Helpsi Este site procura abordar assuntos ligados a mente humana nas mais diferentes áreas da psicologia tratando de temas sociais, culturais,comportamentais etc

17/10/2015

Psico o que?
Muitas pessoas, quando vão procurar algum tipo de atendimento ligado à área psi, f**am um pouco confusas sobre o que cada profissional faz. Qual a diferença de psicólogo para psicoterapeuta? Psicanalista fez faculdade de que? E psiquiatra, é só pra gente doida que já não tem jeito, e tem que ser internada num manicômio com camisa de força? O psicólogo, pode me dar alguma coisa pra eu dormir melhor?
Bem vou procurar aqui esclarecer um pouco sobre essas dúvidas, afim de ajudar aqueles que desconhecem as diversas áreas existentes, a saber melhor o que estão procurando, e encontrar um profissional adequado para sua demanda.
Um psicólogo, é um profissional formado em faculdade de psicologia, onde se estuda as vicissitudes da mente humana. Ao se formar, um leque de atuações no mercado de trabalho abre-se para o psicólogo. Ele pode trabalhar com psicologia do trabalho, em órgãos que regulem o trabalho, ou mesmo em setores de uma empresa, afim de colaborar em tudo relacionado ao humano dentro de uma companhia. Pode trabalhar em hospitais, assistindo de diversas formas, pacientes da instituição. Pode também atuar em escolas, colaborando com a direção, professores e alunos (é importante esclarecer, que um psicopedagogo é um profissional que atua de forma diferente de um psicólogo escolar, e para alguém ser um psicopedagogo é preciso especializar-se nessa área, através de pós-graduação, por exemplo). Outro ambiente de atuação de um psicólogo é o jurídico, onde ele desempenha diversos papéis de acordo com a Vara em que trabalha. Também há área esportiva, de marketing, forense, entre diversas outras.
Ah, então um psicólogo atende as pessoas em todos esses lugares, ou seja, cada um desses lugares tem um consultório com um ou mais psicólogos? Não. O psicólogo não atende nesses lugares. Não tem uma salinha, onde o funcionário de uma empresa, ou um aluno, ou criminosos sentam, e falam dos seus problemas. O psicólogo faz coisas diferentes nesses locais, que vai desde seleção de candidatos a uma vaga de trabalho, ou resoluções de problemas jurídicos, como mediações, até análise de perfil criminal, ou de desenvolvimento de desempenho de um atleta. Se for necessário um atendimento clínico, o psicólogo sugere, ou encaminha, o indivíduo para um psicólogo clínico.
Um psicólogo clínico é o cara que senta e escuta, seja lá o que você queira, e tenha para falar. Mas como disse em postagens anteriores (leia Psicólogo, ser ou não ser), um psicólogo não f**a só escutando, como um bom amigo, muito menos está ali para lhe aconselhar. O psicólogo clínico se utiliza de diversas teorias e técnicas para desenvolver o trabalho clínico, cada teoria provém de uma abordagem diferente, que nada mais é do que um olhar diferente sobre como atuar na clínica psicológica.
Essas abordagens vão permear o modo de escutar o que você está dizendo. TCC, existencial humanista, Gestalt, são várias as linhas de pensamento que um psicólogo clínico pode escolher para fundamentar seu trabalho (é importante que esse profissional escolha uma com que se identifique mais). O tratamento que um psicólogo clínico vai desempenhar, baseando-se em sua abordagem, chama-se terapia, daí o nome, psicoterapeuta, pois o psicólogo clínico vai debruçar-se sobre a terapia existencial humanista, ou a gestaltista, ou a wunguiana, ou a cognitiva comportamental (TCC), para tratá-lo.
Então todo psicoterapeuta pode se dizer um psicólogo clínico? Sim. No entanto o inverso não pode ser dito, pois na área clínica também existem os psicanalistas. E quem são esses? Apesar de ser estudada em uma faculdade de psicologia, a psicanálise segue uma vertente própria, a começar, porque nem todo psicanalista é um psicólogo. Existem médicos, advogados, filósofos, historiadores e muitos outros profissionais psicanalistas. A psicanálise é uma linha de formação muito singular, que forma pessoas que não só a estudam durante anos, filiados às escolas de formação psicanalítica, como também passam por anos de análise própria. Aquela pessoa que estuda a psicanalise, e seus principais nomes, como Freud, Lacan, dentre outros, e que principalmente passa por um processo de clínica psicanalítica, onde será “tratada” por outros psicanalistas, torna-se apta a ser um psicanalista também.
E psiquiatra? É psicólogo de gente que já tá maluca de vez? Não, Psiquiatria é a vertente médica dos estudos da mente humana. Para ser um psiquiatra é preciso primeiro ser um médico, para só então especializar-se em psiquiatria. Os parâmetros de atuação de um psiquiatra são outros, pois fatores biológicos, químicos e outros da área médica, estão muito mais ligados à atuação desse profissional. Então não pode se dizer que um psiquiatra é um psicólogo, a não ser que ele tenha feito faculdade de psicologia também, muito menos um psicanalista, a não ser que ele tenha lido muito Freud em escolas psicanalíticas, e tenha deitado por anos em um divã (poltrona utilizada em análise). É importante salientar também que o psiquiatra é o único que pode prescrever qualquer tipo de medicamento, não importa qual. Se um psicólogo lhe der receita de algo, ele está cometendo uma prática ilegal em sua profissão.
E o PSY? É uma banda coreana que toca... Brincadeira. Espero ter esclarecido um pouco sobre o que cada profissional faz, para que, quando você for procurar um, saiba exatamente o que quer com cada um deles, sem perguntar para o psiquiatra onde está aquela poltroninha confortável que vê nos filmes para você deitar e falar dos seus problemas, ou se podem lhe passar aquele comprimidinho pra para f**ar menos ansioso.
O mais importante é que todos carregamos o psi na frente, ou seja, todos nós, como profissionais, devemos respeitar e valorizar o indivíduo o motivo que o trouxe até nós.

17/10/2015

Funk do Freud
“Beijinho no ombro pro RECALQUE passar longe”. A primeira vez que ouvi essa música, remeti instantaneamente aos estudos de faculdade onde aprendi, por quase todo o percurso acadêmico, o signif**ado de tal palavra, signif**ado esse que foge totalmente do proposto pela música.
Deixando de lado meus gostos musicais e meu apreço, ou melhor, a falta do mesmo em relação ao funk, gostaria aqui de esmiuçar o real sentido de um recalque, e mostrar que isso diz muito mais a respeito da própria pessoa, do que para as inimigas. Acho que inclusive, alguém que não gostaria nada de ouvir tal canção, e o mal-uso da palavra empregada em sua letra, seria Freud que, provavelmente, não concordaria com o título de filósofa contemporânea dado à cantora dessa música.
Se procurarmos em um dicionário encontraremos este signif**ado para esta palavra: Recalque - Exclusão inconsciente, do campo da consciência, de certas ideias, sentimentos e desejos que o indivíduo não quisera admitir e que, todavia, continuam a fazer parte de sua vida psíquica, podendo dar origem a graves distúrbios. Simplif**ando, o recalque seria o nosso tapete ou a nossa gaveta, onde jogamos tudo aquilo que é de alguma forma, difícil para lidarmos.
No funk “Beijinho no Ombro”, a palavra recalque exprime um sentido de inveja, sentimento que pode ser até a causa de um recalque, ou mesmo um efeito consequente do mesmo, mas não o recalque em si.
Imaginemos que uma pessoa presencie uma cena constrangedora, revoltante, medonha, ou ameaçadora, ou seja, algo que se distancie de sua concepção de normalidade, de suas crenças, daquilo que constitui seu eu. Quando essa pessoa lida com tal situação ela tem alguns (diria até que diversos) mecanismos para absorver a experiência. Um dentre estes mecanismos, constitui-se do recalque, que é na verdade sua mente lhe dizendo: “isso é demais pra mim, esconde isso num lugar onde não tenha que pensar nisso”. Esse lugar para os psicanalistas, trata-se do inconsciente, uma instância psíquica, onde estão os reais medos, desejos e sentimentos do sujeito.
Ah, então está tudo resolvido, retiramos o pensamento da consciência, paramos de pensar nisso e está tudo resolvido! Aí que está o problema! Para a psicanálise, o fato de algo estar no inconsciente do indivíduo, não signif**a que está esquecido. Essa foi na psicanálise, a grande descoberta que Freud fez, quebrando certos paradigmas, sobre o funcionamento do psiquismo humano. Freud diz que o inconsciente, apesar de ser “in”, tem seu próprio funcionamento dentro da mente humana, sendo assim, seria como se o tapete se mexesse reagindo a sujeira que está debaixo dele, ou como se a gaveta estalasse a cada pedaço de papel escondido dentro dela. Esses estalos, e movimentos, seriam os sintomas, efeitos do pensamento recalcado.
Quando vamos ao analista, queixosos sobre uma dor que não tem fundos patológico algum, ou sobre um determinado comportamento que temos em relação a algo, por vezes lidamos com as sujeiras jogadas para debaixo do tapete, ou os papéis amontoados nas gavetas, afim de ressignif**ar coisas que na época em que foram recalcadas, podiam ser difíceis demais para encararmos.
Agora se eu lhe dissesse que você sente inveja, talvez me respondesse que sim, mas inveja boa, de ter aquilo que o outro tem, mas sem tirar dele, ou poderia até confidenciar uma inveja mortal daquela pessoa que você não suporta. Mas e se essa inveja fosse de alguém que você gosta? De um amigo de infância, de um ente querido, de um irmão, de um pai ou uma mãe? Provavelmente poderia dizer que nunca sentiria tal coisa por alguém que ama tanto, e talvez tenha razão, nunca tenha sentido ou nunca vai sentir. Mas, se sentiu, ou sente, isso pode ser tão difícil de digerir, ou de admitir, que não encontre forma melhor de lidar com tal sentimento do que o recalcando, e deixando isso de lado. Talvez um dia, sem querer, deixe algo cair na cabeça do seu irmão, ou bata a porta do carro no dedo da sua mãe, ou tenha aquela gripe na semana de folga de seu pai, fazendo-o passar a semana inteirinha cuidando da sua febre. Aí você vai me perguntar: mas pera aí, então eu vou deixar algo cair de propósito na cabeça de alguém, vou machucar essa pessoa, ou pior, vai me dizer que vou fingir estar doente pra prejudicar alguém? Eu vou responder que obviamente não, vai deixar aquilo cair, vai bater à porta realmente sem querer, e que vai f**ar doente de verdade, ou seja, conscientemente, não vai fazer nada.
Muitas palavras caem no senso comum, tendo seu sentido deturpado. Acho importante sabermos que existem mais coisas por trás de palavras como o recalque, do que as que são passadas para as pessoas. Não discrimino ninguém por cantar beijinho no ombro pro recalque passar longe, mas se eu sei o que a funqueira Valesca quis dizer ao usar recalque em suas letras, acho plausível e relevante, demonstrar o que outras pessoas quiseram dizer ao pronunciar a mesma palavra. A importância daqueles que pronunciaram tal palavra não está em discussão, mas sim a necessidade de conceitualizar uma expressão de forma contundente.
Se alguém lhe chamar de recalcada agora, diga: quem não é?

09/10/2015

PSICÓLOGO: SER OU NÃO SER?
A questão do título desta postagem pode nos levar a pensar sobre os motivos pelos quais muitos profissionais desta área decidem seguir por este percurso.
Já ouvi diversas explicações, das mais diversas pessoas, do porquê elas optaram pela carreira de psicólogo, das mais simples às mais complexas, das mais compreensivas às mais estapafúrdias. “ Ah, fiz faculdade de psicologia porque gosto de gente”; “queria me entender”; “tentei medicina, mas acabei escolhendo psicologia porque era minha segunda opção”; “eu sempre dei boas dicas para os meus amigos, então ...”
Primeiro que tal problematizarmos o signif**ado de ser um psicólogo? Psico vem do grego psique, que signif**a alma ou mente, e logo vem do grego logus, que signif**a palavra, saber, estudo. Então a princípio podemos dizer o óbvio, que psicólogo é aquele que estuda ou procura deter o saber sobre a mente humana. Mas será que podemos reduzir o que é ser um psicólogo a isto? Se eu fosse tentar dizer o que é um psicólogo, acredito que deveríamos partir daquilo que um psicólogo mais faz em sua atividade profissional; escutar.
É importante diferenciar o escutar de um psicólogo, do escutar de um familiar, amigo, ou qualquer outro tipo de ouvinte. Uma vez me falaram que um padre não faz algo muito diferente de um psicólogo, afinal ele f**a lá escutando os problemas das pessoas, para que elas possam aliviar-se dos mesmos. Não contesto a importância de um confessionário para aqueles que acreditam, no entanto, torna-se mais do que relevante, diferenciar a prática de uma escuta corriqueira da de um profissional.
Um psicólogo, seja em qualquer área ou abordagem, primeiramente não deve dar sentido ao que está ouvindo, afinal o sentido das palavras ditas são antes de mais nada daquele que as está pronunciando, sendo assim, expressões como “eu acho”, “no meu ponto de vista”, “para mim”, não cabem a um psicólogo. Influir no discurso do outro, é algo que na prática psicológica pode trazer graves consequências.
E será que todo psicólogo tem que escutar? E se trabalhar no RH de uma empresa, ou numa escola? Mesmo esses, precisam estar atentos às questões de um funcionário ou um aluno. Em um processo de seleção de empregados, o psicólogo tem que escutar as demandas de uma empresa, a respeito dos requisitos necessários para contratar aquele que for mais adequado para o cargo. Num colégio, o psicólogo tem que escutar um professor, colaborando para que ele tenha as melhores condições possíveis para dar sua aula, ou um aluno que esteja indo mal nos estudos.
Se elegermos então a escuta como atributo fundamental de profissional de psicologia, podemos dizer que ser um psicólogo é mais do que um estudante, um ouvinte da mente humana. Agora ouvir a mente? A gente escuta aquilo ou aquele que faz barulho. Como ouvir algo abstrato, subjetivo? Aí é que vem a grande questão do ser ou não ser, pois se alguém se predispõe a seguir essa carreira, precisa ouvir aquilo que não é dito.
E como fazer isso? A mente, fala através de inúmeras manifestações, seja através do discurso do detentor dessa mente, ou de movimentos corporais dos mesmos, atitudes, modo de vestir, etc. São tantas as formas da mente produzir uma informação que, se tentarmos decifrar, seria impossível (até porque ninguém decifra ninguém). A melhor forma de ouvir a mente é permitir que ela se apresente sem intromissões, claro que, respeitando a ética profissional.
Se um homem de quase 2 metro de altura e 100 quilos adentrar no meu ou no seu consultório, vestindo um maiô, o que devemos fazer? Estamos em frente a um louco? Os motivos pelos quais ele está trajando tal vestimenta, podem ser vários. Acredito que a única coisa que podemos dizer com certeza são duas: Ele está vestindo um maiô, e isso diz algo sobre ele, ou seja, de alguma forma a mente dele se manifesta também através do que veste, seja porque aquilo o remete a alguma situação ou questão, ou mesmo pelo simples fato de que o seu modo de vestir transgride um padrão aceito pela sociedade. Ah, mas então não há nada, absolutamente nada de meio bizarro, um homem desse tamanho vestido assim? Para você talvez sim, para outras pessoas talvez não. Afinal, o que diria de uma pessoa bem vestida, num terno impecável, combinando com a gravata, e sapato caro, combinando com o cinto? Um empresário? Um psicopata?
A grande pergunta é: quero ser alguém que escuta assim? É muito mais fácil ir num lugar, sentar com alguém e dizer coisas como: “Ah! você não está pensando em fazer isso tá? ”; “Não acredito que você vai deixar isso”; “Já sei, sabe o que você devia fazer?”. Eu escolhi escutar do jeito mais difícil, eu escolhi ser.

Endereço

Teresópolis, RJ
25953090

Telefone

998624271

Notificações

Seja o primeiro recebendo as novidades e nos deixe lhe enviar um e-mail quando Helpsi posta notícias e promoções. Seu endereço de e-mail não será usado com qualquer outro objetivo, e pode cancelar a inscrição em qualquer momento.

Compartilhar

Share on Facebook Share on Twitter Share on LinkedIn
Share on Pinterest Share on Reddit Share via Email
Share on WhatsApp Share on Instagram Share on Telegram