16/08/2022
Olá! Eventualmente andamos sumidas, mas seguimos em nossos percursos atravessados pela Psicanálise (e alguns outros investimentos psíquicos). Lívia concluiu seu Mestrado, Letícia tem se aventurado entre as descobertas maternas e a clínica, e Luma tem seguido esse binômio mãe-bebê em seu novo campo de prática hospitalar.
Então aproveitando a campanha “Agosto Dourado”, gostaríamos de trazer um pouquinho de Winnicott aqui.
Desde a gestação, a experiência materna é atravessada por vários desafios físicos, psíquicos e culturais, e em seu desenvolvimento, o laço mãe-bebê se dá por um corpo compartilhado e fantasiado pela mulher que o carrega.
Ao nascer, o bebê também carrega essa fantasia de extensão do seu corpo como o corpo materno. Com isso, a amamentação pode ser enxergada como um recurso fundamental para impulsionar uma separação gradual dessa dupla inicialmente fundida, valendo-se de um "fenômeno transicional" (Gómez e Maia, 2013), baseando-se nos conceitos de Winnicott (1983).
O leite materno é considerado um dos alimentos mais ricos em benefícios para o ser humano, tendo o que se chama de “padrão ouro” devido nutrientes e anticorpos, mas também como potente fortalecedor de vínculo, que convoca continência, troca de olhares e cheiros no jogo de presença e ausência.
No entanto, sabemos que essa fase não é desejada por todas as mulheres e é frequentemente atravessada por inseguranças, medos, autocobranças e frustrações. Isso demonstra a importância de cada dupla mãe-bebê descobrir seu jeitinho mais confortável, podendo ocorrer oferta do leite por diversas fontes que não sejam apenas o seio materno, mas que circulem pela maternagem fundamental à constituição humana.
Ao falar em “maternagem”, destacamos aqui um vínculo afetivo dado pelo investimento de um sujeito no bebê, podendo ocorrer por outras figuras que não só a mãe. ✨