18/01/2021
Conhecida como o "medo de ter medo", a Síndrome do Pânico é uma doença que já acomete cerca de 2% da população brasileira, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
"A Síndrome do Pânico se manifesta com o surgimento abrupto de medo e desconfortos intensos, que atingem um pico em alguns minutos", explica Rosana T. Rodrigues, psicóloga.
De acordo com Rodrigues, ainda não existe uma comprovação científica que aponte quais são os gatilhos para crises de pânico. Porém, normalmente, essa síndrome surge após a exposição a prolongados períodos de tensão e estresse.
"Os sintomas podem surgir tempos depois do indivíduo ter passado por momentos de tensão e sobrecarga emocional. A partir daí, qualquer sintoma é gatilho para uma crise, uma simples dor de barriga ou de cabeça, pode ser entendida como 'algo de ruim está acontecendo comigo' e aí todo o circuito da crise pode ser desencadeado", aponta.
Comumente, o início dos ataques de pânico surgem durante o início da vida adulta. Entretanto, é possível que essa síndrome de desenvolva tanto na infância, onde o diagnóstico é mais demorado, ou em meados da vida adulta.
Um estudo realizado pela National Comorbidity Survey (NCS), nos Estados Unidos, apontou que 71% dos pacientes com Síndrome do Pânico são mulheres, e apenas 29% são homens.
"Algumas doenças podem levar o indivíduo a manifestar a Síndrome do Pânico, como por exemplo, asma, arritmias cardíacas, hipertireoidismo. O uso de substâncias como maconha, co***na e anfetamina também podem contribuir com o desencadeamento das crises, além de doenças mentais como Fobia Social, Síndrome do Estresse Pós-Traumático", explica Rosana.
"Nem todas as pessoas têm todos esses sintomas, mas, para caracterizar a crise, pelo menos quatro deles devem surgir", reforça a psicóloga
"Assim que o indivíduo passar por um ataque de pânico, é essencial que ele busque ajuda. Sofrer sozinho é muito pior, os sintomas tendem a se acentuar. Por medo das crises, pode acontecer da pessoa começar a se refugiar em casa e esse comportamento tende a piorar o quadro. É precisa buscar ajuda médica [psiquiatra] e psicológica"