12/03/2022
Hoje acordei com a notícia de sua partida. Às vezes me pego fazendo perguntas idiotas para Deus: por que as crianças precisam crescer? Por que os idosos precisam morrer? E por que nunca estamos preparados para nenhuma despedida? Eu sei que muitos podem rir das minhas perguntas, mas são nessas fases de nossas vidas que realmente somos VERDADEIROS. A criança não tem malícia, nem preconceitos e os idosos são sinceros, receptivos, agradecidos. Ambas as faixas etárias VIVEM INTENSAMENTE O PRESENTE! E por que estou escrevendo tudo isso? Porque está difícil achar as palavras certas.
O Senhor José chegou com sua neta em um projeto social no qual dou aulas de yoga e ele foi o aluno mais velho a entrar na turma. Em menos de duas aulas ele conquistou não apenas o meu, mas o coração de cada um da turma. Com humildade e simplicidade serviu de inspiração para alguns que até estavam pensando em desistir das aulas. Quando sua neta ia trabalhar e não conseguia levar ele na aula, mesmo com dificuldade de andar ele pegava sua bengala, subia em sua bicicleta e ia até a minha aula, para, no final, eu ser grata a ele todo o ensinamento que estava me passando. Força, aceitação, gratidão, persistência e alegria de viver.
Com o início da pandemia sua vida mudou muito, pois teve perdas importantes e isso acabou entristecendo um pouco o seu coração e viver cada dia ficou mais difícil. Mas a fé que o senhor sempre demonstrou ao final de minhas aulas me faz crer que o senhor irá encontrar seus entes queridos e cuidar dos que aqui f**aram.
Senhor José f**a aqui a minha homenagem ao senhor que, no pouco período que passou pelo meu caminho me inspirou, me fez acreditar e confiar mais em meus propósitos, me acolheu de coração como sua professora de yoga e transmitiu muita energia positiva não apenas para mim, mas para todos que se sentiram tocados por sua luz.
Continue brilhando e irradiando todo esse amor e paz ao nosso universo. Um dia estaremos todos reunidos para, quem sabe, praticar mais um pouco de yoga.
Namastê, Sr. José!