07/10/2019
A Síndrome das Pernas Inquietas (SPI) é, ainda, nos
nossos dias uma entidade pouco conhecida pela maioria dos profissionais da saúde, apesar de sua elevada
prevalência, em torno de 15% da população adulta 1-3. É
uma doença crônica que se caracteriza por sintomas exclusivamente subjetivos, de sensações de desconforto,
de parestesias nos membros, principalmente inferiores,
presentes no repouso e que são aliviadas pela urgência
em movê-los. Apesar de causar um grande impacto na
qualidade de vida de seus portadores, trata-se de uma
entidade cujos mecanismos neurofisiológicos e fisiopatológicos não foram ainda claramente desvendados. No
entanto, é importante o seu reconhecimento, pois o tratamento atual com dr**as agonistas dopaminérgicas promove um grande alívio no sofrimento dos pacientes.
A síndrome das pernas inquietas acomete preferencialmente os adultos e sua incidência aumenta com o envelhecimento. No entanto, sabe-se que pode ocorrer também em crianças e nos idosos com doença de Alzheimer e outras demências, pessoas que não conseguem relatar exatamente o que estão sentindo. No caso específico dos idosos, a agitação é atribuída a causas outras e a tendência é sedá-los, o que piora o quadro.
Embora seja mais rara a manifestação nas crianças, elas se mostram inquietas na hora de dormir, choram, resmungam, esticam e encolhem as pernas, e a mãe percebe que fazendo massagens, a criança se acalma. Na realidade, a massagem movimenta a perna e alivia os sintomas.
Teoricamente, portanto, a síndrome das pernas inquietas pode aparecer em qualquer fase da vida, mas ocorre com maior frequência no adulto do que na criança e no idoso e em determinadas famílias com predisposição genética para o problema.