04/07/2018
Sobre autoconhecimento....
O que acontece quando a gente decide mudar um hábito, escolhe agir ou pensar diferente? Um novo caminho se abre na nossa vida…
Há alguns anos, enquanto eu passava por uma situação complicada, fiz um voto. Num dia 12 de outubro ao meio-dia, ao som dos foguetes oferecidos à Nossa Senhora Aparecida, decidi que ficaria um ano inteiro sem consumir açúcar.
Naquela época eu era apaixonada por doce, amava sorvete, era chocólatra. Mas, apesar disso, me comprometi a ficar 12 meses sem ingerir nada que contivesse açúcar ou outro tipo de adoçante. Tirei sobremesas, bolos, roscas, refrigerantes, sucos adoçados e até o cafezinho.
Essa foi a primeira vez que escolhi me privar de alguma coisa em prol de algo maior. Gostei da experiência. Foi muito bom perceber que podia me controlar, que era capaz de dizer não pra mim mesma.
Descobri em mim uma força que eu não conhecia, me vi capaz de fazer escolhas mais conscientes, me senti livre.
E aprendi que quando a gente se dispõe a crescer através do autoconhecimento, o Universo se aproveita muito dessa disposição. Dentro daquilo que me propus, enfrentei situações em que era muito difícil resistir.
Na Yoga, usamos o termo sânscrito sadhana para representar os sacrifícios que escolhemos fazer ao longo da nossa jornada a fim de fortalecer nosso espírito – sadhana é o meio para alcançar um fim desejado, é uma prática, um caminho.
Ficar sem açúcar foi meu primeiro sadhana. Depois disso, muitos outros vieram: sem carne, sem álcool, sem pão francês, sem falar dos outros, sem gritar, sem julgar, sem criticar, e mais, muito mais. Alguns com duração de um ano, outros do tipo “só por hoje” e ainda os de 21 dias, 40 dias, 30 dias.
Já fiquei um ano sem comprar roupas e sapatos para mim.
Combinei com a minha família que eu poderia ganhar, mas se eles quisessem e o que eles escolhessem me oferecer. Assim, eu exercitaria a humildade ao pedir e ao aceitar o que viesse, inclusive o não.
Nessa experiência, percebi o quanto eu associava o consumo à satisfação das mais diversas necessidades. Comprava para saciar desejos que não seriam saciados com sapatos novos ou novas “brusinhas”. Desejava coisas da quais eu não precisava.
Cada sadhana é único e te mostra diferentes sujeiras jogadas pra debaixo do tapete.
Quando saímos da zona de conforto e nos desafiamos, somos forçadas a abrir novos caminhos. Ao deixar de fazer alguma coisa, automaticamente precisamos aprender a fazer diferente, a olhar por outro ângulo, a conhecer a nossa dinâmica de pensamentos e desejos.
E depois de nos forçarmos por um tempo a seguir o caminho escolhido, ele se torna natural.
É uma experiência que vale a pena!
Com amor,
Marilia Sáber
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