29/11/2025
A morte súbita em atletas jovens: o risco que nasce do desconhecimento
A morte súbita em atletas jovens, embora rara, é sempre devastadora — e, muitas vezes, evitável. Na maioria dos casos, ela ocorre porque existe uma doença cardíaca silenciosa, desconhecida pelo atleta e por sua família. Esse desconhecimento é o principal fator que impede ações preventivas eficazes.
Muitos jovens iniciam a prática esportiva competitiva movidos pela paixão, disciplina e sonhos. Porém, o coração de um atleta é exigido ao máximo. Sem uma avaliação adequada, problemas cardíacos hereditários ou estruturais — como cardiomiopatia hipertrófica, anomalias coronarianas e arritmias genéticas — podem passar despercebidos por anos, até se manifestarem justamente no cenário de esforço intenso.
Por isso, os pais têm um papel fundamental na proteção desses jovens. Antes de iniciar o caminho no esporte de alto rendimento, é essencial realizar uma triagem cardiológica completa, incluindo:
• Avaliação clínica detalhada, com histórico familiar de doenças cardíacas e morte súbita;
• Eletrocardiograma (ECG), que pode identificar alterações elétricas importantes;
• Ecocardiograma, para avaliar a estrutura e o funcionamento do coração;
• Te**es adicionais, quando indicados, como teste ergométrico ou holter.
Esse conjunto de exames permite conhecer a capacidade cardíaca real do jovem atleta e identificar riscos antes que eles se transformem em tragédias. Além disso, equipes treinadas em campo, protocolos de emergência bem estruturados e o acesso imediato a um DEA (desfibrilador externo automático) aumentam ainda mais a segurança.
Cuidar da saúde cardíaca não é limitar um sonho — é dar condições para que ele aconteça com segurança.
Conhecimento, prevenção e acompanhamento especializado salvam vidas e garantem que nossos jovens possam praticar o esporte com confiança e proteção.
José Nixon Batista (Médico Emergencista).