27/10/2021
Um estudo feito com 200 cirurgiões demonstrou que o que era entendido como educação em dor tanto por eles como pelos pacientes era fornecer explicações sobre a cirurgia, complicações, expectativa com relação aos resultados, dor pós-operatória, anatomia e internações.
Essas abordagens demonstram ser ineficazes em pacientes com dor crônica, já que não respondiam muitas das questões relacionadas à dor e só aumentavam comportamentos como medo, evitação, catastrofização e ansiedade.
O objetivo da educação em dor é identificar as percepções, pensamentos e crenças do paciente a respeito da sua dor e auxiliá-lo no entendimento e nas mudanças necessárias.
Na educação em dor são abordados conceitos sobre a neurociência da dor por meio da utilização de exemplos, imagens e outros recursos acessíveis ao paciente.
Essas intervenções permitem que o profissional ajude o paciente em um processo de aprendizagem, respeitando seu contexto e sua individualidade e incentivando aspectos como autoconfiança, autoeficácia, aceitação, modificação de comportamentos e prática de exercícios.
As estratégias de educação em dor permitem que o paciente modifique suas crenças, emoções e comportamentos facilitando a aderência a outras intervenções.
Entretanto algumas barreiras como inflexibilidade psicológica e inabilidade do profissional podem dificultar essa tipo de intervenção.
Outro fator que merece destaque para que a intervenção de educação em dor tenha sucesso é a relação terapeuta-paciente.
Nessa relação a escuta por parte do profissional de saúde desempenha um papel muito importante.
O paciente deve deixar de ser espectador e ser protagonistas no seu tratamento.
É fundamental que uma linguagem acessível seja utilizada para a compreensão e assimilação das informações pelo paciente.
Fazer um resumo ao final da sessão é pedir para que o paciente repita aquilo que ele entendeu também é uma estratégia para que tenhamos a certeza de que o paciente está compreendendo aquilo que é conversado durante as sessões garantindo o sucesso dessa intervenção.
Referência: Louw A. at al, 2012