tem grande impacto no organismo, além de ser essencial para desempenhar papéis críticos na manutenção da saúde, do equilíbrio do corpo e da mente.
Para se ter ideia, ele é responsável por várias funções determinantes como: consolidação da memória e da atenção, armazenamento de informações, estabilidade e regulação hormonal, regeneração celular, bem como reorganização, assim otimizando o funcionamento da rede neural. A questão não é só o ato de dormir, mas ter qualidade do sono, pois o mesmo tem repercussões diretas no que tange ao bem-estar nas esferas física, psíquica, metabólica e emocional e assim, favorecendo um bom funcionamento do nosso organismo. O sono de qualidade é essencial e vital.
No entanto, existem alguns fatores que interferem na dinâmica do sono, o que chamamos de Distúrbios do Sono, tais como:
Obesidade; Desequilíbrio Hormonal; Alimentação inadequada; Sedentarismo; Bruxismo; Alterações no Ambiente do Sono; Refluxo Gastroesofágico; Apneia Obstrutiva do Sono (AOS); Alterações na Anatomia das Vias Aéreas Superiores (VAS), entre outras disfunções que podem inviabilizar um sono de qualidade.
Podemos citar a Retrognatia Mandibular, que é uma condição em que a relação mandíbula e maxila, encontram-se desproporcionais, com presença de má oclusão dentária ocasionada pela posição mais posterior (para trás) da mandíbula, em relação à maxila (osso superior). A retrognatia mandibular em adultos, pode causar apneia do sono, uma vez que há obstrução das vias aéreas superiores. Quando a mandíbula é posicionada mais para trás do que o ideal, a base da língua tem a tendência a se deslocar para trás também, com isso diminuindo o espaço aéreo posterior. Isso acontece porque durante o sono, há o relaxamento muscular, levando ao bloqueio total ou parcial da região.
A obstrução parcial das vias aéreas gera o ronco, e o bloqueio total causa a apneia, o que pode levar o portador da mesma, a paradas respiratórias que duram em média alguns segundos.
O diagnóstico é realizado por um médico, que solicitará uma Polissonografia, que é um exame clínico, utilizado no diagnóstico e identificação de possíveis distúrbios do sono, bem como, a análise de fatores como a atividade cerebral, movimentos oculares, musculares, respiração, batimentos cardíacos e o nível de oxigênio no sangue. Sendo assim, haverá uma monitorização de uma série de funções corporais enquanto o paciente dorme, para observar se o mesmo apresenta uma condição chamada de Apneia Obstrutiva do Sono e revelando uma possível severidade, devido aos riscos iminentes que o paciente possa vir a apresentar, que vai desde situações a níveis cardíacos, metabólicos, neurológicos e cognitivos, bem como hormonais, obesidade uma vez que, existe uma relação intrínseca entre a Apneia Obstrutiva do Sono (AOS) e a obesidade, onde a apneia pode agravar o ganho de peso, que por sua vez piora a obstrução respiratória. Além de circuitos deletérios a nível respiratório, principalmente em pessoas com problemas pulmonares já em curso como por exemplo, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica, conhecida como: DPOC.
É importante uma avaliação completa por um especialista em sono e por um cirurgião bucomaxilofacial, pois é crucial para determinar a melhor conduta de tratamento para cada pessoa que tem Apneia.
Em casos mais severos, quando as abordagens conservadoras (como por exemplo o uso do CPAP entre outros recursos existentes) têm insucessos, a Cirurgia Ortognática se torna imprescindível e vital, uma vez que atuará na correção anatômica ao avançar a mandíbula com alinhamento da maxila, o que ofertará proporcionalidade oclusal, aumentando o espaço aéreo posterior, e possibilitando uma melhora significativa da respiração durante o sono, também aliviando o ronco e com redução exponencial de riscos que o paciente estava exposto antes da Cirurgia melhorando assim, a sua qualidade de vida.
Quando falamos de sono vemos a abrangência e tudo o que está em seu entorno, pois devemos:
Criar uma rotina de horários consistentes para dormir e acordar, com estabelecimento (tempo de uso) de eletrônicos como celular antes de repousar, pois a luminosidade emite ao cérebro que deve manter-se em estado de vigília, ambiente refrigerado, silencioso e com penumbra ajudará também, se possível alimentar-se até duas horas antes de dormir, pois o estômago cheio, dificulta o processo do sono, e em casos seletos, é indicado Higiene do Sono.
Quando não há um sono consolidado, a pessoa apresenta uma irritabilidade, com uma vontade de que o dia termine logo; cefaléia matinal; alteração na memória, bem como armazenamento de informações; déficit de atenção nos níveis (seletivo, sustentado, concentrado e alternado), entre outros aspectos que irão prejudicar e muito a rotina.
Lembre-se, a noite que você tem, determinará o dia que você terá!