21/12/2022
No Brasil e em grande parte do mundo, referências associadas aos negros, são desconsideradas e acabam passando despercebidas até mesmo nos livros de história.
Fato lamentável, em especial no Brasil, que ergueu seus pilares através do sofrimento dos povos afro bantu, chegados na humilde condição de escravos, o que foi apoiado na ocasião pelo Clero português, baseado em uma lei de 1454, feita pelo Papa Nicolau V, onde dizia ser o negro africano, uma raça inumana e sem alma, portanto, não tinha direito após sua morte, de ascender ao céu pregado pelo Cristianismo europeu, para que essa ascenção pudesse ocorrer, o negro deveria ser convertido ao Catolicismo pelos jesuítas, fato criado para justificar a escravidão e as torturas e mortes dos nossos ancestrais.
Hoje em dia a Rainha Jingha (esposa do Rei Ndongo, que deu nome ao.atual país Angola)se tornou esquecida na história, mas a maioria das casas de Candomblé que deveriam respeitar as nossas memórias ancestrais, ainda estão atreladas ao escravismo católico, comparam suas divindades aos santos do panteão cristão católico e fazem seus calendários festivos, baseados nos dias relacionados aos festejos dos santos católicos e com isso, não se assumem como religiosos de uma etnia pré existente, muito anterior ao Catolicismo criado no ano 385 DC, o aqui chamado Candomblé.
Assim sendo, se distanciam cada vez mais das raízes ancestrais e continuam submissos ao ditames católicos, desonrando as memórias ancestrais milenares.
Uma grande lástima, continuar pregando que São Jorge é Ógùn, São Jerônimo é Xangò, Nossa Senhora da Conceição é Oşun, entre outros tantos.
As nossas tradições afro, suas mitologias e seus mitogemas, são profundamente culturais, filosóficas e religiosas, de grandezas e belezas de raros contextos e diversos esplendores.
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