25/10/2021
Antes de ser psicóloga, eu sou ser humano!
Uma das minhas maiores preocupações durante a graduação era: “e se eu me emocionar com alguma história e sentir vontade de chorar?” Até que um dia, no estágio supervisionado, uma professora dotada de toda sensibilidade e delicadeza do mundo, disse assim: “tudo bem se emocionar, somos seres humanos e quando criamos vínculo com outras pessoas, não é necessário negar”.
É óbvio que isso só aconteceu comigo duas vezes (por favor não pensem que eu estou aos prantos com meus clientes). Mas foram dois momentos específicos. Querem saber quais momentos foram esses?
Um deles foi sobre o relato de uma paciente sobre a perda do filho durante a primeira infância, eu ainda não estava gestante do Guilherme mas o relato daquela mãe foi EXTREMAMENTE tocante e, por estar disponível pra ela 100% naquele momento, a dor dela se transformou em minha dor e as lágrimas caíram. Eu lembro de nos abraçarmos no final e ela relatar que estava muito feliz por poder compartilhar aquilo comigo e que ela estava saindo dali muito mais aliviada. A dor, foi literalmente dividida. Eu tirei a dor dela? NÃO. Mas nossa conversa foi suficiente pra ela continuar buscando em terapia e internamente recursos pra lidar com um fato que mobilizaria a vida dela eternamente.
Um outro dia foi diante de uma história de amor, dessas de livro, de filme, que a gente jura que nunca acontecem na realidade. Acreditem em mim, elas acontecem. LÓGICO que permeadas pelos percalços de uma vida real com pessoas reais, mas olhar para o movimento individual das pessoas e perceber que nem sempre a vida corresponde aos desejos do ser humano, me fez mais uma vez experimentar na pele a dor do outro.
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