24/03/2020
Termo de EPI (equipamento de proteção individual)
Como ocorre a contaminação?
A transmissão ocorre por contato e gotículas, através do:
• Contato próximo (menor que 2 metros) com pessoas infectadas, por meio de secreções respiratórias de tosse ou espirro; contato com superfícies e objetos contaminados; contato com olhos, nariz e boca com as mãos não higienizadas após tocar em superfícies e objetos contaminados pelo vírus.
Qual o período de incubação?
• O período de incubação é o tempo entre a infecção e o início dos sintomas clínicos da doença;
As estimativas mostram de 1 a 14 dias, com medias entre 5 a 6 dias.
Quais os sintomas?
Febre, tosse, dificuldade para respirar (dispneia), produção de escarro, congestão no nariz e nos olhos, dificuldade para engolir, dor de garganta, coriza, queda da saturação de oxigênio, aparecimento de cianose (cor azulada ou roxa da pele e mucosas).
A doença costuma ser grave?
Não, em torno de 85% dos casos a doença tem uma apresentação leve (como uma gripe comum), não sendo necessária a hospitalização.
Em grupos de risco (idosos, em especial acima de 80 anos e com comorbidades), a doença pode ter uma apresentação mais grave, sendo este o grupo que merece mais atenção.
Quem deve ser considerado caso suspeito?
Situação 1 – VIAJANTE: pessoa que apresente febre e pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios e com histórico de viagem para país com transmissão sustentada ou área com transmissão local nos últimos 14 dias;
Situação 2 – CONTATO PRÓXIMO: Pessoa que apresente febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório e histórico de contato com caso suspeito ou confirmado para COVID-19, nos últimos 14 dias.
Situação 3 – CONTATO DOMICILIAR: Pessoa que manteve contato domiciliar com caso confirmado por COVID-19 nos últimos 14 dias e que apresente febre ou pelo menos um sinal ou sintoma respiratório.
Nesta situação é importante observar a presença de outros sinais e sintomas como: fadiga, dor articular, dor muscular, dor de cabeça, calafrios, manchas vermelhas pelo corpo, gânglios linfáticos aumentados, diarreia, náusea, vômito, desidratação e falta de apetite.
O que é o caso confirmado?
• LABORATORIAL: Caso suspeito com resultado positivo em RT-PCR em tempo real.
• CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO: Caso suspeito com histórico de contato próximo ou domiciliar com caso confirmado laboratorialmente por COVID-19, que apresente febre, ou pelo menos um dos sinais ou sintomas respiratórios, nos últimos 14 dias após o contato, e para o qual não foi possível realizar a investigação laboratorial específica.
Como podemos definir o contato com casos suspeitos ou confirmados?
• Uma pessoa que teve contato físico direto (por exemplo, apertando as mãos);
• Uma pessoa que tenha contato direto desprotegido com secreções infecciosas (por exemplo, sendo tossida, tocando em papeis usados com a mão sem proteção);
• Uma pessoa que teve contato frente a frente por 15 minutos ou mais e a uma distância inferior a 2 metros;
• Uma pessoa que esteve em um ambiente fechado (por exemplo, sala de aula, sala de reunião, sala de espera do hospital etc.) por 15 minutos ou mais e a uma distância inferior a 2 metros;
• Um profissional de saúde ou outra pessoa que cuida diretamente de um caso COVID-19 ou trabalhadores de laboratório que manipulam amostras de um caso COVID-19 sem equipamento de proteção individual recomendado (EPI) ou com uma possível violação do EPI;
• Um passageiro de uma aeronave sentado no raio de dois assentos (em qualquer direção) de um caso confirmado de COVID-19, seus acompanhantes ou cuidadores e os tripulantes que trabalharam na seção da aeronave em que o caso estava sentado.
• Contato domiciliar: pessoa que reside na mesma casa/ambiente. Devem ser considerados os residentes da mesma casa, colegas de dormitório, creche, alojamento, etc.; ou qualquer outro tipo de contato que aconteça no ambiente doméstico.
Quais os cuidados de prevenção?
A principal medida de prevenção é a higiene das mãos, segundo a OMS, a lavagem das mãos é uma das principais ferramentas de controle em epidemias, podendo reduzir em até 40% a transmissão viral:
• População geral: Lavar as mãos frequentemente com água e sabonete por pelo menos 20 segundos. Se não houver água e sabonete, usar um desinfetante para as mãos à base de álcool
• Profissionais de saúde: Deve ser realizada antes e após contato com paciente, e entre os procedimentos realizados no mesmo paciente, respeitando os 5 momentos preconizados e a técnica e indicação correta da higiene das mãos com sabonete e água ou com produto alcoólico;
É fundamental, após retirada dos equipamentos de proteção individual, realizar a higienização das mãos imediatamente
Técnica de Higiene das Mãos com água e sabão
Técnica de fricção anti-séptica das mãos com preparações alcoólicas.
Um indivíduo resfriado deve seguir medidas que visam impedir a disseminação do vírus:
• Cobrir o nariz e a boca com lenço descartável ao tossir ou espirrar;
• Descartar o lenço em recipiente adequado para resíduos, imediatamente após o uso;
• Lavar as mãos frequentemente, principalmente após tossir ou espirrar;
• Evitar tocar olhos, nariz e boca;
• Evitar tocar em superfícies como maçanetas, mesas, pias e outras, principalmente o ambiente do paciente;
• Não compartilhar alimentos, copos, toalhas e objetos de uso pessoal.
Quem deve usar EPI (equipamento de proteção individual)?
Os equipamentos de proteção individual (EPIs), tem como função proteger o indivíduo que os utiliza, sendo assim, o profissional de saúde que realizar atendimento de casos suspeitos ou confirmados de Coronavírus está indicado a Precauções de Contato e Gotículas, ou seja, o uso de máscara cirúrgica, avental de manga longa e os óculos de proteção.
Sequência correta de colocação dos EPIs após a higiene das mãos:
Sequência correta de retirada dos EPIs:
Cuidados com a máscara cirúrgica:
• Colocar cuidadosamente para cobrir a boca e o nariz e amarrar com segurança para minimizar os espaços entre a face e a máscara;
• Enquanto estiver em uso, evitar tocar na máscara; remover a máscara usando a técnica apropriada (ou seja, não tocar na frente, mas remover por trás);
• Após a remoção ou sempre que tocar inadvertidamente na máscara usada, higienizar as mãos;
• Substituir a máscara por uma nova máscara limpa e seca quando a mesma ficar úmida (não reutilizar máscaras descartáveis);
• O paciente com necessidade de circulação fora do seu ambiente de restrição deverá colocar a máscara.
• Usar máscaras quando não indicado pode gerar custos desnecessários e criar uma falsa sensação de segurança que pode levar a negligenciar outras medidas, como práticas de higiene das mãos.
Cuidados com luvas de procedimento:
• É obrigatório para qualquer contato com paciente de forma a reduzir a possibilidade de transmissão para o profissional;
• Quando o procedimento a ser realizado exigir técnica asséptica, devem ser utilizadas luvas estéreis (de procedimento cirúrgico);
• Devem ser descartadas imediatamente após o uso;
• Higienizar as mãos antes e após a retirada das luvas;
• O uso de luvas não substitui a higiene das mãos.
Cuidados com protetor ocular:
• Os óculos de proteção (ou protetor de face) devem ser utilizados quando houver risco de exposição do profissional a respingos de sangue, secreções corporais e excreções;
• Os óculos de proteção devem ser exclusivos para cada profissional responsável pela assistência, devendo, após o uso, sofrer processo de higienização;
• Óculos convencionais (de grau) não devem ser usados como protetor ocular, uma vez que não protegem a mucosa ocular de respingos. Os profissionais de saúde que usam óculos de grau devem usar sobre estes os óculos de proteção.
Cuidados com avental de manga longa (descartável):
• O avental de manga longa deve ser utilizado durante toda a manipulação do paciente suspeito ou confirmado, além de contato com superfícies próximas ao leito, a fim de evitar a contaminação da pele e roupa do profissional;
• Durante o plantão, o avental deverá ser pendurado para reutilização, desde que usado para o mesmo profissional e não estiver sujo, molhado ou rasgado;
• Para equipe multidisciplinar deverá ser descartado com técnica após o uso, mesmo que seja utilizado apenas para exame físico.
Quando deve ser usada a máscara de proteção respiratória (respirador particulado ou N95)
Apenas indicada quando o paciente suspeito ou confirmado for submetido a procedimentos com geração de aerossóis, como: intubação traqueal, extubação, aspiração aberta das vias aéreas, fisioterapia, ressuscitação cardiopulmonar respiratória, coleta de espécime clínico para diagnóstico etiológico.
Esta máscara tem 95% de eficácia na filtração de partículas acima de 0,3 µm (N95, PFF2). A máscara de proteção respiratória deve ser de uso individual e estar apropriadamente ajustada à face.
Cuidados com máscara de proteção respiratória (respirador particulado ou N95)
• Objetivo é evitar contaminação por aerossol;
• A máscara pode ser reutilizada pelo mesmo profissional enquanto permanecer em boas condições de uso (com vedação aceitável e tirantes elásticos íntegros) e não estiver sujo ou contaminada por fluidos corpóreos. O profissional deve inspecionar antes de cada uso.
• Recomenda-se colocá-la em embalagem individual não hermética, de forma a permitir a saída da umidade (por exemplo, embalagem plástica perfurada ou a própria embalagem da máscara). Não é recomendável o uso de embalagem de papel ou de outro material que absorva umidade ou sirva de substrato para a proliferação do patógeno.
• Não deve ser colocado máscara cirúrgica embaixo de uma máscara de proteção respiratória pois não propicia a vedação correta
Nota: Ressalta-se a necessidade do uso racional de EPI nos serviços de saúde.
PESSOAS SEM SINTOMAS NÃO DEVEM UTILIZAR MÁSCARAS
Como deve ser realizada a limpeza do ambiente e equipamentos?
Para todos os pacientes:
• O ambiente do paciente deve ser arejado mantendo janelas e portas abertas
• Evitar acúmulo de poeira;
• A limpeza do ambiente e equipamentos deve ocorrer diariamente ou sempre que necessário seguindo a rotina já estabelecida no domicílio.
• A desinfecção dos materiais respiratórios deve seguir a rotina já preconizada em procedimento (PR-ID-0022 – Desinfecção de Materiais Respiratórios);
• A circulação dentro do ambiente do paciente deve ser restrita aos profissionais e cuidadores do paciente (devemos limitar as visitas)
Para pacientes com COVID-19:
• O ambiente do paciente deve ser arejado mantendo janelas e portas abertas. No momento de realização de procedimentos com geração de aerossóis manter aberturas como porta e janelas fechadas caso dê acesso para ambiente interno do domicílio;
• O paciente com COVID-19 deve permanecer em quarto privativo. Na impossibilidade deste deve-se manter a distância de pelo menos 2 metros de outro indivíduo.
• Evitar acúmulo de poeira;
• A limpeza do ambiente e equipamentos deve ocorrer diariamente ou sempre que necessário seguindo a rotina já estabelecida no domicílio. Recomendado utilizar sabão neutro, sem aroma forte nas superfícies, lavando com frequência os panos;
• A desinfecção dos materiais respiratórios deve seguir a rotina já preconizada em procedimento (PR-ID-0022 – Desinfecção de Materiais Respiratórios);
• A circulação dentro do ambiente do paciente deve ser restrita aos profissionais e cuidadores do paciente, sendo necessário o uso de máscara sempre que presente no ambiente do paciente;
Como proceder caso um paciente em Atenção Domiciliar apresente sintomas sugestivos de COVID-19?
• Entrar em contato com a Central de Emergência da Home Doctor, para melhor avaliação das necessidades clínicas.
• Caso o paciente seja mantido em domicilio, deverá permanecer em um quarto privativo e com limitação de sua circulação. Se necessário sair do ambiente, o mesmo deverá utilizar máscara cirúrgica até que esteja sem sintomas e com orientação da equipe assistencial.
Como proceder caso familiar ou cuidador de um paciente em Atenção Domiciliar apresente sintomas sugestivos de COVID-19?
Devemos recomendar que o indivíduo entre em contato com seu médico, e se afaste do contato com a paciente. Se possível permanecendo em outro domicílio ou em cômodo restrito, sem circulação próxima ao paciente e/ou profissionais que prestem atendimento ao paciente.
Caso paciente seja diagnosticado com COVID-19, como ficarão as visitas de equipe multidisciplinar?
Cada caso deverá ser avaliado individualmente quanto à possibilidade e necessidade de adequações do PAD durante a fase ativa da doença.
Existe tratamento para o COVID-19?
Até o momento não há medicamento específico para o tratamento da infecção humana pelo novo Coronavírus (2019-nCoV). No entanto, medidas de suporte devem ser implementadas.
Todos os pacientes sintomáticos que permanecerem em ambiente domiciliar devem ser alertados para a possibilidade de piora do quadro clínico e sinais de alerta de complicações como: aparecimento de febre (podendo haver casos iniciais afebris), elevação ou aumento de intensidade de febre ou sinais respiratórios, taquicardia, dor pleurítica, fadiga, dispneia. Os casos confirmados serão submetidos a monitoramento telefônico diário.
Quais são os sinais que configuram gravidade?
No aparecimento de qualquer um destes sinais a equipe assistencial deverá ser imediatamente informada.
Recomendação de medidas a serem implementadas para prevenção e controle da disseminação do novo Coronavírus (SARS-CoV-2) durante o atendimento:
CASOS SUSPEITOS OU CONFIRMADOS E ACOMPANHANTES Usar máscara cirúrgica; Usar lenços de papel (tosse, espirros, secreção nasal); Higiene das mãos frequente com água e sabonete líquido.
PROFISSIONAIS DE SAÚDE Higiene das mãos; Óculos de proteção ou protetor facial (ao realizar procedimentos com risco de exposição a fluidos/secreções); Máscara cirúrgica; Avental descartável; Luvas de procedimento.
Observação: os profissionais de saúde deverão utilizar máscaras N95,FFP2, ou equivalente, ao realizar procedimentos geradores de aerossóis como por exemplo, intubação ou aspiração traqueal, ventilação não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação.
PROFISSIONAIS DE APOIO, protocolos do Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde CASO PARTICIPEM DA ASSISTÊNCIA DIRETA AO CASO SUSPEITO OU CONFIRMADO Higiene das mãos; Óculos de proteção ou protetor facial (ao realizar procedimentos com risco de exposição a fluidos/secreções; Máscara cirúrgica; Avental descartável; Luvas de procedimento.
As recomendações são baseadas nos