28/11/2025
Muitas vezes a fonte dos conflitos amorosos não está na situação atual, mas na reativação inconsciente de feridas e padrões de vínculo do passado.
Em termos psicanalíticos, estamos falando da projeção e da repetição.
Por exemplo, se a história de um parceiro é marcada por abandono, ele pode interpretar a simples ausência do outro como ameaça de desamparo — não pelo que o parceiro fez no presente, mas pela dor antiga que foi despertada.
E é justamente aí que a relação se fragiliza: quando cada um passa a reagir ao outro a partir das próprias memórias emocionais, e não a partir do que está realmente acontecendo entre eles.
Reconhecer essas reativações não é apontar culpados — é abrir espaço para que o casal possa distinguir o que é do passado e o que é do presente.
Quando isso acontece, o vínculo se reorganiza:
cada um deixa de responder às antigas dores como se o parceiro fosse responsável por elas — e o casal começa a construir uma forma de se relacionar que nasce do agora, e não da repetição do que já doeu lá atrás.
Solange Sesco - Psicóloga e Psicanalista
Recorte partipação