04/09/2025
Quatro anos da madrugada mais terrível da minha vida.
Só me lembro de sentar no chão e pensar: como vai ser agora?
Ela me ensinou tudo, menos a viver sem ela.
Esse ipê amarelo foi ela quem plantou. Eu vivia reclamando porque ele soltava sementes que sujavam meu carro e florescia apenas uma vez por ano. Como se fosse pouco florescer uma vez ao ano… Num mundo em que tanta gente nunca aprendeu a florescer, ela florescia até em meio ao deserto. E olha que passou por vários — mas sempre com um sorriso no rosto e incentivando todos ao redor.
Ontem recebi essa foto da minha tia. As duas eram inseparáveis, assim como eu e minha irmã. Que herança bonita ela nos deixou.
O ipê, antes quase condenado, ressurgiu em setembro cheio de vida. Foi como se ela dissesse:
“Parem de achar que não estou bem. Estou aqui. Fiquem felizes por mim. Venci a maior batalha da vida. Agora é com vocês: façam o melhor, cuidem dos meus netos. Logo a gente se encontra.”
Nos seus últimos dias, ela me contou de um sonho: estávamos todos em família, pedalando por campos floridos. Brincou que queria a bicicleta dela, uma Caloi com cestinha. Eu prometi reaprender a andar de bicicleta para realizar esse sonho. Tenho tentado, mesmo sabendo que ele não vai se cumprir aqui.
Mãe, nós te amamos. Obrigada por continuar cuidando da gente. Você está viva em nós.
Benício herdou sua risada e já mostra o dom artístico , você sempre teve razão.
A Bea é uma feminista nata, com uma força que nos levanta, e às vezes até inverte os papéis. Já vivemos isso, não é? Que potência essa menina tem.
Eu e a Lu somos você e a tia: rindo e lutando em meio ao caos, mas sem nunca soltar a mão uma da outra. 🤍
Seria mais fácil se você estivesse aqui. Mas você merecia o descanso.
F**a em paz, mãe. Nós seguimos conseguindo.