19/11/2025
O desafio da escuta ativa com idosos vai além de simplesmente ouvir palavras; é um mergulho nas barreiras psicológicas e sociais que nos afastam.
Muitas vezes, o que nos impede de parar para escutar com atenção são questões enraizadas, como:
1. O idadismo (preconceito de idade): A Psicologia aponta o idadismo como uma barreira central. Estereótipos negativos fazem com que, inconscientemente, desvalorizemos as falas dos idosos, presumindo que são repetitivas, irrelevantes ou fruto de um declínio cognitivo. Essa visão depreciativa nos leva a completar frases, apressar respostas ou simplesmente ignorar suas histórias, fechando o canal da comunicação genuína.
2. A pressa e a cultura da produtividade: vivemos em um ritmo acelerado, onde o tempo é visto como sinônimo de produtividade. A fala do idoso, que muitas vezes é mais lenta, com pausas para buscar memórias ou organizar o pensamento (o que é natural do envelhecimento, mas não patológico), entra em conflito com essa pressa. A impaciência e a falta de disponibilidade de tempo se tornam, na prática, uma barreira emocional.
3. Medo e desconforto com o envelhecimento: escutar o idoso, suas perdas e suas limitações físicas, pode nos confrontar com nossa própria ansiedade sobre o futuro e o envelhecimento. Inconscientemente, evitamos a escuta profunda para não encarar a finitude ou as dificuldades que a velhice pode trazer, afastando-nos da sua dor e, consequentemente, da sua história.
A escuta ativa na Psicologia é a chave que desarma essas barreiras. Ela é a base para o acolhimento e o cuidado ético e eficaz.
Escutar um idoso é:
1. Validar a sua história e a sua existência.
2. Combatendo o isolamento e a solidão.
3. Estimular a memória e a função cognitiva.
Ao dedicarmos tempo e presença, oferecemos um espaço de fala e reconhecimento, essencial para a saúde mental e o bem-estar na terceira idade.