29/11/2025
Será que ainda somos o que já fomos?
Será que seremos o que tanto imaginamos?
Talvez em partes.
Ou seja, na melhor das hipóteses, somos um tanto daquilo que já fomos. E já não somos um tanto daquilo que fomos também.
E é justamente isso o que nos possibilita ser o que somos.
Não ser tudo o que se era.
Nem ser o que se imaginou que seria.
Para ser exatamente o que se é.
E veja bem: ser o que se é só pode ser uma invenção provisória.
Que se ancora em dois pontos: aquilo que se foi e aquilo que se deseja ser.
(mas nada disso é estático...)
Ser o que imaginamos que seríamos é uma caminhada sem fim que nos leva a um lugar impossível de se chegar.
Por isso seguimos. Já que o que queremos ou supomos querer está sempre mais adiante. E queremos sempre mais.
Seguimos inventando um caminho para não chegar em um lugar que nos encerre.
Afinal, enquanto há vida, nada nos encerra!
Ufa!
Somos seres intermináveis!
Fernanda Tavares