13/05/2017
Post do grupo Cuiabá de antigamente
ZÉ BOLO FLÔ: Muitos que viveram em Cuiabá nos anos 60 e 70 conheceram Zé andarilho, Zé meio louco, Zé poeta, Zé do s**o e que ficou imortalizado como Zé Bolo Flor. De família pobre, morador do Baú, moreno de cabelos crespos, estatura mediana, tinha o jeitão simples e alegre do povo humilde de Cuiabá, sem estudo, mas de uma veia poética que produzia prosas e poesias, e que muitas vezes já nascia com musicalidade, letras que ficaram perdidas no tempo, sem registro. Seu “pen-drive”era um s**o de estopa que usava para guardar seus escritos, poesias simples, mas que retratava as pessoas e os momentos vividos da nossa velha Cuiabá. Não existe uma história sobre sua vida, mas virou uma figura folclórica e mística pela invenção das estórias populares, dizem que dezenas de músicas são de sua autoria, creditam a ele, a composição da letra “A LUA”, muito conhecida por aqui e que foi gravada por Zezé de Camargo e Luciano.
Nesta foto de Zé Bolo Flor ele carrega um santo pois sempre aconselhou os cuiabanos a andarem pela cidade com um santo nas mãos para se protegerem contra prefeitos daqui. Muito religioso era visto nas festas de Santos na Igreja de São Benedito, sempre acompanhava as esmolas do Senhor Divino, saía no meio da bandinha que tocava o hino e os rasqueados cuiabanos. Seguindo a bandeira e a coroa do Santo de casa em casa, sem tomar parte diretamente, pois era considerado meio louco e às vezes mal vestido, mas sempre ali, ao seu modo como presença obrigatória. Nos anos 70 no seu fim da vida, perambulava pelas ruas do centro de Cuiabá, vestindo calça amarrada pelos cordões em forma de cinturão, às vezes vestindo um terno velho doado por alguém, carregando seu s**o que guardava roupas velhas e suas letras poéticas, trazia embaixo dos braços uma lata para guardar restos de pão seco, ficou louco e foi internado no Hospital Adauto Botelho vindo a falecer abandonado como indigente.
Coletânia compartilhada pelo Prof.º Gonçalo...
Pintura de Dalva de Barros, 1989