15/10/2025
JUNG E HELLINGER
Carl Gustav Jung e Bert Hellinger, embora tenham trabalhado em contextos diferentes, compartilhavam uma visão profunda sobre o ser humano: ambos acreditavam que não somos seres isolados, mas sim parte de algo maior — uma força invisível que nos conecta aos outros e influencia nossa vida de maneiras sutis e poderosas.
Jung: o inconsciente coletivo
Jung dizia que, além do inconsciente pessoal (nossas memórias e experiências), existe o inconsciente coletivo — uma espécie de “memória da humanidade” que todos nós compartilhamos. Nele vivem os arquétipos, que são padrões universais de comportamento e emoção, como o da mãe, do herói, da sombra. Esses arquétipos influenciam nossos sonhos, escolhas e até nossos medos, mesmo sem termos consciência disso.
Para Jung, essa força maior é como uma rede invisível que liga todos os seres humanos por meio da psique. Quando nos conectamos com ela — por meio da arte, dos mitos, dos sonhos ou da espiritualidade — conseguimos compreender melhor quem somos e encontrar sentido na vida.
Hellinger: o campo sistêmico
Hellinger, por outro lado, observou que muitas pessoas carregam dores, culpas ou destinos que não são propriamente seus, mas vêm de gerações anteriores. Ele chamou isso de campo sistêmico familiar — uma espécie de energia ou consciência que conecta todos os membros de uma família, mesmo os que já morreram ou foram esquecidos.
Esse campo guarda lealdades invisíveis: por amor e pertencimento, um filho pode repetir o sofrimento de um avô, ou carregar a culpa de um tio excluído. Ao trazer essas dinâmicas à luz, por meio das constelações familiares, é possível liberar essas cargas e permitir que cada um siga seu próprio caminho.
A força invisível que molda nossa trajetória
Tanto Jung quanto Hellinger reconhecem que há algo além da razão e da lógica que nos guia. Pode ser chamado de alma, campo, inconsciente, espírito — o nome pouco importa. O essencial é entender que nossas escolhas, emoções e até nossos sintomas podem estar ligados a algo maior, que nos ultrapassa, mas também nos sustenta.
Essa visão convida à humildade e à escuta profunda. Em vez de tentar controlar tudo, podemos aprender a observar, sentir e respeitar essas forças — e, com isso, encontrar mais paz, sentido e liberdade.