26/09/2025
A palavra “separada” vem do latim separatus, particípio passado de separare, que significa pôr à parte, dividir, apartar, desligar.
Se-= prefixo de afastamento (indica “para fora”, “desunião”);
Parare = preparar, dispor, colocar em ordem.
Em alguns contextos mais conservadores, “ser separada” ainda é associado a preconceitos de promiscuidade, incapacidade de “segurar um homem” ou de montar uma família estruturada, reforçando papéis tradicionais de gênero.
É ouvir julgamentos disfarçados de conselhos.
É carregar o peso de olhares que tentam decifrar se você é vítima, culpada ou corajosa.
É sentir a solidão bater, mesmo quando foi você quem escolheu a liberdade.
Ser uma mulher separada não é apenas deixar para trás um casamento.
É, sobretudo, recolher pedaços de si mesma que ficaram esquecidos no caminho e ter a coragem de se reconstruir, inteira, de novo.
Mas também é sentir-se, muitas vezes, sem identidade.
É enfrentar o preconceito real e cruel nas perguntas invasivas:
“Você ainda mora no mesmo apartamento?”
“Você está sozinha?”
É perceber que a sociedade ainda insiste em reduzir a mulher à sua relação conjugal, quando, na verdade, ser separada é só mais uma parte da história, não a sua definição.