17/09/2025
🌿 Manifesto Poético
Texto extraído do livro: Travessia do Espírito, e a decadência dos deuses.
Que será publicado em 2026.
Bem á espíritos que não pertencem a um tempo.
Eles atravessam eras, terras, batalhas e corações.
São sopros antigos, que despertam sempre que o mundo pede coragem.
No campo de Kurukshetra, um guerreiro tremeu.
Não por medo, mas por amor.
Arjuna segurava o arco como quem segura o destino,
e sua dúvida tornou-se revelação.
Nas terras guarani, outro guerreiro ergueu-se.
Não por glória, mas por dignidade.
Sepet Araju caminhava entre os cantos dos ancestrais,
e sua resistência tornou-se memória.
Entre ambos, não há distância.
O que pulsa em um, pulsa no outro.
É o mesmo fogo que hesita,
mas não se apaga.
É o mesmo canto invisível
que diz: “Permanece. Levanta-te. Defende.”
Essas histórias se entrelaçam como raízes de árvores antigas,
que, mesmo separadas pela superfície,
se encontram nas profundezas da terra.
E eu caminho nesse solo,
onde cada passo desperta ecos,
onde cada lembrança reacende chamas.
Sou atravessado por essas vozes,
por esses ventos,
por esse espírito que não se deixa prender em um único nome.
Não falo apenas do passado,
falo da força que ainda respira,
da coragem que insiste em florescer
nos corações que sabem que a luta maior
é sempre interior.
Que este manifesto seja um chamado.
Não para a guerra,
mas para a consciência.
Não para a violência,
mas para a verdade.
Não para a morte,
mas para a vida que insiste em permanecer,
mesmo quando tudo parece ruir.
Porque há um espírito que continua.
E dele não se diz “foi”.
Dele apenas se pode dizer:
“É.”
Essa história também é sua 🫣