29/11/2021
“A neurose não é, costumeiramente, definida como medo da vida, mas é exatamente isso. A pessoa neurótica tem medo de abrir seu coração ao amor, teme estender a mão para pedir ou para agredir; amedronta-a ser plenamente si mesma” (Lowen, Alexander, 1910 p.11).
Esse trecho acima abre um livro do Alexander Lowen que estou lendo. Na mesma hora que li essa página me veio à cabeça uma constelação onde fui o cliente. Nela a consteladora identificou uma neurose de família e eu não tinha compreendido o contexto de forma macro. Mas as fichas caíram nesse exato momento e eu vi que a neurose era baseada no meu medo da intensidade da vida.
Venho de uma família onde não se discute muito sobre as emoções. Não lembro de conversas profundas onde as pessoas abriam o coração de forma espontânea e falavam abertamente de como se sentiam. Claro que o observador sou eu e esta análise é uma avaliação minha. Mas isso me fez falta em relação a tocar a parte de mim que SENTE MUITO. Acessei isso em outra passagem da introdução do livro: “Vida ou sensações de maior intensidade do que aquelas a que a pessoa está habituada é algo perigoso, pois que ameaça inundar o ego, ultrapassar seus limites, liquidar sua identidade. É assustador sentir mais vitalidade, ter sensações mais intensas” (Lowen, Alexander, 1910 p.11).
Daí os detalhes dos legos soltos no flyer deste post. Se quero sentir mais e isso gera medo é porque tem algo que não bate, as peças não se encaixam. Os elementos dessa equação não tem resultado exato, pois os entrelaces familiares são a base do pulsar de vida individual. Quem sou eu? Ou quem estou eu? Sou quem eu tenho (R$, sucesso, posição social) ou o que eu sinto?
Nisso um vazio me toma e eu encerro esse texto sem conclusão, pois a vida é viva e necessita de empenho na questão do sentir. “Se pudermos encarar nosso vazio interior, encontraremos um preenchimento. Se pudermos atravessar nosso desespero, descobriremos a alegria” (Lowen, Alexander). Ultimamente tenho recebido muitas ajudas para olhar para esse lugar do vazio, da angústia e do desespero para ser algo ou alguém. E a última coisa que me foi dita: pare de correr atrás de você. Quando isso acontecer você se acha