29/11/2021
Paternidade Ativa
Ao longo da história o exercício da paternidade passou por inúmeras transformações e ainda permanece em alteração passando por uma ressignif**ação histórico-social, um reflexo das mudanças ocorridas nos papéis sociais atribuídos a homens e mulheres e na constituição indenitária de gênero. Homens e mulheres inserem-se na vida familiar segundo as referências de gênero, apreendidos no decorrer da vida e que determinam funções que são socialmente legitimadas. O avanço da tecnológico, expansão da globalização, a inserção da mulher no mercado de trabalho e as mudanças em detrimento de causas sociais trouxeram um novo entendimento a cerca da humanidade e contribuíram para formação de um novo cenário familiar.
Atualmente ao pai, junto ao seu papel de autoridade é agora atribuído o de fornecer carinho, estreitar os laços afetivos, participar ativamente na educação dos filhos e em fases onde anteriormente se preconizava apenas a importância da relação mãe e filhos. A família contemporânea parece assim caracteriza-se pela diversidade, justif**ada pela incessante busca pelo afeto e felicidade. Dessa forma, a relação também tem suas bases no afeto e na convivência, na relação de cuidado e na transmissão da educação.
O envolvimento paterno no cuidado dos filhos e sua inserção nas atividades da casa não signif**a uma apropriação da vida doméstica em si, pois permanece uma distinção entre ser pai e ser dono de casa. A crise gerada no homem-pai ainda está muito ligada à crise da masculinidade, à perda de referência sobre o que é masculino e feminino dentro da sociedade, o que se personif**a em ser homem e mulher. Isso reflete na construção da identidade paterna em relação à mãe, que tem seu papel definido como cuidadora principal, estando o pai ainda sem saber ao certo qual a forma que lhe cabe na participação da criação dos filhos.
A paternidade expressa uma ligação social do pai para com o filho muito antes de autoritária, sustentada na lei do desejo para o filho ao lhe transmitir limites, leis, regras que ao passo que barram o seu desejo também o conduzem a um busca socialmente aceitável para satisfação de seu desejo e essa é assim uma necessidade na formação criança que carece de socialização. Os métodos utilizados para barrar esse desejo não socializado tem que se adaptar as novas formas de submissão do filho para o pai, razão pela qual a função paterna é exercida de maneira diferente conforme o momento histórico e a determinação cultural.
A criação dos filhos deve ser dialogada em conjunto com os demais responsáveis por educa-los, visando assim dar a eles um modelo de crescimento saudável e harmonioso, algo que estabeleça um ambiente estruturado para serem lançados na vida adulta. De qualquer forma exercer a paternidade ativa envolve uma complexidade de fatores sociais e psicológicos que modif**am os papéis sociais anteriormente delimitados na estrutura familiar, com isso, se reivindica um novo perfil de mãe e também de pai que começa a ser delineado dentro do contexto familiar e parece ser esse um desafio da atualidade, configurar as relações familiares.