31/05/2018
TRATAMENTO DO CÂNCER DE TIREÓIDE
Ao avaliar fatores como quadro clínico, estadiamento da doença e características do tumor, médico e paciente possuem diversas opções de tratamento: cirurgia, reposição hormonal e terapia com iodo radioativo estão entre as mais comuns. Confira os sintomas e um pouco mais sobre o tratamento.
Sinais e Sintomas
O câncer de tireóide pode causar os seguintes sinais e sintomas:
Nódulo no pescoço, que às vezes cresce depressa;
Dor na parte da frente do pescoço, que às vezes irradia para os ouvidos;
Rouquidão ou mudança no timbre de voz que não desaparece com o tempo;
Dificuldade para engolir;
Dificuldade para respirar (com a sensação de que se está respirando por um canudinho);
Tosse que não pára e não se deve a gripe.
Outros cânceres de pescoço e outras doenças benignas podem causar os mesmos sintomas. Lembre-se de que a maioria dos nódulos de tireóide é benigna, mas só um exame mais detalhado pode identificar se há um câncer ou não. Quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sucesso do tratamento.
Os métodos de tratamento do câncer de tireóide incluem cirurgia, tratamento com iodo radioativo, terapia hormonal, radioterapia e quimioterapia. Geralmente, dois desses métodos são usados.
Cirurgia
O tratamento-padrão para o câncer de tireóide é cirurgico (a exceção é o câncer de tireóide anaplásico, uma forma bem mais rara da doença). Como os carcinomas papilíferos podem aparecer nos dois lobos da glândula e o carcinoma folicular é mais agressivo, os cirurgiões tendem a remover toda a tireóide. Nos casos de carcinomas papilíferos com menos de 1 cm, sem sinais de comprometimento de órgãos próximos, o cirurgião pode realizar uma lobectomia, retirando apenas o lado da tireóide atingido pelo câncer.
Quando a doença atinge gânglios linfáticos próximos, o especialista retira aqueles que aparecem aumentados e atingidos pelo câncer. Células cancerosas que tenham permanecido no local são mortas mais tarde, por iodo radioativo.
O paciente normalmente tem alta do hospital 2 a 3 dias após a cirurgia. Os exames do pré-operatório podem incluir as cordas vocais do paciente, já que em alguns raros casos a cirurgia provoca alterações na voz, com rouquidão temporária ou permanente. Outro problema que pode ocorrer por causa da operação é algum dano às paratireóides, glândulas que ficam perto da tireóide e que ajudam a regular o metabolismo de cálcio. Se isso ocorrer, pode haver queda dos níveis de cálcio no sangue, provocando espasmos musculares e sensação de dormência. Essas ocorrências, porém, são raras quando o paciente está nas mãos de cirurgião experiente.
Todos os pacientes que passam por remoção total ou parcial da tireóide têm de tomar pílulas para repor o hormônio tireoideano pelo resto da vida.
Terapia com iodo radioativo
A tireóide absorve praticamente todo iodo do organismo. O iodo radioativo, absorvido pela tireóide, destrói células remanescentes da tireóide (normais e cancerosas) sem afetar o resto do corpo. Esse tratamento é usado tanto para destruir qualquer célula da tireóide que tenha permanecido no organismo bem como o câncer de tireóide que tenha se espalhado para gânglios linfáticos e outros órgãos. Geralmente, o paciente toma antes o TSH, para estimular o tecido que restou da glândula e as células cancerosas a absorver iodo. Depois, ele é internado no Hospital, ingere a cápsula, e permanece isolado por um ou dois dias, por causa da radioatividade. O tratamento pode desregular o ciclo menstrual das pacientes por algum tempo e recomenda-se que elas só pensem em engravidar 6 meses depois de terminado o tratamento.
Dr. Rodrigo Melão