19/11/2021
O BURACO É BEM MAIS EMBAIXO! (Não é tão simples como parece…) 😅
A criança recém-nascida não consegue ainda distinguir o que é o seu corpo e o que é o do outro. Progressivamente ela vai fazendo essa definição dos limites do próprio corpo. Por volta dos 8 e 9 meses de idade a criança começa, mais nitidamente, a construir sua autoimagem. Essa construção só se dá a partir de um outro. A criança vai assimilando uma imagem que antes era difusa.
É através da fala e das reações do outro que ela consegue fazer essa junção. A fala do pai ou da mãe identificando as partes do corpo da criança e as suas ("de quem é esse narizinho? é da mamãe? não! é do bebê"... 😂). Quando os familiares falam que a criança se parece com a tia fulana, que a mão é igual a do avô ou os olhos são como os da mãe, que é teimoso igual ao primo...
A noção de eu é construída através do outro. São vários pedaços costurados. Por causa dessa construção, nós nunca temos total certeza de quem nós somos. Não é fácil se definir.
A imagem física é assegurada cotidianamente, através do espelho ou da fala do outro. Se ficássemos meses sem olhar no espelho ou sem contato humano seria difícil lembrar da própria aparência. Assim também é com nosso comportamento. Se uma pessoa fala “como você está alegre hoje!” ou “como você está abatido hoje”, logo vamos começar a pensar sobre como estamos nos sentindo, aquilo nos afeta de alguma maneira.
É estrutural do ser humano a necessidade de espelhamento no outro. Precisamos, muitas vezes, nos afirmar pela palavra do outro, porque assim foi construída nossa autoimagem - e também nossa autoestima.
Considerar a opinião do outro é essencial para ter saúde mental, CONSIDERAR, refletir e FILTRAR. Por isso também é importante cuidar nossas relações. Manter relações saudáveis.
Estar com baixa autoestima em algum momento não é um problema. Mas cuidado! Pode se tornar um problema quando isso é constante e quando vem junto com outros sintomas e passa a prejudicar várias instâncias da vida.
Tcheme Thuane
CRP 07/36107