14/11/2025
Na clínica, o silêncio do paciente não é ausência de conteúdo; é um discurso emocional condensado.
Muitas vezes, aquilo que ele não consegue verbalizar revela conflitos internos, medos antigos, culpas, ou uma dor que ainda não encontrou palavras.
Rogers nos lembra que o terapeuta precisa ouvir também esse “silêncio carregado”, pois ele é uma forma legítima de comunicação.
As pausas prolongadas, o olhar que cai, o corpo que se retrai — tudo isso sinaliza que existe algo vivo ali, pedindo espaço para ser reconhecido.
Quando compreendemos o não dito, oferecemos ao paciente a experiência de ser visto exatamente onde ele tenta se esconder.
E é nesse ponto que o processo terapêutico se aprofunda: quando o silêncio deixa de ser bloqueio e se torna porta de acesso ao que a alma guarda.
🧠 O silêncio também fala — e, muitas vezes, é onde a dor pede para ser escutada.