16/11/2025
Nessas férias quitei uma dívida muito antiga: um sonho de infância.
Um sonho que deixei adormecido quando cresci, acreditando que já não fazia sentido.
Aos cinco anos, tive um vislumbre: conhecer a terra mágica 🏰.
Mas a criança que eu fui sabia que não tinha condições de realizar esse sonho. Então, entre muitas renúncias, fiz o que estava ao meu alcance para vivê-lo de outras formas: aprendi a desenhar o Mickey e vivi essa paixão do jeito que podia — comprando cadernos, agendas, canetas e toda papelaria que eu encontrava.
Na adolescência, mergulhei em trabalhos sociais na igreja. Liderei crianças, adolescentes e jovens. Vi sonhos florescerem, estimulei potenciais e ajudei muitos a acreditarem que era possível sonhar e realizar. (Eu não queria que eles deixassem um sonho de lado, assim como eu havia feito.)
Eu amava falar sobre esperança, fé e amor.
Eu amava cantar sobre sonhos!
Eu não tinha como dar presentes a eles, mas oferecia desenhos do Mickey e escrevia mensagens para que se sentissem especiais.
E assim cresci acreditando que, ajudando outros a realizar seus sonhos, eu realizava o meu através deles.
Pensei que a felicidade deles bastaria para me preencher.
Mas, nesse processo, acabei me abandonando.
Com o passar do tempo, achei que esse sonho de ir à Disney havia perdido completamente o sentido.
Até que, no meu mergulho de autoconhecimento, compreendi: eu tinha uma dívida com a minha criança interior.
Realizar os sonhos dos outros não quitava esse preço.
E aprendi — entregar-se ao outro deixando-se de lado não é bondade, é omissão.
Foi nesse autoencontro que abracei a criança bondosa e especial que eu fui e disse a ela:
“Você merece viver esse sonho, sim. E sou eu, agora adulta, quem assume essa responsabilidade com você.”
Eu a levei ao abraço do Mickey.
E descobri que, às vezes, a vida não é sobre criar novos sonhos, mas sobre ressuscitar os antigos.
Eu realizei o meu, no dia do meu aniversário. ✨🏰🥹