26/02/2019
Carta aberta aos pais de adolescentes:
Seus filhos e filhas são seres dotados de vontades, desejos e sonhos. Eles existem, são pessoas, sofrem e sentem os impactos do mundo tanto quanto qualquer outra pessoa, portanto, eles não são cópias de vocês e nem precisam corresponder à todas as expectativas que vocês depositaram neles... Eu bem sei - e sei mesmo, na prática - que criar filhos nos demanda muito esforço, tempo, paciência, entre tantas outras coisas, e que muitas vezes nos custa muito dedicar isso à eles, mas percebam, nós precisamos fazer isso!
Participem da vida de seus filhos, perguntem como foi o dia, como está na escola, reserve alguns minutos do seu dia para contar sobre seus sonhos e desejos e escute-os sobre isso também. Fale com eles sobre sexualidade, sem muitas regras, sigam suas crenças e princípios morais, mas entendam, somos seres sexuados, é da nossa natureza, logo eles também sentem curiosidade sobre esse assunto.
Entendam que quando eles dizem: "eu não sei explicar o que estou sentindo", é porque realmente eles não sabem explicar o que estão sentindo. Dê afeto e amor, mesmo que isso te custe muito, afinal muitos de nós não aprendemos isso na infância. Alguns pais não tiveram esse processo de adolescer, para vocês digo: é muito difícil ser adolescente, às vezes todos os sentimentos vêm juntos e eles ainda estão aprendendo a lidar com eles.
Dê limites, estabeleça regras, incentivem seus filhos a participarem das atividades de casa, tudo isso será muito importante pra eles no futuro. Essa geração passa o dia inteiro conectada, portanto, tente ver o que eles estão vendo, jogando, com quem conversam, isso ajudará a mantê-los a salvo de pessoas más intencionadas. Jogue em família, assistam filmes, ouçam música juntos, façam mutirão de limpeza, conversem sobre política, religião, filosofia, criem momentos únicos, isso fará com que seus filhos sintam segurança e amor (além de terem ótimas recordações e referências). Quando seu filho estiver "chamando atenção" é porque ele realmente precisa de atenção.
Se encontrar dificuldades, peça ajuda. Existe terapia familiar, de casal, individual, aconselhamentos, etc., tudo isso em diversas abordagens e maneiras, com certeza terá um profissional competente para te auxiliar nesse processo. Ensinem aos seus filhos a pedirem ajuda se precisarem também, isso pode diminuir os altos índices de suicídio entre os adolescentes. Conversem sobre dr**as, sobre violência, sobre limites, respeito, direitos humanos, bons costumes, ensine seu filho a ser alguém que você se orgulhe.
Mamãe costuma dizer que criar filho dá muito trabalho e eu sempre completo que criar filho direito dá mais trabalho ainda. Mas não desanimem, não desistam, sigam em frente, o futuro pertence à esses pentelhos amados.
Tatiane Rafailov CRP 01/17715
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