Camila Scarpati Dias - Psicóloga e Psicanalista

Camila Scarpati Dias - Psicóloga e Psicanalista Meu nome é Camila Scarpati Dias, sou psicóloga (16/6902) e psicanalista, atendo na cidade de Vitor

Treze anos e algumas pedras separa uma da outra que aqui coexistem e dentro se conversam num papo interessante sobre com...
28/11/2025

Treze anos e algumas pedras separa uma da outra que aqui coexistem e dentro se conversam num papo interessante sobre como a vida tem das suas. Ou das nossas. Do que somos capazes de inventar para ela. De quantas vidas colocamos em uma vida, que nunca parece ser o suficiente pelo tanto que há pela frente.
A gente sofre até quando está feliz.
Inclusive feliz e talvez, principalmente feliz.
E na melhor das hipóteses nossas angústias passam por aí.

Ela chegou quando tudo estava em outro lugar. Passou por uma mudança, testemunhou minhas angústias e tantas outras. Ouvi...
25/11/2025

Ela chegou quando tudo estava em outro lugar. Passou por uma mudança, testemunhou minhas angústias e tantas outras. Ouviu muitas histórias, e ontem, no funcionamento, no comecinho da noite, descansou.
Tem o que chega ao fim por estar parado, mas também tem o que só é possível parar quando está funcionando.
Fui em busca de outra no mesmo lugar da que durou seis anos.
Me avisaram que as desse tipo esquentam muito, não pode colocar com cúpula em volta.
Disse que poderiam ficar tranquilo, conheço dessas.
Aqui elas tem espaço para brilhar.
O brilho delas que é o protagonista, não a cúpula.

De quantos lugares diferentes é possível contar uma história?Já assisti muita coisa sobre o Ayrton Senna, documentários,...
08/11/2025

De quantos lugares diferentes é possível contar uma história?

Já assisti muita coisa sobre o Ayrton Senna, documentários, a série da Netflix e agora, a produzida pela Warner é disponível na HBO Max com a perspectivada Adriane Galisteu.

Em metodologia da História adorava quando a gente estudava um mesmo “fato” a partir de autores com visões de mundo diferentes. Não sabia mas tinha alguma coisa ali preciosa sendo ensinada sobre a clínica: não cabe a nós buscar verdades, elas existem a partir de perspectivas únicas e a que importa na escuta analítica é a que o insconsciente.

Restar se manter curioso, provocador e atento ao que é dito “sem querer” dizer.

De quantos lugares diferentes é possível contar uma história?Já assisti muita coisa sobre o Ayrton Senna, documentários,...
08/11/2025

De quantos lugares diferentes é possível contar uma história?
Já assisti muita coisa sobre o Ayrton Senna, documentários, a série da Netflix e agora, a produzida pela Warner é disponível na HBO Max com a perspectivada Adriane Galisteu.
Em metodologia da História adorava quando a gente estudava um mesmo “fato” a partir de autores com visões de mundo diferentes. Não sabia mas tinha alguma coisa ali preciosa sendo ensinada sobre a clínica: não cabe a nós buscar verdades, elas existem a partir de perspectivas únicas e a que importa na escuta analítica é a que o insconsciente.
Talvez o caminho possível e ético a percorrer seja se manter curioso, provocador e atento ao que diz sem querer dizer.

Movimento precisa de espaço. Palavras também. O ímpeto é completar a fala do outro, dizer por ele, ou pior ainda, explic...
28/10/2025

Movimento precisa de espaço.
Palavras também.

O ímpeto é completar a fala do outro, dizer por ele, ou pior ainda, explicar o que outro sente.

Lacunas são insuportáveis.

Muitas vezes tudo que se pensa querer é quem complete as nossas. Mas Freud já adiantava que aquele que interpreta pelo outro é como ofertar um cardápio a quem tem fome.

O exercício da clínica coloca o analista a trabalhar com as palavras e sons que vem do analisando até que a esse seja possível escuta-los e escrevê-los de outros jeitos.

As lacunas em uma análise não são preenchidas pelo analista.

Ofertar palavras pode tirar a riqueza dos múltiplos sentidos possíveis a serem dados por quem de fato pertence o texto escrito em uma análise.

No encontro com psicanalistas escutei: “a psicanálise está no mundo, onde estão os psicanalistas?”Penso a escuta no cons...
26/10/2025

No encontro com psicanalistas escutei: “a psicanálise está no mundo, onde estão os psicanalistas?”

Penso a escuta no consultório possivel se articulada à escuta do mundo, ficando um pouco imundo do mundo (como também escutei), se deixar sujar como criança que volta para casa com as marcas da brincadeira na rua, do contato com o outro. É necessário ir para a vida aberto a ela.

No dia seguinte fui ao estádio de futebol:
-vai tomar no cu!
-vai tomar no cu!
-filho o único lugar do mundo que você pode falar vai tomar no cu é aqui, ouviu bem? - disse o pai para a criança que não devia ter mais que 6 anos - não fazer igual ao meu pai não me deixava xingar. aqui a gente pode, combinado?
-combinado, pai!

Na volta, já na fila de embarque, sozinha, exatamente embaixo da seta escrito grupo 1 black, bla bla bla.

- Seu grupo é o grupo um? - me perguntou outro passageiro.
- Sim - respondi diante da violência simbólica.

Se havia dúvida sobre a fila, a pergunta poderia ser se aquela era /a fila/ do grupo um, ao invés de se /o meu/ grupo era o um. Não perguntei o porquê da pergunta. Talvez por preguiça minha em prolongar a conversa, não consegui devolver o desconforto.

Enquanto mulher branca que não sofro efeitos de racismo, e do quanto certameente é muito mais exaustivo afirmar pertencimento a todo tempo a partir da cor da pele, nesse caso foi etarismo, machismo…

Pertencer não é fácil, e é algo que todos buscamos. Passamos a vida num processo de alienação, separação e pertencimento ao lugares que nos propomos ocupar.

Vivemos num pais extremamente desigual com elites que desde sempre não abrem mão de seus privilégios. Já eu, não estive desde sempre no tal grupo um. Talvez ver alguém sem os adereços, trejeitos ou códigos “certos” ali cause o estranhamento que motivou a pergunta.

Cada um com seus problemas, e esse não é meu ;)

Voltar pra casa pensando que assim como o artista tem que ir a onde o povo está, o psicanalista também precisa estar atento a escutar que o mundo diz.

Texto escrito no avião, com o outro personagem dessa história sentado na mesma fileira, um espaço entre nós, e eu na janela ;)

No encontro com psicanalistas escutei: “a psicanálise está no mundo, onde estão os psicanalistas?”Penso que o que permit...
26/10/2025

No encontro com psicanalistas escutei: “a psicanálise está no mundo, onde estão os psicanalistas?”

Penso que o que permite a escuta no consultório é a escuta no/do mundo. Se permitir f icar um pouco imundo do mundo, se deixar sujar como criança que volta para casa com as marcas da brincadeira na rua, do contato com o outro.

No estádio de futebol:
-vai tomar no cu!
-vai tomar no cu!
-filho o único lugar do mundo que você pode falar vai tomar no cu é aqui, ouviu bem? - disse o pai para a criança que não devia ter mais que 6 anos - não fazer igual ao meu pai não me deixava xingar. aqui a gente pode, combinado?
-combinado, pai!

No aeroporto: fila de embarque, sozinha, exatamente embaixo da seta escrito grupo 1 black, bla bla bla.
- Seu grupo é o grupo um? - me perguntou outro passageiro.
- Sim - respondi com educação diante da violência simbólica.

Se havia dúvida sobre a fila, a pergunta poderia ser se aquela era /a fila/ do grupo um, ao invés de se /o meu/ grupo era o um.

Enquanto mulher branca que não sofro efeitos de racismo, e do quanto certameente é muito mais exaustivo afirmar pertencimento a todo tempo a partir da cor da pele, nesse caso foi etarismo, machismo…

Pertencer não é fácil, e é algo que todos buscamos. Passamos a vida num processo de alienação, separação e pertencimento ao lugares que nos propomos ocupar. Vivemos num pais extremamente desigual com elites que desde sempre não abrem mão de seus privilégios. Já eu, não estive desde sempre no tal grupo um. Talvez ver alguém sem os tons, trejeitos ou grifes “certos” ali cause o estranhamento que motivou a pergunta.

Cada um com seus problemas, e esse não é meu ;)

Voltar pra casa pensando que assim como o artista tem que ir a onde o povo está, o psicanalista também precisa estar atento a escutar que o mundo diz.

Esse texto foi escrito no avião, com o tal passageiro sentado na mesma fileira, mas eu na janela ;)

Dizem por aí que curvas são perigosas. Que exigem cuidado ou o carro sai da pista. É verdade. É necessário dosar a veloc...
03/10/2025

Dizem por aí que curvas são perigosas. Que exigem cuidado ou o carro sai da pista. É verdade. É necessário dosar a velocidade na hora de curvar. Dosar não é desacelerar no meio da curva, é diminuir antes para curvar com constância e seguir em frente.

Só que estrada reta também é perigosa.

Por muito tempo passei por um asfalto sem nenhum quebra-molas ou algo nas margens que ligava minha casa ao centro da cidade, quinze minutos eternos de retidão.

Uma vez, ainda criança, falei que devia ser fácil dirigir ali e eis a surpresa.

Escutei: mas fazer nada parece melhor mas é perigoso, na reta e na calmaria é mais fácil adormecer.

Naquela época não havia pagamento pelo peso a mais, então achava que era vantagem carregar mais do que precisava (ainda ...
30/09/2025

Naquela época não havia pagamento pelo peso a mais, então achava que era vantagem carregar mais do que precisava (ainda que sequer soubesse do que precisava).

Da primeira vez, parte das muitas roupas que partiram foram emprestadas. Na outra comprou até uns livros de moda que nunca leu. Depois, levava quase o guarda roupas inteiro para várias possibilidades que nunca saíram do pensamento.

Por fim, ou por recomeço, passou a só levar o que fazia sentido e a brincar com repetições.

Exatos vinte dias entre 10 e 40 graus com tudo que precisasse estando ao alcance das mãos e nos pés alternando entre um chinelo, sandália ou tênis.

Afinal, o que vai ao palácio tailandês entra também no francês, e por que não num túnel vietcongue, numa praia hollywoodiana ou ainda no labirinto da Alice, e depois de tudo, de volta ao dia a dia de Vitorinha.

Não existe mais coisa disso ou daquilo, é tudo do viver.

Parece ser sobre bagagens, mas talvez seja sobre a vida, pesos desnecessários que achamos ser necessários, possibilidades, novos usos e não se limitar a ideais, porque viver é melhor que sonhar.

Depois dessa, ir a uma festa chique usando havaianas não foi nada. Ou foi né, caso contrário não estaria falando disso.

Talvez muita coisa na vida não é sobre estar pronto, mas estar disposto.

  com  - Mesmo o senhor, Professor, acha a existência complexa demais. No entanto, parece-me que o senhor é em parte res...
26/09/2025

com

- Mesmo o senhor, Professor, acha a existência complexa demais. No entanto, parece-me que o senhor é em parte responsável pelas complexidades da civilização moderna. Antes que o senhor inventasse a psicanálise não sabíamos que nossa personalidade é dominada por uma hoste beligerante de complexos muito Suestionáveis. A psicanálise fez da vida um quebra-cabeças complicado.

- De maneira alguma, respondeu Freud. A psicanálise torna a vida mais simples. Adquirimos uma nova síntese depois da análise. A psicanálise reordena um emaranhado de impulsos dispersos, procura enrolá-los em torno do seu carretel. Ou, modificando a metáfora, ela fornece o fio que conduz a pessoa para fora do labirinto do seu inconsciente.

- Ao menos na superfície, porém, a vida humana nunca foi mais complexa. E a cada dia alguma nova idéia proposta pelo senhor ou por seus discípulos torna o problema da conduta humana mais intrigante e mais contraditório.

- A psicanálise, pelo menos, jamais fecha a porta a uma nova verdade.

- Alguns dos seus discípulos, mais ortodoxos do que o senhor, apegam-se a cada pronunciamento que sai da sua boca.

- A vida muda. A psicanálise também muda, observou Freud. Estava apenas no começo de uma nova ciência.

(Entrevista com Freud, “O valor da vida”, 1926)

  com  - Mesmo o senhor, Professor, acha a existência complexa demais. No entanto, parece-me que o senhor é em parte res...
25/09/2025

com

- Mesmo o senhor, Professor, acha a existência complexa demais. No entanto, parece-me que o senhor é em parte responsável pelas complexidades da civilização moderna. Antes que o senhor inventasse a psicanálise não sabíamos que nossa personalidade é dominada por uma hoste beligerante de complexos muito Suestionáveis. A psicanálise fez da via um quebra-cabeças complicado.

- De maneira alguma, respondeu Freud. A psicanálise torna a vida mais simples. Adquirimos uma nova síntese depois da análise. A psicanálise reordena um emaranhado de impulsos dispersos, procura enrolá-los em torno dõ seu carretei. Ou, modificando a metáfora, ela fornece o fio que conduz a pessoa para fora do labirinto do seu inconsciente.

- Ao menos na superfície, porém, a vida humana nunca foi mais complexa. E a cada dia alguma nova idéia proposta pelo senhor ou por seus discípulos torna o problema da conduta humana mais intrigante e mais contraditório.

- A psicanálise, pelo menos, jamais fecha a porta a uma nova verdade.

- Alguns dos seus discípulos, mais ortodoxos do que o senhor, apegam-se a cada pronunciamento que sai da sua boca.

- A vida muda. A psicanálise também muda, observou Freud. Estava apenas no começo de uma nova ciência.

(Entrevista com Freud, “O valor da vida”, 1926

Dizem por aí que curvas são perigosas. Que exigem cuidado ou o carro sai da pista. É verdade. É necessário dosar a veloc...
25/09/2025

Dizem por aí que curvas são perigosas. Que exigem cuidado ou o carro sai da pista. É verdade. É necessário dosar a velocidade na hora de curvar. Dosar não é desacelerar no meio da curva, é diminuir antes para curvar com constância.

Só que estrada reta também é perigosa.

Por muito tempo passei por um asfalto sem nenhum quebra-molas ou algo nas margens que ligava minha casa ao centro da cidade, quinze minutos eternos de retidão.

Uma vez, ainda criança, falei que devia ser fácil dirigir ali e eis a surpresa.
Escutei: mas fazer nada é perigoso.

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