01/09/2020
Colaborando com a imprensa do ABC!
Uma série de fatores pode estar contribuindo para uma espécie de alienação ao risco de contágio pela COVID-19.
De um lado, temos as informações desencontradas, equivocadas e utilizadas de forma arbitrária e até irresponsável, a fim de aquecer debates políticos.
Além disso, a classe médica, que deveria ser o fiel da balança, para corroborar o apelo da permanência do isolamento e dos cuidados necessários, também não consegue afinar o discurso.
Isso tudo provoca uma sensação de descrença e desconfiança generalizadas, que faz com que os indivíduos se considerem pertencentes a dois grandes grupos principais:
- os "cautelosos", que se encontram em número decrescente, mas que ainda temem o contágio, apesar de terem dúvidas.
- e no outro extremo, os "intangíveis", que acreditam serem imunes e detentores de liberdades sociais que estão além das garantias coletivas do direito à saúde. Esses assumem uma postura narcísica, do ponto de vista psíquico, caracterizada pela crença de que as pessoas que não compartilham de suas ideias são inferiores e pela total falta de empatia, principalmente por quem não pertence a sua classe social.
À medida em que mais pessoas estão nas ruas, se cria uma ideia ilusória de que o perigo não existe, dando aos indivíduos a falsa sensação de segurança e promovendo a migração para a condição de intangíveis.
O indivíduo comum, saudoso de sua condição de partícipe do mundo, acaba por misturar democracia com liberdade, direito com saúde e investe numa ação descuidada, como criança que testa limites, esperando um castigo que acredita que nunca virá.
Governador lembrou que quarentena ainda está em vigência; na região, confinamento foi de 58% para 39%