06/04/2023
3ªfeira tive uma crise de ansiedade no trabalho.
Começou do nada, com uma tontura. Tinha acabado de tomar meu café da manhã, não era fome.
Piorou. Sentei.
A boca adormeceu.
Os pés começaram a formigar, o braços em seguida.
O coração parecia que estava no meio da bateria da portela.
Os olhos inundaram, não consegui conter as lágrimas. Desceram como uma cachoeira.
Respirei fundo, pensei: preciso me acalmar. O pensamento não foca, ele parece um jato ultrassônico.
Consegui finalizar algumas das minhas tarefas do dia. Me acalmei o suficiente para conseguir ir dirigindo até o hospital.
Quando estou dirigindo a ansiedade f**a menor.
Cheguei no hospital, pressão levemente alta.
Quando a médica perguntou super acolhedora: você está tendo uma crise de ansiedade?
Pronto. Desabei. Falei o que estava sentindo emocionalmente e fisicamente. Fui medicada e afastada do trabalho por alguns dias.
Não teve um gatilho. Simplesmente aconteceu do nada. Uma crise de ansiedade ou de pânico não precisa necessariamente ter um gatilho.
O que é mais difícil é ser questionada o tempo todo se é real o que você está sentindo. Nesse momento o que precisamos é de acolhimento, compreensão e tempo. Tempo para inclusive conseguir entender o que está acontecendo aqui dentro.
Acolhimento, perguntando se está melhor, se precisa de alguma coisa, mesmo que não saiba o que é sentir isso, simplesmente deseje que a pessoa fique bem.
Sem julgamentos, não é falta de Deus, nem de espiritualidade. Você não sabe a fé que eu tenho.
Não quero mais esconder o que eu sinto, o que eu tenho. Quero poder falar que tenho transtorno generalizado de ansiedade sem ter vergonha ou culpa.
Obrigada a todos que se preocuparam, estou melhorando.