09/11/2025
Hoje completo 30 anos.
Ontem cheguei de manhã na casa de uma amiga, li em três horas um livro que queria há tempos, reencontrei quem eu queria.
Voltar pra Uruguaiana é sempre um movimento de retorno e elaboração - o mesmo lugar onde me tornei especialista em saúde mental pública, e onde aprendi que o cuidado começa na escuta e se sustenta no coletivo.
Talvez não seja a foto “ideal” de uma nutricionista.
Mas é uma imagem possível: a de quem entende que amadurecer é reconciliar as partes, não separá-las.
A psicanálise me ensinou que o eu não é um bloco fixo - é atravessado por tempos, vínculos e escolhas.
E quanto mais tento separar os papéis, mais percebo que o essencial está justamente no entre: entre o pessoal e o profissional, entre o que sinto e o que sustento, entre o que sei e o que continuo aprendendo.
Uruguaiana me devolve isso - o sentido de origem e de pertencimento, os rostos que me lembram que ética também é forma de estar no mundo, com presença e responsabilidade.
Aos 30, celebro menos o marco e mais o processo: seguir sendo ética sem ser rígida,
humana sem ser confessional,
profissional sem precisar performar perfeição.